“Camelo, Mamãe?!” realiza seu primeiro torneio de softbol

por Almir Lima Jr.

Segunda Base
Segunda Base
4 min readFeb 16, 2018

--

Após experiência bem sucedida em torneio do Gecebs em 2017, o “Camelo, Mamãe?!” vai organizar seu primeiro torneio próprio. (Foto: Camelo, Mamãe?!)

Aos 16 anos, Gabriel Higashi já é bem conhecido no beisebol brasileiro. A sua história foi popularizada com o projeto “Camelo, Mamãe?!”, um blog criado pelos seus pais para divulgar a sua batalha para enfrentar o Distúrbio do Processamento Auditivo Central, um distúrbio que afeta as vias centrais da audição e que ocasiona como consequência principal a dificuldade de processamento das informações captadas pela via auditiva. Agora, chegou a vez de Gabriel e sua família servirem como anfitriões do primeiro Torneio “Camelo, Mamãe?!” de softbol, que será realizado nesse final de semana no Gecebs, em Arujá.

“No ano passado, participamos do torneio Banzai do Gecebs com três times e com mais de 100 pessoas envolvidas, e ao longo ano, fomos incentivados para fazermos um torneio especialmente para o “Camelo, Mamãe?!“, diz Herbert Higashi, pai de Gabriel. “Seria uma ótima oportunidade para divulgarmos o diagnóstico do DPAC, proporcionar uma experiência de confraternização e envolver mais pessoas que tinham o interesse de participar”.

A experiência com o blog rendeu novos horizontes para Herbert e sua esposa, Cristhiane, que é a grande responsável pelas postagens do blog e por manter contato com os visitantes, divulgarem a questão do DPAC. “Agora no final de janeiro realizamos uma palestra em um colégio da zona sul de São Paulo com o intuito de abordar sobre o diagnóstico, alertar os professores que alunos que possuem dificuldade de aprendizado e socialização podem ser diagnosticados com o DPAC e também dar uma orientação em como acolhê-los dentro da sala de aula”, diz ele.

O DPAC é um distúrbio que afeta cerca de 20% da população mundial, de acordo com a Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição, sendo que 7% são crianças. A incidência deve ser maior, já que comumente o diagnóstico é confundido com outro tipo de distúrbio, já que pode vir aliado de outros diagnósticos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, o TDAH. Gabriel foi diagnosticado com o DPAC aos seis anos e desde então, ao lado de seus pais e sua irmã Nathalia, vem batalhando para enfrentá-lo de frente.

“Criamos o blog em 2013 para tentar explicar como era o dia-a-dia do Gabriel para a família e os amigos mais próximos”, conta Herbert. “De lá pra cá, o blog foi crescendo e outras famílias que tem crianças com DPAC começaram a acompanhar e entrar em contato com a gente”. Esse contato permitiu que o “Camelo, Mamãe?!” servisse como agente para a interação de quem enfrenta o DPAC. “Em 2017, tivemos a ideia de iniciar um projeto para montarmos uma associação para crianças com DPAC, pois não existe alguma organização focada para o diagnóstico aqui em São Paulo”.

O beisebol é uma paixão da família e teve papel fundamental na vida de Gabriel. “Além de ser um esporte coletivo, o beisebol tem uma filosofia que preza pelo trabalho em grupo e isso foi muito importante no amadurecimento e autoestima do Gabriel”, explica o pai. “Fazer parte do grupo e ser aceito é o que fortaleceu o Gabriel nestes últimos anos. O grupo faz ele acreditar que consegue e que ele é capaz”.

Gabriel (foto) hoje joga no juvenil do Gecebs. (Foto: Camelo, Mamãe?!)

“Escolhemos o beisebol por ser um esporte coletivo e por acolher a todos os tipos de pessoas”, diz Herbert. “Eu não joguei, mas meu tio [Luizão Otsuki] jogou e foi ele quem incentivou a levar o Gabriel para jogar beisebol”. Hoje, Gabriel atua pela categoria juvenil do Gecebs, onde atua desde 2016, após começar jogando nos Gigantes em 2008.

Essa conexão com o beisebol fez com que a comunidade abraçasse a iniciativa e apoiasse o “Camelo, Mamãe?!”. Com o lema de “amizade sem diferenças”, o torneio desse final de semana promete ser uma grande confraternização, com direito à atividades para as crianças e show da banda Water Folks. “Para o torneio, estamos com 21 times de softbol confirmados e com a expectativa de 500 pessoas no evento”, comemora Herbert. “E o melhor de tudo é poder proporcionar a experiência de fazer amizades sem diferenças”.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o Facebook do “Camelo, Mamãe?!” clicando aqui. O torneio é aberto ao público e será realizado nesses dias 17 e 18 de fevereiro no campo do Gecebs, em Arujá

--

--

Segunda Base
Segunda Base

Desde 2011, o Segunda Base traz conteúdo original e análises sobre a MLB, produzidos por uma equipe de apaixonados por beisebol