(EXPLICADO) A sutil arte de ligar o foda-se

Chris Fedrizzi
SEIVA BRUTA
Published in
4 min readJan 23, 2019

Hoje nós vamos falar sobre: como ligar o foda-se.

Precisamos começar falando sobre o porquê do foda-se na vida, por que valorizamos o foda-se?

Lembre daquele(a) jovem na escola, fazia todos os esportes, era amigo(a) de todo mundo, falava inglês e ainda era bonito(a) que só. E o que você pensava?

“Nossa, ele(a) é muito legal, ele(a) está pouco se f#dendo com o que os outros pensam sobre ele(a).”

E assim começamos a valorizar o mágico, foda-se.

Eu mesmo já liguei muito o foda-se na vida, desde pequeno, vendia pão de mel na escola pra fazer uma grana, fui pra Taiwan fazer intercâmbio (ninguém nunca tinha ouvido falar), larguei a faculdade para começar a empreender, me mudei para morar sozinho em São Paulo sem um puto de dinheiro no bolso e outros exemplos dessa arte.

Esse texto não é sobre mim, então vamos voltar ao assunto. Primeiro, preciso te explicar a diferença entre: Ligar o foda-se e “Not giving a fuck”.

No texto do Mark Manson, ele menciona diversas vezes um trocadilho com a frase, usando às vezes o fuck no adjetivo (fucking good) e outras usando o sentido contrário da frase: Giving a fuck, que significa se importar com algo.

A arte de ligar o foda-se (explicado)

Imagine que nós nascemos com uma caixa de foda-se, normalmente quando criança essa caixa está lotada. Você se importa com tudo (give a fuck), se alguém pega o seu brinquedo, você chora e grita igual um louco.

A questão é que conforme vamos amadurecendo, essa caixa vai esvaziando a ponto de termos que escolher quais foda-se’s distribuir.

Precisamos definir muito bem antes de começar, isso não significa que vai ligar o foda-se pra tudo na vida. Você só vai se tornar um especialista em escolher o que vale a pena to give a fuck e o que não vale.

Essa é a arte de ligar o foda-se.

#1 — Ligar o foda-se não significa ser indiferente

Separando o joio do trigo.

Pessoas indiferentes normalmente são aquelas pessoas que fingem não se importarem com nada, como se nada fosse realmente importante, mas no fundo elas são as que mais se importam.

Só são frágeis demais para saberem lidar com a vida real, por isso se fazem de indiferente e tentam evitar o que está lá fora: a vida real.

Os “foda-sers” (eu criei essa palavra, foda-se) entendem que na vida existe sim adversidades, eles só não ficam presos a superfície. Eles não negam isso.

Eles olham para a adversidade de peito aberto, a questão passa a ser não dizer foda-se para tudo na vida, mas apenas para as coisas que não são importantes.

Aliás, os “foda-sers” estão confortáveis em serem diferentes. Essa é a chave.

#2 — Ligar o foda-se para as adversidades

É mais provável uma pessoa se importar com suas próprias coisas importantes. Quando não são mais importantes, essa pessoa para de se importar com a suas próprias coisas e passa a se importar com as coisas dos outros.

Todo mundo conhece, eu tenho certeza que você tem uma tia barraqueira, aquela louca que briga na fila do supermercado.

Vamos a cena:

Ela entra no Extra com aqueles cupons de desconto, o caixa diz que não é mais válido a promoção e ela começa a gritar. Quer falar com o gerente.

Mas é claro, essa sua tia não transa há 25 anos, os filhos foram morar fora do país, ela já se divorciou 7 vezes e não tem uma aposentadoria. Quando o caixa nega os cupons, o que mais ela pode se importar no dia?

Enfim, eu tenho uma notícia pra te dar:

Se você se importa muito com coisas triviais do dia a dia, possivelmente a sua vida está muito chata e você não tem nada de melhor para se importar.

A questão é onde alocamos os nossos foda-se’s.

Invista eles de forma inteligente.

#3 A caixa do foda-se está diminuindo

Como eu disse no início, quando criança nós damos muito valor a tudo, choramos por qualquer coisa e brigamos por coisas bobas.

Acontece que agora a nossa energia vai diminuindo, você precisa selecionar muito bem e escolher com sabedoria o que vai give a fuck.

O nome dessa mudança é bem famosa, se chama M A T U R I D A D E.

Ficando mais velho aprendemos a aceitar mais a vida como ela é, nos importar mais com o que realmente importa.

Nota final

Desculpe os palavrões. Brincadeira, foda-se.

Essa arte não é do dia pra noite, você precisa exercitar ela, espero ter te causado pelo menos um pouco de desconforto e guia para ligar o foda-se.

Lembrando, esse conteúdo foi criado com base no texto em inglês do Mark Manson, você pode ler ele clicando aqui ou comprando o livro dele.

Se você quer receber mais conteúdo, inscreva-se na nossa newsletter semanal.

--

--