Definida as etapas qualificatórias do beisebol e softbol para as Olimpíadas de Tóquio

por Almir Lima Jr.

Segunda Base
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3 min readMar 24, 2018

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Serão apenas seis vagas para o beisebol e o softbol nas Olimpíadas de Tóquio, duas a menos que em Pequim-2008. (Foto: Wiki Creative Commons)

A Confederação Mundial de Beisebol e Softbol (WBSC) anunciou oficialmente neste sábado (24) como irá funcionar as etapas de qualificação para o beisebol e o softbol nas próximas Olimpíadas, a serem realizadas em Tóquio, no Japão, em 2020. Seis seleções (contando os anfitriões japoneses) se qualificarão para cada modalidade, uma redução de duas vagas relativa à última participação dos esportes no quadro olímpico, nos jogos de Pequim, em 2008.

No beisebol masculino, duas vagas serão preenchidas pelos campeão e vice do Premier12, torneio organizado pela WBSC que reúne as doze seleções melhores ranqueadas do mundo e que será realizado em novembro de 2019, com as finais disputadas no Japão. Outras duas vagas serão distribuídas em torneios intercontinentais: uma será disputada pelas seleções da África e Europa, que contará com as cinco seleções melhores colocadas no Campeonato Europeu de Seleções e o campeão do Campeonato Africano, e outra será de uma seleção das Américas, dada ao campeão de um torneio que contará com oito seleções. A vaga final será distribuída em uma repescagem que contará com o vice do quali de África/Europa, o vice do quali das Américas, o vencedor do quali da Oceania e os dois melhores colocados do Campeonato Asiático de 2019 que ainda não tiverem se qualificado.

Cada seleção deverá ter um plantel de 25 atletas, todos eles acima de 18 anos completados antes de cada etapa qualificatória ou do torneio, e eles poderão ser profissionais.

Já no softbol feminino, o esquema é praticamente igual: uma vaga irá para a seleção campeã do próximo Mundial da categoria, a ser realizado em Chiba, no Japão, no próximo mês de agosto; uma vaga será dada para o campeão do quali de África/Europa (que reunirá os seis melhores colocados no próximo Campeonato Europeu e os dois melhores do Campeonato Africano), uma para o campeão do quali de Ásia/Oceania (reunindo as seis melhores seleções do Campeonato Asiático e as duas melhores do Campeonato da Oceania) e duas a serem distribuídas no quali das Américas. Cada seleção poderá usar 16 jogadoras, com idade mínima de 16 anos e sem restrição a profissionais.

E o que isso significa para as chances do Brasil?

Essa forma de distribuição das vagas, principalmente no beisebol, aumentou consideravelmente as chances de mais seleções americanas conseguirem participar do torneio olímpico. Das doze seleções que na última atualização do ranking estavam entre os 12 melhores colocados e, assim, estariam qualificadas para o Premier12, sete são do continente (sendo que Estados Unidos, Cuba e Canadá estão no top 5), o que aumenta a probabilidade de vermos ao menos uma seleção daqui se qualificando para Tóquio com uma das vagas distribuídas pelo torneio.

O qualificatório das Américas, que dará uma vaga ao campeão e permitirá que o vice dispute uma vaga na repescagem mundial, contará com oito equipes, sendo elas todas as equipes do continente que não se classificarem pelo Premier12 (se uma conseguir, serão seis) e o restante sendo preenchido por outras seleções, por critério ainda a ser decidido. Se essas vagas restantes para o quali forem distribuídas por ranking, o Brasil estaria em condições complicadas (está hoje na décima-nona posição, atrás de Nicarágua, Panamá e Colômbia no ranking pós-top 12), Também há a possibilidade de uma dessas vagas ser dada para o campeão do Sul-Americano, campeonato do qual o Brasil é o atual campeão e que terá sua próxima edição realizada no mês que vem em Buenos Aires. Então, ainda é cedo para saber se o Brasil terá a chance de participar do processo de classificação para as Olimpíadas no beisebol.

No softbol, com duas vagas indo para as Américas e uma sendo dada ao campeão do Mundial da categoria (os Estados Unidos ganharam a última edição e são favoritos para ganharem a próxima), a situação das meninas brasileiras também é pouco clara. Conforme o release (confuso, diga-se de passagem) da WBSC, o quali das Américas reunirá até 16 seleções, sendo que o critério de elegibilidade para participação será a classificação final do Campeonato Pan-americano de 2019 (não os Jogos). O Brasil não se classificou nem para o Mundial, nem para o Pan de Lima, porém terá uma última chance para ir para Tóquio se conseguir ir bem nesse “pré-quali” e entrar no quali de facto.

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