As novidades do MLB The Show 18: a visão de um veterano na franquia

por Erlan Valverde

Segunda Base
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4 min readMay 6, 2018

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Nova edição da franquia The Show traz novidades boas no modo Road to the Show. (Foto: PlayStation)

O Segunda Base foi convidado pela assessoria de imprensa da PlayStation no Brasil para testar a nova edição da franquia MLB The Show e durante o mês de abril, nos dedicamos a explorar o jogo. O material está reunido em duas partes. Esta é a segunda, com a visão do nosso Erlan Valverde, um veterano no mundo do The Show. Confira!

Além de trazer a primavera e o começo dos treinos para a temporada regular de beisebol, nos últimos anos o mês de março tem se tornado tradicional também pelos lançamentos das novas versões da franquia MLB The Show, exclusivo para o PlayStation, produzido pela San Diego Studios.

A versão deste ano, que chega com o Rookie of the Year de 2017, e sensação da temporada passada, Aaron Judge, na capa, não tem decepcionado os fãs da franquia. Como jogador da franquia desde a versão 15 (a famosa com Yasiel Puig na capa), fui convidado pelo Segunda Base e pela PlayStation para um review rápido do jogo, que aqui faço com os olhos de quem já vem jogando a franquia há alguns anos.

Para isso, gastei 60 horas do mês de abril jogando todos os modos do game, e meu veredito final é o seguinte:

O que melhorou:

Modo Road to The Show

Seguramente a maior melhoria desta versão. No modo em que o usuário encarna um jogador (em qualquer posição) desde o começo de carreira (na Double-A, no caso do jogo), vive-se o dia-a-dia de um jogador de beisebol.

Não canso de elogiar o modo RTTS como um sistema empático onde você realmente entende qual é a realidade de um jogador de beisebol e qual a dificuldade de cada posição em específico. Neste modo você consegue entender o impacto do sol para os jogadores de campo externo, o tamanho do campo que um shortstop cobre, a dificuldade que um catcher tem de bloquear alguns arremessos e como rebater é considerado uma das habilidades atléticas mais complexas praticadas pelo ser humano.

Nas versões anteriores era possível evoluir o seu personagem em um sistema de distribuição de pontos em que estes eram obtidos através do resultado de jogadas durante os jogos e distribuídos conforme sua própria vontade. Por exemplo, era possível ganhar pontos por uma boa jogada defensiva e converter todos esses pontos em progressão ofensiva.

Este sistema desbalanceado acabava tornando a evolução do jogador mais simples no início e a passagem pela Double A era geralmente muito rápida. O segredo era aplicar todos os pontos obtidos nos atributos de “rebater por contato”, “rebater por potência” e visão do plate. Com isso, o jogo se tornava muito fácil após alguns meses de temporada.

Além disso, a longo prazo esse sistema criava situações anormais. Em um caso específico jogando MLB The Show 17, meu jogador nas Majors foi rebaixado à Triple-A para praticar defesa, liderando a liga em home runs e média de rebatidas, sem nenhum erro defensivo. A justificativa, aparentemente, era minha falta de aplicação de pontos nos atributos defensivos.

A inteligente solução para resolver este problema foi retirar a liberdade do usuário, que passa a evoluir de acordo com o que produz durante os jogos. Seu jogador parte de uma pontuação mínima e, se rebate bem uma bola, ganha pontos neste quesito. Se rebate um home run, acumula pontos neste quesito, e assim por diante. Trata-se de um modelo em que o usuário evolui no jogo juntamente com o jogador, o que torna a experiência mais realista, intuitiva e interessante.

Gráficos

É muito difícil acreditar que há melhorias gráficas em um jogo que tem se esmerado pela qualidade visual. Mas, acredite, os gráficos melhoraram bastante, especialmente na iluminação, detalhes dos acessórios vestidos por jogadores e animações da torcida (como a Judge’s Chamber, no Yankee Stadium). Uma experiência interessante para notar as melhorias gráficas é carregar o seu personagem do RTTS da versão anterior. Sempre existem melhorias gráficas no design do seu personagem.

Para um amante dos clássicos do esporte, como eu, a experiência de jogar nos estádios clássicos como o Polo Grounds, é única. A nova versão também traz 19 uniformes antigos, sendo possível entrar em campo inclusive como o finado Montreal Expos (mas com a escalação dos Washington Nationals).

Interessante também em notar como a franquia tem se utilizado de metapublicidade para gerar receita, vendendo espaços publicitários para empresas reais (como Nike, Topps, entre outros).

Outra criação interessante este ano foi o Batting Stance Creator, sistema para desenvolver o método como seu jogador segurará o taco e aguardará o arremesso. Interessante para quem gosta de customização extrema.

O que não evoluiu:

Franchise

O modo franquia teve poucas alterações e para os jogadores de Out of the Park ele é algo muito aquém. As trocas continuam desbalanceadas e a administração de elenco desinteressante.
Defesa — Ainda existem alguns glitches em defesas de campo. Acredito que isso pode ser solucionado nas próximas atualizações

Vale a pena?

Vale muito. Para os fãs de beisebol não existe experiência que pode proporcionar algo mais realista e continua sendo o hors concours na categoria. Com o passar dos anos, no entanto, acredito que o desenvolvedor passará por uma discussão se o jogo deve ou não lançar uma nova versão a cada ano, ou evoluir para um conceito em que o jogo passe a ser um serviço mensal, ou Game as a Service (GaaS).

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Desde 2011, o Segunda Base traz conteúdo original e análises sobre a MLB, produzidos por uma equipe de apaixonados por beisebol