Mesmo sendo dominada pela Austrália, Dinamarca consegue arrancar um empate

Matheus Nascimento
Sem Mundial
Published in
4 min readJun 22, 2018
Foto: Getty Images

A seleção dinamarquesa empatou por 1 a 1 com a Austrália, nesta sexta-feira, e ficou com boas chances de se classificar para as oitavas de final da Copa do Mundo. Porém, se olharmos as atuações, é evidente o perigo que está passando o time dirigido por Age Hareide, que vai ter problemas para a escalação da equipe que enfrentará a França, na última rodada da fase de grupos.

O jogo começou disputado e com a Dinamarca pressionando, tanto que, logo aos sete minutos, Nicolai Jørgensen recebeu passe na área, trabalhou bem de pivô e tocou para Christian Eriksen, que mandou de esquerda para o fundo das redes, abrindo o placar e dando maior alívio para a seleção, mas o time não agiu como o esperado e logo após os 15 minutos começou a pressão australiana, apesar de muitos chutes ao gol, todos iam para fora, facilitando um pouco a vida de Kasper Schmeichel.

Quase aos 25 minutos a Dinamarca teve grande chance de fazer o segundo gol com Jørgensen, mas após o cruzamento de Dalsgaard, o atacante cabeceou para fora. Após isso veio o lance mais controverso da partida, Yurary Poulsen tentou afastar a cobrança de escanteio na área, mas Leckie chegou antes, cabeceou e a bola bateu na mão de Poulsen, após consulta no VAR, o árbitro marcou a penalidade e Mile Jedinak, com sua frieza incrível, empatou a partida.

Yurary Poulsen recebeu o cartão amarelo pela penalidade cometida e está fora do jogo contra a França após ter levado dois cartões amarelos em dois jogos, e ter cometido duas penalidades em dois jogos também, sendo as duas marcadas com o auxílio do VAR, que foi o maior astro nas entrevistas pós-jogo dos jogadores dinamarqueses. Eriksen disse que não gosta desse sistema e Schmeichel falou sobre o VAR ser rigoroso demais.

Foto: Reuters

Depois do empate, a Austrália pressionou a Dinamarca que não conseguia fazer mais nada em campo, o time jogou de forma mais apática do que demonstrou contra o Peru, na primeira rodada. No finalzinho da etapa, Eriksen, com a ajuda do zagueiro, quase recolocou a Dinamarca na frente, mas o goleiro Ryan fez boa defesa.

O segundo tempo foi um pouco mais corrido, mas a Austrália imprimiu seu ritmo e comandou a partida, acelerando o jogo, criando mais chances, tendo maior volume, porém, cedeu campo para a Dinamarca, que tentava nos contra-ataques. Hareide percebeu isso e tirou Poulsen para colocar Braithwaite, mas o ponteiro é bastante limitado, não adicionando nada para a equipe, assim como foi no jogo contra o Peru, que o mesmo entrou no lugar de Pione Sisto.

Nicolai Jørgensen, apesar da belíssima assistência para Eriksen, também teve mais um jogo apagado, mas dessa vez houve substituição e Andreas Cornelius entrou no seu lugar. Mais uma vez Hareide “morreu” com Dolberg no banco, uma atitude bastante contestada até, já que o jovem do Ajax tem bem mais a oferecer do que as outras duas opções da frente, ainda mais para um jogo que se desenhava no contra-ataque, porém, o técnico preferiu ter a sua referência lá na frente e esperar o meio de campo guiar tudo.

A Dinamarca podia ter feito uma atuação melhor — nos dois jogos, mas está bem abaixo do que todos esperavam e a seleção parece estar sempre dependendo de um lampejo de Eriksen, que nem sempre pode ou consegue render o esperado. A marcação da Austrália em cima do astro do Tottenham estava bastante apertada. O meio-campo da Dinamarca também mostrou sérios problemas para marcar os armadores da Austrália, que conseguiram rodar a bola com velocidade, diferente da seleção Dinamarquesa, que ficava nas bolas trabalhadas, assim perdendo bastante tempo e dando mais espaço para a defesa se recompor, se fechar e travar todas as possibilidades de ataques nas laterais, um dos pontos mais fortes da equipe.

Para o jogo contra a França, Age terá que mudar muita coisa além de Yurary Poulsen, a mentalidade da equipe não está legal e a forma como se posta no campo não é a melhor e nem se parece com as que já foram vistas durante as Eliminatórias para a Copa, por exemplo. Dolberg, que é bastante versátil, pode jogar na ponta, pode jogar ao lado de Jørgensen ou até mesmo um pouco mais recuado, ajudando Eriksen na criação de jogada, mas se seguirmos o que já observamos, Braithwaite, mesmo com duas atuações ruins saindo do banco de reservas, deve ser o titular contra a seleção francesa.

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