Em partida truncada, a Dinamarca vence o Peru
No jogo mais importante para a Dinamarca na fase de grupos, sendo as próprias palavras do técnico Age Hareide, a seleção escandinava conseguiu a vitória pelo placar mínimo sobre o Peru, com gol de Yurary Poulsen. A atuação foi uma das piores da equipe sobre o comando do técnico norueguês, onde a seleção peruana impôs o seu ritmo e ainda teve um pênalti bisonhamente perdido por Cueva.
Durante o primeiro tempo, Stryger-Larsen, que estava na lateral esquerda, se aproveitou dos espaços cedidos por Pione Sisto, que estava cortando para dentro e criando junto com Christian Eriksen. Com isso, um espaço grande na defesa dinamarquesa surgia para os contra-ataques em velocidade de Luis Advíncula e André Carrillo. Os peruanos enfumaçaram o lado direito de ataque peruano, criando boas chances e obrigando Kasper Schmeichel a trabalhar bastante.
No ataque, a Dinamarca não conseguia criar muito, e ainda perdeu Kvist logo no começo da partida após choque em disputa de bola. O meio campista recebeu uma joelhada nas costelas e teve que sair mais cedo da partida. Lasse Schöne entrou no seu lugar e ajudou bastante a transição dinamarquesa, tirando um pouco da obrigação de Eriksen voltar para receber a bola e avançar para o ataque.
Poulsen tentou bastante pelo lado direito e junto com Eriksen, eram os que mais criavam as alternativas de ataque para a seleção, mas tudo parava na boa e apertada marcação de Miguel Trauco. A grande decepção da primeira etapa e também do jogo foi Nicolai Jorgensen, o centroavante não conseguiu se desprender da marcação e quando se movimentava, não buscava a jogada pelo centro do ataque, caindo pelas pontas.
No fim do primeiro tempo, o bate cabeça da defesa dinamarquesa ficou exposto. Kjaer e Christensen tiveram bastante dificuldades no posicionamento, pois Stryger não conseguia recompor a linha defensiva. Sisto ficava como auxiliar na marcação e Poulsen voltava e marcava mal, inclusive cometendo o pênalti em Cristian Cueva. No entanto, na cobrança Cueva mandou a bola mais ou menos em Moscou (a partida era em Saransk, cerca de 650km de distância).
Já na segunda etapa o panorama da partida foi alterado. A dupla de zaga já estava bem postada, Dalsgaard ajudava bastante na marcação, anulando o lado esquerdo do ataque peruano. Assim, Sisto cumpria sua função defensiva na esquerda, com Stryger ajudando mais. A Dinamarca voltou com a mais clara intenção de jogar apenas por uma bola, e assim foi logo no começo da etapa, em belíssimo contra-ataque Eriksen ligou Sisto, que entrou na área pela esquerda e bateu na saída do goleiro, mandando para o fundo das redes.
Após o gol, começou o tormento da seleção europeia. Paolo Guerrero entrou na seleção do Peru e infernizou no ataque. Com todo seu vigor físico e a grande habilidade de criar chances por si só, Guerrero ganhou todas as disputas contra Christensen, que inclusive foi substituído, mesmo fazendo um bom jogo. Zanka Jorgensen entrou no seu lugar: forte, com 1,91 de altura e enfim anulando Guerrero, já que dificultou os giros e as chances do atacante.
O fim do jogo virou um Deus nos acuda, Hareide ainda tentou mudar o jogo com Braithwaite, que não conseguiu adicionar em nada e foi bastante apagado na partida, diferente do jogador que estava no seu lugar, Pione Sisto. Jorgensen, que não estava em um dia inspirado, não foi substituído e teve algumas chances de contra-ataque, mas conseguindo perder todas, inclusive se embolando com a bola, mas após defesas e defesas de Schmeichel, a Dinamarca conseguiu a vitória e está na segunda colocação do grupo, com os mesmos três pontos da França, que venceu a Austrália por 2 a 1.
O próximo compromisso da seleção dinamarquesa é contra a Austrália e, caso vença, tem grandes chances de já estar classificada e jogar contra França, na última rodada, apenas para definir quem estará na primeira colocação do grupo. No próximo jogo Hareide tem que mudar muitas coisas na equipe. Kjaer não esteve tão bem nos lançamentos, a criação de jogadas estava muito focada em começar nas pontas e cruzar, diferente do normal que é carregar até a intermediária pelo centro e depois se espalhar pelas pontas, além disso, Dolberg deve ganhar a chance de começar uma partida no lugar de Jorgensen, que foi um espectador no campo, principalmente no primeiro tempo.
