Guia rápido da MLB 2018 — Liga Americana

por Leonardo Parrela

Segunda Base
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8 min readMar 29, 2018

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O Houston Astros vai tentar manter o título no Texas em 2018. (Foto: AP)

Para celebrar o retorno da Major League Baseball, com o começo da temporada de 2018 nesta quinta (29), nós do Segunda Base montamos um guia conciso de preview para este novo ano com as principais informações sobre cada time das duas ligas e também com os nossos palpites. Aqui, estão as análises da Liga Americana (se você quiser saber sobre os times da Liga Nacional, clique aqui). Então, confira!

Divisão Leste

NEW YORK YANKEES

O New York Yankees carrega junto do seu rival, Boston Red Sox, o favoritismo nessa divisão. Com um elenco jovem e a adição de Giancarlo Stanton, a equipe do Bronx espera alcançar o título da divisão, que escapou no último ano. A equipe continua com ataque e bullpen de excelência, enquanto a rotação titular pode pecar em profundidade durante a temporada. O desafio de Aaron Boone, em sua primeira temporada no comando da equipe, é conseguir tirar o melhor dos jovens talentos que fazem parte do time do Bronx.

BOSTON RED SOX

Os meias-vermelhas querem repetir a campanha que rendeu o título de divisão na última temporada. A principal deficiência da equipe, a falta de potência no bastão, tem um candidato para solução: JD Martinez. O jogador que revezará entre campo externo e rebatedor designado chega com as credenciais para melhorar o anêmico ataque da franquia. Alex Cora, novo manager da equipe, espera contar com um grupo de arremessadores — tanto do bullpen quanto da rotação titular — mais saudável, para que a equipe repita o resultado de 2017.

TORONTO BLUE JAYS

A equipe canadense melhorou o seu elenco da última temporada — que foi um desastre. Jaime Garcia deve dar profundidade a uma rotação com Anibal Sanchez, Marcus Stroman, JA Happ e Marco Estrada. Se saudáveis, formarão um bom grupo para a equipe. Para a equipe sonhar com a vaga de wild card, o ataque precisa funcionar. Ano passado, a equipe ficou a segunda pior marca em OPS na liga americana. Em meio a incerteza, o desempenho da equipe deverá ditar o futuro do 3B Josh Donaldson, que será agente livre ao final da temporada.

BALTIMORE ORIOLES

Os Orioles se recusam a abraçar uma reconstrução. A contratação de Alex Cobb para a rotação é um claro sinal que a equipe não está disposta a tankar durante o ano. Mesmo com a contratação de um dos agentes livres mais cobiçados da offseason ainda faltam mais opções para a equipe de Maryland. A história que prenderá a atenção da liga envolvendo a equipe será o desempenho e a definição da troca, ou não, do melhor jogador da franquia: Manny Machado.

TAMPA BAY RAYS

Os Rays são a pior equipe da divisão. A maior atenção que a equipe receberá será se abraçar de vez a reconstrução e trocar Chris Archer e Alex Colomé até o prazo limite de trocas. Evan Longoria, Jake Odorizzi e Steven Souza já seguiram esse caminho e mostra que a equipe da Flória quer buscar o melhor talento no draft — o que significa perder vários jogos durante a temporada. O ano será de paciência para o torcedor que verá os jovens talentos se desenvolver e a equipe melhorando o já bom farm system.

Divisão Central

CLEVELAND INDIANS

Terry Francona tem em mãos um time pra lá de eficiente que ganhou 22 jogos seguidos entre agosto e setembro da última temporada. A estrutura da equipe não se alterou, apesar da perda do primeira-base Carlos Santana. Yonder Alonso chegou para a posição e a equipe parece continuar bem para a busca da World Series. Michael Brantley parece que estará saudável para a temporada, o que também é um bom sinal para o ataque potente liderado por Edwin Encarnacion, Francisco Lindor, Jason Kipnis e Jose Ramirez. Bryan Shaw não está mais no bullpen, mas a força continua lá com Cody Allen, Andrew Miller e Dan Otero. No geral, os Indians continuam como o mais forte da divisão e como um nome forte nos playoffs.

MINNESOTA TWINS

O Minnesota Twins conseguiu melhorar o seu elenco em todos os aspectos em relação a última temporada, que foi de um ótimo rendimento. Jake Odorizzi e Lance Lynn chegam para compor a rotação ao lado de Jose Berrios, Kyle Gibson e Earvin Santana (quando estiver saudável, após o primeiro mês de temporada). O ataque melhorará com a chegada de Logan Morrison e o desenvolvimento de Byron Buxton e Max Kepler. É preciso observar a falta que Jorge Polanco, suspenso por 80 jogos após ser pego no exame antidoping, fará a equipe. Miguel Sanó busca um ano de afirmação e ser, enfim, consistente. Addison Reed e Fernando Rodney vão compor o final do bullpen de uma equipe que, ao menos no papel, parece promissora e pronta para a disputa do wildcard.

KANSAS CITY ROYALS

Esqueça a equipe vencedora da primeira metade dessa década. Os Royals já abraçaram a reconstrução e daqui pra frente a perspectiva é de buscar nomes para melhorar o péssimo farm system — a equipe não tem nenhum prospecto entre os 100 melhores ranqueados pela Baseball America e pela MLB. Fora os jogadores jovens, o único jogador que não deve estar disponível é Salvador Perez. De resto, os Royals podem buscar bons negócios para fortalecer a equipe no futuro. Não seria nada mal para algum contender a adição de Kelvin Herrera, Danny Duffy ou Whit Merrifield durante a temporada. Fora isso, não há muito o que a equipe possa fazer durante o ano de 2018.

CHICAGO WHITE SOX

Se o processo de reconstrução fosse dividido em três partes, o White Sox estaria na segunda fase do processo. A parte em que o time é abaixo da linha da mediocridade passou e agora os jovens talentos adquiridos em trocas importantes estão em campo pela franquia. Yoan Moncada, Lucas Giolito, Reynaldo Lopez e Carson Fulmer já ganharam tempo na MLB na última temporada e em 2018 devem continuar o desenvolvimento. Atenção para a situação de José Abreu e Avisail Garcia, bons nomes que podem ser trocados ao preço certo. O futuro ainda reserva Eloy Jimenez, Michael Kopech e Jake Burger para as Grandes Ligas. Ainda não é o ano que os jovens talentos estão prontos, mas entre um highlight e outro esse deve ser mais um ano de desenvolvimento para os White Sox.

DETROIT TIGERS

O Detroit Tigers finalmente está reconstruindo. Justin Verlander, Justin Upton e Ian Kinsler estão em outros times e Miguel Cabrera vê a equipe desenvolver novos nomes para serem os próximos líderes. Michael Fullmer e Nick Castellanos aparecem como bons nomes para o posto. Outros veteranos como Victor Martinez e Jordan Zimmermann precisam de melhor rendimento para serem considerados boas peças de troca. Os Tigers melhoraram o péssimo farm system nos últimos anos, mas ainda estão longe de qualquer tipo de competição em 2018. A busca de nomes para esta temporada vai envolver apenas jogadores para compor o elenco e desenvolvimento de jovens para o futuro.

Divisão Oeste

HOUSTON ASTROS

O time que era bom ficou melhor ainda. A renovação com José Altuve, o MVP da última temporada e a adição de Gerrit Cole fazem do Houston Astros a equipe mais forte da divisão com folga. A equipe manteve o ótimo ataque e fortaleceu uma rotação já consistente. O ponto de fraqueza da equipe, se é que podemos considerar assim, fica por conta do bullpen. A inconsistência dessa unidade custou Houston algumas vitórias no último ano — tanto na temporada regular, quanto nos playoffs — e nenhum nome entre os agentes livres foi trazido. Porém, esse não é motivo de muito estardalhaço, a equipe continua forte e vai defender o título com unhas e dentes.

LOS ANGELES ANGELS

Os Angels decidiram (finalmente!) que era hora de investir pesado e de maneira inteligente para dar ao melhor jogador de beisebol da atualidade (Mike Trout) novas chances de ir à pós-temporada. Shohei Ohtani, Zack Cozart, Ian Kinsler chegaram e a equipe ainda renovou com Justin Upton. O lado ofensivo da equipe vai se sair bem e será interessante ver a rotatividade entre Ohtani e Pujols como rebatedor designado e quanto tempo o latino irá passar jogando como primeira base. Além disso, será importante a saúde do grupo de arremessadores, que vem sofrendo com lesões constantemente nas últimas temporadas. Os reforços credenciam os Angels na busca pela vaga do wildcard.

SEATTLE MARINERS

A franquia que há mais tempo não chega em playoffs (16 anos e contando) depende de uma série de condicionais para poder ir bem na temporada. O ataque vai muito bem e o campo externo, ponto mais fraco da equipe no último ano, parece ter se reforçado se Dee Gordon conseguir jogar bem no campo central e Mitch Hanniger não sofrer com lesões. 17 jogadores diferentes abriram jogos para os Mariners ano passado, maior marca da liga, muito em função das lesões de Felix Hernandez, James Paxton e Hisashi Iwakuma, que juntos ultrapassaram os mil dias na lista de lesionados. A equipe precisa dar um jeito de aproveitar o tempo restante de jogadores importantes para a franquia como Robinson Canó, Nelson Cruz e Kyle Seager. Caso todas essas variáveis funcionem, os Mariners têm chance de buscar a segunda vaga de wildcard.

TEXAS RANGERS

Os patrulheiros do Texas por muito tempo foram uma força na divisão, cenário que mudou ano passado e que deve se manter nesta temporada. Sem grandes reforços na offseason, os Rangers apostam na melhora dos seus jogadores. Odor pode jogar melhor do que na última temporada, Beltré pode ficar mais saudável e Gallo pode melhorar sua abordagem no bastão, diminuindo o número de strikeouts, por exemplo. As melhores pontuais não farão do time um contender, mas melhorarão o panorama, ao menos. A rotação titular, ancorada por Cole Hamels, tem Mike Minor, Doug Fister, Matt Moore e Martin Perez e, convenhamos, não são nomes muito confiáveis para carregar uma campanha de pós-temporada. O ano será de maturação de jovens nomes e, quem sabe, de trocar de alguns ativos no prazo limite da temporada.

OAKLAND ATHLETICS

A equipe verde e amarela da Califórnia terminou pela terceira vez consecutiva na última colocação da divisão oeste na Liga Americana. Esse ano a equipe, salvo alguma surpresa, não deve competir forte por uma vaga na pós-temporada, mas deve ser portar melhor que o time de 75 vitórias da última temporada. Khris Davis, Matt Joyce e Jonathan Lucroy dão experiência a um alinhamento jovem que conta com Matt Chapman, Matt Olsen e Stephen Piscotty. Marcus Siemen não é um shortstop dos sonhos, mas se torna um bom nome até que Franklin Barreto não esteja pronto para as Grandes Ligas. A rotação é o grande ponto de interrogação para a equipe. Sean Manaea e Kendall Graveman devem ir bem durante o ano, mas são as únicas certezas. AJ Puk, promissor arremessador que deveria ter um tempo neste ano, passará pela Tommy John e perderá 2018. Ainda longe de ser contender, os Athletics montam um time interessante para o futuro.os próxi

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