Guia rápido da MLB 2018 — Liga Nacional

por Almir Lima Jr.

Segunda Base
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16 min readMar 29, 2018

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Os Dodgers chegam com a missão de manter a coroa de campeão da Liga Nacional (Foto: Getty Images)

Para celebrar o retorno da Major League Baseball, com o começo da temporada de 2018 nesta quinta (29), nós do Segunda Base montamos um guia conciso de preview para este novo ano com as principais informações sobre cada time das duas ligas e também com os nossos palpites. Aqui, estão as análises da Liga Nacional (se você quiser saber sobre os times da Liga Americana, clique aqui). Então, confira!

Divisão Leste

WASHINGTON NATIONALS

Após mais um ano de sucesso na temporada regular e decepção nos playoffs, os decision-makers dos Nationals decidiram mais uma vez pela via da troca de treinadores para tentarem acabar com o jejum da equipe na pós-temporada, substituindo o veteraníssimo Dusty Baker pelo agora ex-braço direito de Joe Maddon, Dave Martínez (que inclusive chegou a jogar pela franquia quando ela ainda estava em Montreal). O novato terá a missão de corresponder às altas expectativas da diretoria no que deve ser o último ano de sua superestrela, Bryce Harper, na franquia, com contrato expirando ao final de 2018. Além dele, outros jogadores importantes para o núcleo da franquia, como o abridor Gio González e o infielder Daniel Murphy, também estão rumando para a free agency ao final da temporada, o que pode aumentar ainda mais a pressão para que o time confirme o largo favoritismo e lidere a divisão por braçadas. Em 2015, a história era parecida e acabou se tornando em um dos maiores fiascos da história da franquia (e ainda ajudou a reviver os Mets, rivais de divisão). Será que Martínez vai conseguir ter sucesso na missão?

NEW YORK METS

2017 foi uma temporada para os nova-iorquinos se esquecerem, com uma multidão de lesões e escândalos fora do campo que contribuíram par a primeira temporada dos Amazin’s perdendo mais de 90 jogos desde 2009, isso após dois anos consecutivos indo aos playoffs. Quem acabou pagando o pato foi o manager Terry Collins, que foi “convidado a se aposentar” e tomar lugar no front office; o novato Mickey Callaway, mente por trás do sucesso dos arremessadores do Cleveland Indians, foi contratado como seu substituto com a missão de fazer a talentosa rotação dos Mets ficar saudável e performando bem em campo. O problema desse time não é talento, mas sim a saúde: quando saudável, tanto a rotação, quanto o alinhamento tem potencial para o topo da liga. O time ainda se aproveitou da lentidão do mercado para trazer o outfielder Jay Bruce, o terceira base Todd Frazier e o abridor Jason Vargas em contratos amigáveis para estabilizar a base. Se o desastre do ano passado não acontecer novamente, os Mets tem tudo para brigarem por pelo menos uma vaga no Wild Card.

PHILADELPHIA PHILLIES

Os Phillies são os favoritos a surpresa do ano. A equipe da cidade do amor fraternal decidiu pisar o pé no acelerador de sua reconstrução e abriu o bolso cedo no mercado para garantir a contratação do bom primeira base Carlos Santana, vindo de Cleveland, e no final ao assinar com o abridor Jake Arrieta, ex-Cubs, após o mercado dele não se materializar. O novo manager Gabe Kapler (o leitor mais antigo deve lembrar dele jogando como outfielder no Boston Red Sox durante a última década) também terá um bullpen reforçado pelas assinaturas de Pat Neshek e Tommy Hunter, que devem prover estabilidade para o fechador Héctor Neris. Mas o fator que pode fazer Philly competir pelos playoffs ou amargar mais um ano na nada agradável disputa pela lanterna da divisão é o desenvolvimento de seus jovens jogadores, como o segunda base Scott Kingery, que recebeu como voto de confiança da equipe um contrato de 6 anos sem ter aparecido em nenhuma partida oficial da MLB, e Rhys Hoskins, o novato sensação da última metade da temporada passada. A rotação, que ganhou muito com o reforço de Arrieta, é ainda jovem, e nomes como Aaron Nola, Jerad Eickhoff e Vince Velázquez deverão mostrar estabilidade para a equipe sonhar com outubro este ano. De qualquer forma, os torcedores do alvirrubro filadélfio podem ficar felizes pois a virada das fortunas da franquia está chegando num futuro muito próximo.

ATLANTA BRAVES

Para nós, torcedores brasileiros, o grande ponto para ficarmos de olho nos Braves nesta temporada é o desenvolvimento de Luiz Gohara na rotação da equipe da Geórgia. Ele começaria o ano já na rotação da equipe principal, mas uma lesão no joelho acabou atrapalhando os planos da equipe e agora seu retorno é esperado para o começo de maio; até lá, o veterano Aníbal Sánchez vai ocupar seu lugar. Sobre o time em geral, a diretoria pouco fez para reforçar o time, mesmo tendo atingido lucros recordes na primeira temporada completa atuando no SunTrust Park. A única novidade notável é a chegada do abridor Brandon McCarthy, que veio na troca de soma-zero com os Dodgers que levou Matt Kemp de volta para Los Angeles. Fica a expectativa para saber quando o fenômeno Ronald Acuña, que se mostrou quase pronto para as Grandes Ligas durante a pré-temporada, irá estrear no nível principal; dizem as más línguas que ele só não está na equipe que vai para o Opening Day pois a diretoria quer garantir um ano extra de controle do jogador segurando ele nas menores agora no início de temporada. De qualquer forma, é difícil enxergar algum sucesso para os Braves nessa temporada; o time abraçou a reconstrução, dura e árdua, em seu sentido bíblico e ainda está desenvolvendo seus prospectos para conseguir sucesso em 2 ou 3 anos, quem sabe.

MIAMI MARLINS

A temporada nem bem começou mas há um certo consenso no mundo do beisebol que o Miami Marlins é o grande favorito para receber a primeira escolha no draft do ano que vem. A equipe protagonizou um dos maiores desmanches da história da liga, trocando Giancarlo Stanton, o último MVP da Liga Nacional, para os Yankees por quase nada, e o restante do melhor outfield, ofensivamente falando, da MLB em 2017, em Christian Yelich (novo reforço dos Brewers (!)) e Marcell Ozuna (agora nos Cardinals), por pouca coisa também. O novo grupo de proprietários, gerenciado por Derek Jeter, precisava enxugar a folha de pagamento, mas o retorno foi muito pouco considerando o talento cedido e o recebido. Ainda assim, dá pra começar a reconstrução, que deve tomar um ritmo lento em Little Havana. Enfim, indo para a parte importante, o time em todo é muito fraco, e irá chegar para o Opening Day com seus jogadores mais experientes, como o abridor Dan Straily e o infielder Martín Prado, na lista dos machucados. José Ureña, que abrirá o Opening Day, teve um ano bom em 2017, mas as suas projeções indicam uma severa regressão (que condizem com os números de sua carreira). No demais, o principal objetivo vai ser tentar desenvolver o máximo de jogadores jovens possíveis nessa temporada. Olho no bom reliever Drew Steckenrider, que possui potencial para fechar nas Grandes Ligas, o terceira base Brian Anderson, que começará a temporada como titular, e o outfielder Lewis Brinson, principal peça vinda na troca de Yelich para Milwaukee e que pode se tornar um bom center fielder se o time tiver paciência.

Divisão Central

CHICAGO CUBS

Após acabarem com o jejum que deixou a franquia estagnada por mais de um século, os Cubs eram vistos como os grandes favoritos para o título (e até começarem uma dinastia na liga) no ano passado. Não se engane, os adoráveis perdedores de Chicago foram muito bem, obrigado, em 2017, ganhando a Divisão Central (até com um certo sufoco no final) e parando apenas para os Dodgers na NLCS, mas até mesmo o manager Joe Maddon acredita que o time poderia ter feito mais. Theo Epstein se mexeu no mercado, conseguindo fechar a contratação de Yu Darvish, que hoje se apresenta muito bem como um upgrade a Jake Arrieta na rotação, e do fechador Brandon Morrow, que impressionou no último bullpen dos Dodgers após sofrer com lesões no passado recente, e ao mesmo tempo conseguindo manter flexibilidade na folha de pagamento para conseguir se reforçar na deadline. Desta vez, entrando novamente como favorito, mas agora numa divisão mais equilibrada do que há um ano, o time precisará estar quente desde o começo para não precisar correr atrás na segunda metade da temporada igual ao ano passado. O time é muito talentoso, com uma base chegando perto de seus melhores anos, então é difícil não gostar das suas chances, mas desta vez a competição junto de Cardinals e Brewers pode fazer a disputa esquentar. Olho em Kyle Schwarber, que após uma temporada decepcionante, veio para o spring training com menos 13kg e com uma mentalidade nova para tentar retomar o seu estilo de jogo, que pode ser um diferencial para os Cubbies.

ST. LOUIS CARDINALS

Franquias históricas como o St. Louis Cardinals nunca podem ser deixadas de lado quando falamos em disputa por playoffs. Tá certo que a equipe não chega à pós-temporada há duas temporadas e que no geral, o talento da equipe não salte aos olhos, mas a equipe comandada pelo fan-favorite Mike Matheny (encontre o erro) apresenta um nível de estabilidade que proporciona uma consistência absurda no que se relaciona a performance. Brigando com os Brewers pelo posto de segundo melhor time da divisão atrás dos Cubs, os Cards não tem nenhuma estrela, mas é recheada de jogadores bons, do topo à base do plantel, e por isso chegam como um dos favoritos ao Wild Card. A equipe se aproveitou bem do desmanche dos Marlins para conseguir o ótimo outfielder Marcell Ozuna em troca, o que representa uma adição necessária de potência a um lineup que é recheado de rebatedores de contato. O shortstop Paul DeJong foi um dos melhores novatos da liga em 2017 e tentará construir em cima da boa temporada para fazer valer a extensão de seis anos assinada durante a pré-temporada, assim como Tommy Pham, que se transformou em uma força ofensiva e já é parte real do futuro da franquia. Na rotação, o reforço veio do Japão com Miles Mikolas, o ace do Yomiuri Giants, voltando para os Estados Unidos após ter sucesso na NPB, e a volta da promessa Alex Reyes da cirurgia Tommy John também deve ser um elemento que adicionará ainda mais ao grupo, agora capitaneado por Carlos Martínez, que abrirá o Opening Day contra os Mets. O bullpen é o ponto fraco e já começou mostrando problemas, com o fechador Luke Gregerson, ex-Astros, indo para a lista dos machucados antes da temporada começar. O destro Dominic Leone e o canhoto Tyler Lyons vão começar dividindo as situações de save, que devem continuar fluidas mesmo depois da volta de Gregerson. O gerente geral John Mozeliak precisará dar atenção especial para esse setor e se necessário, buscar reforços no mercado, a fim de não prejudicar as chances de playoffs.

MILWAUKEE BREWERS

A temporada passada foi de enorme importância para o futuro da franquia de Milwaukee, com o time tomando largos passos para avançar à etapa final da sua reconstrução e brigando até o último final de semana por uma vaga no Wild Card. O bom gerente geral David Stearns não teve medo de buscar reforços no mercado, conseguindo trocar pelo outfielder Christian Yelich, que agora jogando em um ambiente diferente dos Marlins e em um estádio que favorece rebatedores canhotos como ele, pode ver seus números aumentarem ainda mais agora, e trazendo Lorenzo Cain, ex-Royals, de volta para a franquia que o draftou após ter muito sucesso em Kansas City. O ataque dos cervejeiros promete ser um pesadelo para os arremessadores, apresentando um bom alinhamento. As ótimas temporadas de Travis Shaw e Eric Thames em 2017 ajudaram a solidificar ainda mais a reputação do lineup na liga. A questão principal aqui é o grupo de arremessadores. Milwaukee aparecia como um destino ideal para os abridores que receberam oferta qualificatória na offseason, mas aparentemente o front office não gostou muito dos nomes e preferiu gastar em nomes alternativos como Jhoulys Chacin ou então apostar em promessas como o novato Brandon Woodruff. Para um time que quer playoffs, a rotação de hoje, ancorada pelo consistente Chase Anderson, pode não ser suficiente para sobreviver a briga durante toda a temporada. Para isso, Stearns precisará se mexer se o time corresponda as expectativas para buscar um nome de mais qualidade no mercado de trocas. Por outro lado, o bullpen se apresenta como uma unidade interessante, com o bom Corey Knebel tentando se solidificar como um dos melhores fechadores da liga. O time trouxe ainda Matt Albers, que teve ótimo 2017 nos Nationals, para tentar dar mais experiência ao setor, que terá mais uma vez a sua disposição a promessa Josh Hader atuando numa função híbrida, como long reliever ou entrando em situações de alta pressão. É um dos times que estarão de olho numa das vagas pelo Wild Card.

PITTSBURGH PIRATES

Assim como os Marlins, os Pirates foram alvo de muito criticismo durante a offseason pelo desmanche que a equipe fez. Andrew McCutchen, a cara da franquia, agora joga nos Giants. Gerrit Cole virou reforço dos Astros. Ambos trouxeram um retorno que não equivaliam diretamente ao valor deles, talvez por consequência do lento desenvolvimento do mercado, talvez por pressa. No que importa, a diferença entre os dois desmanches é que os Pirates ainda tem condições de competir para ganhar partidas nesta temporada. O time trouxe Corey Dickerson, All-Star na última temporada e dispensado pelo Tampa Bay Rays por causa do alto salário, para tentar suprir um pouco a ausência de Cutch no lineup, assim como o jovem Colin Moran, vindo de Houston na troca de Cole, abrirá a temporada como terceira base titular e com a expectativa de se tornar o futuro da franquia na posição. Josh Bell teve boa temporada de novato na primeira base e se tornou uma das forças do lineup atual, ao lado do versátil Josh Harrison, que é o grande favorito desse time a ser trocado na deadline. A rotação, ancorada por Ivan Nova e o bom Jameson Taillon, que batalhou contra um câncer na temporada passada, não é uma força, mas também não compromete, assim como o bullpen, que além do fechador Felipe Rivero, dono de uma das bolas rápidas mais potentes da liga, não tem muitos jogadores experientes, mas que podem terminar o serviço, que é o que no final do dia o manager Clint Hurdle quer.

CINCINNATI REDS

Para o torcedor da franquia de Ohio, os dias como força da divisão Central no começo da década hoje são nostalgias de um passado que trouxe muita alegria, mas nenhum sucesso nos playoffs. Hoje, embarcado em um processo de reconstrução árdua, a equipe vai para aquela que deve ser sua quarta temporada consecutiva segurando a lanterninha da divisão. Pelo menos, o futuro parece bom para os Reds, donos da oitava melhor farm system da liga, de acordo com a MLB Pipeline; Nick Senzel, segunda escolha no draft de 2016 e quinto melhor prospecto da liga hoje, vai começar a temporada na Triple-A e deve certamente realizar sua estreia na MLB ainda neste ano. Luis Castillo teve uma ótima temporada de novato em 2017 e tem tudo para ser o ace da rotação no futuro. Além dele, o jovem Tyler Mahle, também no top 100 de promessas da liga, ganhou a competição por um lugar na rotação e irá para sua primeira experiência nas Grandes Ligas como abridor. No ataque, Joey Votto continua sendo o oásis no meio do deserto; chega até ser um pecado ele estar desperdiçando os seus melhores anos em um time que não tem condições de competir. Além dele, Eugenio Suárez, de contrato recém-estendido pela equipe, é o outro nome que ameaça mais no lineup. No bullpen, Raisel Iglesias se consolidou como fechador na temporada passada e caso continue tendo sucesso, pode ser um alvo fácil dos contenders procurando por armas de bullpen na deadline.

Divisão Oeste

LOS ANGELES DODGERS

Após 29 anos de espera, os Dodgers finalmente voltaram para a World Series e por pouco a equipe não conseguiu levar o Troféu do Comissário para casa, perdendo para os Astros em sete jogos. Agora, as expectativas são grandes para a equipe angelina, considerada a grande favorita a garantir a melhor campanha da Liga Nacional nesta temporada. O talento flui em todos os setores dessa equipe, comandada pelo brilhante Dave Roberts. Corey Seager aparece cada vez mais como um candidato a MVP em um futuro bem próximo, enquanto Cody Bellinger colocou a liga debaixo dos braços na última temporada e foi justamente coroado como Novato do Ano na offseason. Chris Taylor surgiu do nada para se tornar uma ameaça ofensiva, solidificando seu lugar no alinhamento, que neste ano terá a adição do velho amigo Matt Kemp, adquirido em troca com os Braves na offseason. Ele não deverá trazer muito mais do que alguns home runs para a mesa, mas seu papel no vestiário será importante numa equipe relativamente jovem. A rotação ficaria mais vistosa se a equipe tivesse conseguido renovar com Yu Darvish, mas continua com o mesmo nível de qualidade, capitaneada pelo melhor arremessador da geração atual em Clayton Kershaw. A expectativa ficará para ver se Hyun-jin Ryu irá finalmente retomar a forma de suas primeiras temporadas na MLB ou sucumbirá de vez às lesões; ele começará o ano na rotação com o time principal. O bullpen, na figura do fechador Kenley Jansen, sentirá falta de Brendon Morrow, mas figuras como Scott Alexander, adquirido em troca com os Royals, e Pedro Baez, tentarão ocupar a vaga deixada pelo agora jogador dos Cubs.

SAN FRANCISCO GIANTS

Os Giants começaram 2017 sonhando alto e terminaram com a segunda pior campanha da liga e o seu pior recorde em 32 anos. O sonho começou a terminar com o acidente de moto de Madison Bumgarner em abril que tirou o ace de combate por quase dois meses. Uma combinação de várias lesões e performance ruim no campo resultaram na campanha ruim, que gerou efeitos na comissão técnica, reformulada pelo manager Bruce Bochy, e no plantel em geral. Ao invés de se reconstruir (o que seria difícil para uma franquia da magnitude dos Giants), o time foi se reforçar com veteranos. Não apenas veteranos, mas jogadores que fizeram história em suas franquias. Evan Longoria, o maior ídolo da história do Tampa Bay Rays, agora joga na Bay Area, assim como McCutchen, que deixou a sua amada Pittsburgh para ir para a Califórnia. Além deles dois, o time trouxe o outfielder Austin Jackson, vindo de bom ano nos Indians e será titular logo de início. O time tem condições para brigar por playoffs em 2018, mas dependerá muito da saúde de seus titulares, pois não há muita profundidade nas ligas menores. Para variar um pouco, a rotação, que teoricamente seria um ponto forte, já está sofrendo com isso, com MadBum e Jeff Samardzjia já machucados; por isso, o canhoto Ty Blach foi o escolhido para enfrentar Kershaw no Opening Day. Digamos que as coisas já não começaram de uma maneira legal em SanFran.

ARIZONA DIAMONDBACKS

Em sua primeira temporada no comando dos Dbacks, Torey Lovullo conseguiu levar o time para sua primeira participação em playoffs desde 2011, vencendo o Wild Card contra os Rockies e depois parando contra os Dodgers na NLDS. Desta vez, com uma divisão mais equilibrado, a tarefa será mais difícil, mas não impossível. Os Dbacks têm talento de sobra para brigar por pelo menos uma vaga no Wild Card e até, talvez, dar um alô para os Dodgers na disputa para a divisão caso ocorra a famosa ressaca pós-World Series para o time angelino. O ace Zack Greinke sofreu com uma lesão durante o spring training, mas irá começar a temporada com o time sem problemas; ele capitaneia uma rotação que mostrou um bom nível de consistência, que precisará ser replicado para o time conseguir brigar. No ataque, a saída de J.D. Martínez deixará um vazio no meio do alinhamento, que o time tentará substituir por meio de Steven Souza, ex-Rays. Junto dele, outra novidade no outfield será o veloz Jarrod Dyson, que de forma silenciosa teve temporadas bem produtivas nos últimos 2 anos. Ah, e não podemos esquecer de Paul Goldschmidt, a face da franquia e melhor rebatedor da equipe, que terá ao seu lado o terceira base Jake Lamb no meio do lineup. No bullpen, Brad Boxberger, ex-Rays, ganhou a vaga de fechador na pré-temporada e, se saudável, pode ser um grande upgrade em relação a Fernando Rodney. Archie Bradley se destacou na última temporada como o ace do bullpen e seria burrice se Lovullo restringisse seu melhor reliever a atuar somente na nona entrada; é bom ver jogadores como ele ajudando nessa revolução dos bullpens na liga.

COLORADO ROCKIES

Ninguém dava muito pelo time de Denver no começo da temporada, mas silenciosamente, com o decorrer da temporada, os comandados de Bud Black se mostraram como uma das forças da Liga Nacional e foram coroados com uma participação no Wild Card, onde perderam jogo parelho contra os Dbacks. Tentando construir algo em cima do sucesso de 2017, os Rockies foram com tudo atrás dos melhores relievers do mercado, fechando as contratações de Wade Davis, ex-fechador dos Cubs, e Bryan Shaw, o faz-tudo do bullpen dos Indians, além de renovarem com o bom canhoto Jake McGee. Jogando metade das partidas no Coors Field, também conhecido como paraíso dos rebatedores, investir pesado em relievers (e especialmente no perfil dos nomes, com bolas rápidas muito velozes) parece fazer sentido, já que é muito difícil conseguir desenvolver abridores nesse ambiente. Jon Gray é o ace da rotação, conseguindo fazer o que dava para limitar a produção ofensiva em casa mostrando todo seu potencial, e uma boa temporada em 2018 pode servir para solidificar seu status. Ao lado dele, o time tem grandes esperanças no canhoto Kyle Freeland, que estreou no último ano e está garantido na rotação deste ano. O alinhamento ofensivo é a grande força dos Rockies, que conseguiram renovar com Carlos González já durante a pré-temporada e assim poderão usar Ian Desmond na primeira base, assim como queriam desde o começo. Fica a expectativa para mais uma grande temporada do astro Nolan Arenado, cada vez mais ganhando espaço como uma das estrelas da liga. A participação no Wild Card ano passado mostra que os Rockies tem de ser levado a sério na disputa e estarão fortes para tentar retornar aos playoffs neste ano.

SAN DIEGO PADRES

A única franquia profissional de San Diego tem um futuro ótimo pela frente. É de longe a melhor farm system da liga, com sete prospectos no Top 100 da MLB.com, e com um dos front offices mais ativos no mercado internacional de prospectos. Enquanto a garotada não fica pronta para as Grandes Ligas (e isso ainda deve levar um tempo), o time tenta desenvolver o máximo de jovens possíveis no nível principal, e neste ano eles terão a ajuda de Eric Hosmer, que acertou um contrato de sete anos com os Friars no começo do spring training. Ao mesmo tempo que o movimento parece precipitado, pois o time já tinha um primeira base em Wil Myers, é também uma forma de tentar mostrar para a liga que o time está construindo um futuro e que irá gastar para fazer ele acontecer. Entretanto, Hosmer não fará milagre, e pela lógica, San Diego deverá amargar mais um ano na lanterna da divisão Oeste. O time ainda trouxe o velho amigo Chase Headley e o shortstop Freddy Galvis para tentar reforçar o lineup, mas ainda assim há um gap significante entre os outros times da divisão. No ataque, os Padres gostariam de ver melhoras após as temporadas de novato de ambos Manuel Margot e Hunter Renfroe. O fechador Brad Hand, que acertou extensão de contrato na offseason após a equipe não conseguir ofertas boas por ele no mercado, é o grande destaque de um grupo de arremessadores fraco. O abridor Eric Lauer, escolha de primeira rodada no draft de 2016, deve fazer a sua estreia nas Grandes Ligas ainda esse ano, sendo provavelmente o primeiro de muitos outras promessas que deverão elevar a qualidade da unidade nos próximos anos.

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