Suíça perde e dá continuidade ao tabu de cair nas oitavas

Gabriel Gomide
Sem Mundial
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4 min readJul 4, 2018
Foto: EFE

Em confronto truncado, Suíça perde para a Suécia por 1 a 0 e mantém a escrita de cair na primeira fase de mata-mata. Com o resultado, o time se despede da Copa com uma campanha razoável, mas com a sensação que dava para ter ido mais longe.

Para este jogo, Petkovic foi obrigado a fazer algumas mudanças, mas o time seguiu o mesmo padrão de jogo anteriores. As duas alterações forçadas foram devido ao terceiro cartão recebido pelo capitão Lichtsteiner e o zagueiro Schär. Os jogadores escolhidos foram Lang, para a lateral direita e o experiente Djourou para zaga.

Outra mudança feita pelo técnico foi no ataque. Com intuito de resolver o problema que persistiu o Mundial inteiro, Drmic foi testado como o centroavante para esta partida, mas as dificuldades no setor continuaram. Fora essas trocas, o time manteve o 4–2–3–1 com os laterais abertos na parte ofensiva e Behrami fechando o meio com os zagueiros.

O jogo começou com a Suíça tentando aproveitar erros do adversário para tentar fazer o gol. Foi assim duas vezes nos primeiros cinco minutos, mas as chances foram mal concluídas. A partir daí as chances se igualaram.

No primeiro tempo, a partida foi extremamente truncada. Os times não conseguiam criar chances e o jogo ficava preso no meio de campo e bastante disputado na parte aérea, uma vez que os dois times possuem bom porte físico, o que fez o jogo fluir menos. Este tipo de jogo ficou mais favorável ao time sueco, que tem seu futebol apoiado na ligação direta e na parte defensiva e fez a Suíça sofrer um pouco para tentar mudar isso.

Nos poucos momentos de lucidez da partida, a Suíça mantinha o seu padrão de tentar atacar pelas beiradas do campo e alçar a bola na área. De vez em quando também acionava Shaqiri à espera do ponta direita tirar algum coelho da cartola. Enquanto isso a Suécia se apoiava no meia esquerda Forsberg, que tentava fazer jogadas individuais e depois servir os atacantes, porém não estava sendo bem sucedido.

Se nenhum dos times estava se destacando, a sorte resolveu aparecer para abrir o placar. Aos 66 minutos, Forsberg recebeu pelo meio, deu um drible de corpo em Xhaka e finalizou para o gol sem muito perigo, porém Akanji na tentativa de tirar a bola do gol, desviou a trajetória da pelota, que traiu o goleiro Sommer e morreu dentro gol.

Foto: Reuters

Atrás no placar, o time suíço se lançou ao ataque, exagerando nas bolas cruzadas e nos chutes de fora da área, que eram sempre bloqueados pelos zagueiros suecos. Contribuindo com isso, Petkovic fez duas substituições, Embolo e Seferovic entraram no lugar de Dzemaili e Zuber. A partir daí, o jogo foi um misto de bolas cruzadas, decisões precipitadas e chutes bloqueados.

Com as alterações, o time passou a jogar no 4–2–4, com Shaqiri e Embolo aberto pelas pontas e Seferovic e Drmic no centro da área. Esse esquema forçou a Suíça a cruzar a bola na área a todo custo, foram 15 ao todo se contarmos a partir do momento que o time sofreu o gol. Os atacantes até estavam conseguindo ganhar os duelos aéreos mas não conseguiam finalizar com destreza.

Se pelas pontas as chances não se concretizavam, Shaqiri, que estava em um dia pouco inspirado, tentava chutes de médias distância, acompanhado de Xhaka, mas a zaga da Suécia rebatia todas as bolas. Embolo se apresentava a todo momento para o jogo, mas, por afobamento, não conseguia concluir bem as jogadas.

A cada minuto que se passava, o jogo estava virando um ataque contra defesa. O técnico sueco fechou o time todo, uma prova disso foi a retirada de Forsberg, principal jogador do time, para a entrada do lateral Olsson, para conter as investidas de Shaqiri.

A eliminação suíça foi decretada no último minuto de jogo, quando Olsson aproveitou um contra-ataque e saiu na cara do gol de Sommer, mas foi parado por Lang à centímetros da área. O lateral foi expulso, e o apito final soou após a cobrança da falta, decretando a eliminação da Suíça.

Fazendo um balanço frio da competição, a Suíça poderia ter feito melhor campanha. É verdade que surpreendeu o Brasil no primeiro jogo e ganhou da Sérvia, mas empatou com a fraca Costa Rica. O time teve atuações desequilibradas, começou a maioria dos jogos de maneira ruim e foi ajustando ao longo dos jogos.

A defesa foi o ponto forte do time e a parte central ofensiva foi o que deixou a desejar. O time se apoiou muito no talento de Shaqiri, porém, um dia em que ele não estava muito bem foi punida por isso. Dzemaili, como anteriormente previsto, não conseguiu organizar os movimentos ofensivos pela parte central do campo, o que fez o time atacar quase sempre pelas pontas, tornando-se um time previsível.

Se Rodríguez pela esquerda e Lichtsteiner e Shaqiri pela direita eram as esperanças ofensivas do time, faltou um centroavante para conseguir finalizar as jogadas. Drmic, Seferovic e Granovic se revezaram naquela função, mas nenhum conseguiu atingir as expectativas.

Antes de começar o torneio a lógica apontava que o time suíço sairia nas oitavas pela a Alemanha, o que seria extremamente normal. Porém o time encarou a Suécia e foi eliminada, deixando um gostinho de que poderia ter avançado mais. Essa sensação não é só devido ao adversário mas pelas circunstâncias da eliminação, que veio de um gol em que a sorte atuou um grande papel. No mais, segue o tabu suíço de ser eliminado nas últimas competições na primeira fase de mata-mata.

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