Shohei Ohtani: a história da MLB em 2018
por Cássio Lyra
Como esse é o meu primeiro texto da nova temporada do beisebol aqui no Segunda Base, um feliz 2018 para nossos fiéis leitores e seguidores e que fazem o nosso trabalho ser ainda mais legal do que ele é. E a primeira coluna de 2018 é pra falar do que todos querem falar, ou pelo menos devem falar, porque até então é a história mais fascinante pra nova temporada da MLB: Shohei Ohtani.
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Desculpe, torcedores dos Yankees, agora com Giancarlo Stanton. Desculpe, torcedores dos Red Sox, agora com JD Martínez. Peço desculpas também para os torcedores dos Cubs, agora com Yu Darvish. Mas o Babe Ruth japonês é o jogador que mais estou ansioso para acompanhar em 2018.
Confesso que não acompanhei muito da sua carreira no Hokkaido Nippon-Ham Fighters, onde atuou por cinco anos, venceu o título em 2016 e foi três vezes para o jogo das estrelas da Liga Japonesa. Acompanhei mais de perto, é verdade, seu último ano no Japão, onde os rumores eram fortes de que a partir de 2019 ele estaria jogando na MLB. Em uma amostragem pequena, já que ele passou por cirurgia em outubro do ano passado, os números foram muito bons tanto arremessando quanto rebatendo.
Rebatendo, aliás, é o lado que estou mais surpreso para ver com o novo jogador dos Angels. Ele é canhoto, sabe rebater para todos os lados do campo, rebate com muita força, mas apresenta uma certa tendência de sofrer muitos strikeouts, algo que certamente ele deve apresentar melhoras significativas ao longo de sua carreira na MLB. Além das suas qualidades com o bastão na mão, outras coisas como rebater contra arremessadores canhotos, vencer os shifts defensivos são algo que nos vem a mente do tipo de rebatedor que será Ohtani para os Angels.
Eu sei que são só jogos de Spring Training, mas ele vem sofrendo um pouco com strikeouts, apesar de ter tido uma estreia muito boa com uma rebatida simples e dois walks. Mike Scioscia tem colocado Ohtani como o segundo rebatedor da ordem de ataque dos Angels, mas isso não signifique que ele fique nessa posição pra sempre ao longo da temporada. E por falar em strikeouts.
Uma coisa não podemos negar e inclusive diversos olheiros americanos já disseram isso e com muita tranquilidade: ele sabe e arremessar e muito. Enquanto no Japão, Ohtani ganhou comparações com Justin Verlander. O japonês tem uma excelente de combinação de bola rápida com slider (esse sendo o seu arremesso para strikeout) e tem mostrado muita compostura nas suas aparições no montinho com os Angels no Spring Trainning. Tá, eu sei que é só Spring Trainning, mas tá muito bonito de ver.
As questões que envolvem o sucesso de Ohtani se diz mais respeito ao que ele vai fazer com o bastão nas mãos, uma vez que ele arremessa como um veterano e dos bons. Aliás, os arremessadores asiáticos que foram tentar a sorte na MLB em tempos recentes têm tido o seu sucesso. Nomes como Darvish, Tanaka, Ryu, Maeda estão tendo boas temporadas e mostrando porque eram jogadores de elites nas ligas asiáticas.
Mais importante disso tudo em relação a Ohtani é o próprio time do Los Angeles Angels. Os vermelhos da Califórnia não vão aos playoffs desde 2014. Nesse o ano, a equipe teve a melhor campanha da temporada regular com 98 vitória, o MVP da temporada — Mike Trout, mas acabou sendo varrido na série de divisão para o Kansas City Royals. Desde então, nos anos seguintes, o time sequer chegou perto de brigar por uma vaga para poder jogar no mês de outubro.
O time fez contratações e trocas pontuais. Além de Ohtani, que chega pra ser o principal nome do grupo de arremessadores titulares do time, os Angels renovaram contrato com o veterano Justin Upton, Zack Cozart assinou contrato e o time fez uma troca com o Detroit Tigers para adquirir o veterano Ian Kinsler. Mesmo jogando na divisão do atual campeão, Houston Astros, dado todos os investimentos para o time, é uma obrigação os Angels se classificarem aos playoffs.
Ainda não sabemos e nem confirmações de que Ohtani será o arremessador titular do jogo de estreia dos Angels na temporada regular, apesar de que eu não veja melhor nome do que ele para tal função. A bolinha ainda não foi arremessada, mas eu não vejo a hora do novo camisa 17 dos Angels pisar em campo ou subir no montinho. Vamos ver se ele é tudo isso, e eu acho que é.
