Salah estreia, mas não consegue evitar segunda derrota egípcia na Copa

Caio César Nascimento
Sem Mundial
Published in
3 min readJun 20, 2018
Foto: Reuters

Um dos momentos mais esperados dessa edição da Copa do Mundo era a estreia do “Rei do Egito”. Após excelente temporada pelo Liverpool, Mohamed Salah ganhou status de estrela na competição. No entanto, a lesão na final da Champions League atrapalhou não apenas os planos do jogador como criou uma grande incerteza na cabeça dos egípcios.

Por fim, o craque conseguiu se recuperar para atuar no Mundial, mesmo sendo apenas na segunda rodada, contra a anfitriã Rússia. Hector Cúper, treinador da seleção, poderia tê-lo colocado por alguns minutos contra o Uruguai, quando a equipe fora castigada com um gol no final da partida, porém, o professor argentino preferiu não arriscar.

Com Salah como titular desde o início, o Egito manteve seu esquema tático, o 4–2–3–1, para enfrentar uma Rússia que fizera cinco gols na estreia. Apesar do estardalhaço doméstico, havia confiança no futebol egípcio de que as coisas poderiam dar certo.

Analisando pelo primeiro tempo, a prerrogativa era verdadeira, pois a equipe árabe mostrou uma nova faceta. Contra os uruguaios, os egípcios tiveram que jogar pelo melhor resultado possível, já que o seu craque não atuaria na partida. Por muito pouco a missão não foi concluída com sucesso.

A presença de Salah, mesmo não estando 100%, foi o suficiente para a evolução técnica de alguns jogadores. Um dos melhores foi Trezeguet, extremo-esquerdo, que chegou a assustar a meta de Akinfeev duas vezes na primeira etapa. Outro que teve seu desempenho melhorado pela presença de Salah foi o meia El-Said, que teve precisão de 85.3% nos passes e três passes decisivos.

O Egito conseguiu jogar de igual contra a Rússia no primeiro tempo, especialmente porque Hamed e Elneny conseguiram tomar conta de Golovin, destaque na primeira partida, fazendo com que o jogador do CSKA tivesse partida apagada. A jogada mais de clara de gol, inclusive, fora do próprio Egito num chute cruzado de Trezeguet, que quase pegou Akinfeev de surpresa, quando o arqueiro quase foi traído pelo golpe de vista.

Entretanto, logo no início do segundo tempo, uma tragédia aconteceu. Com menos de quatro minutos de jogo os donos da casa abriram o placar numa infelicidade tremenda do capitão Ahmed Fathi, que fora destaque no primeiro jogo contra o Uruguai. Em chute despretensioso de Zobnin, o experiente lateral-direito foi tentar cortar e acabou desviando contra a própria meta.

Foto: Reuters

Se já não bastasse a pressão por conseguir uma vitória contra os anfitriões, o gol contra caiu como um balde de água fria. A equipe de Hector Cúper ficou tonta e não conseguiu assimilar a gravidade da situação.

Doze minutos depois, a Rússia ampliaria o placar para 2x0. Em boa troca de passes, Mario Fernandes apareceu por trás da marcação de El-Shafy e cruzou rasteiro para Cheryshev ampliar o marcador. Menos de dois minutos depois, Dzyuba, em um chute de rara felicidade, fez o terceiro.

Existem coisas que só acontecem com o Egito? Pode-se dizer que sim. Mesmo numa atuação de destaque perante o Uruguai, os africanos saíram derrotados no último minuto. Após bom primeiro tempo contra a Rússia, a equipe sofre com um gol contra logo no início da etapa complementar. Mentalmente fragilizados, o Egito virou presa fácil contra uma equipe que ganhou muita autoestima.

Salah chegou a diminuir o placar em cobrança de pênalti aos 28 do segundo tempo. Menos de 10 minutos após descontar o placar, o Egito teve um pênalti renegado quando Mohsen foi derrubado dentro da área. Difícil dizer se que os faraós conseguiriam uma remontada história, mas o erro da arbitragem contribuiu para que o desespero se tornasse em luto.

Agora o Egito vai para o último jogo, já eliminado, contra a Arábia Saudita, buscando terminar o torneio com uma vitória, algo que jamais conseguiu antes.

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