A vitória contra o América e a importância de Henrique

Sem Clubismo F.C.
Sem Clubismo F.C.
Published in
3 min readMar 13, 2017

O Cruzeiro de Mano Menezes iniciou a temporada de forma avassaladora, com 12 vitórias e 1 empate, sendo a equipe com melhor rendimento dentre as que disputam a Série A em 2017. Um ponto importante da forma com que a equipe trabalha é facilmente perceptível: o capitão Henrique.

Basicamente, o camisa 8 tem sido a principal válvula de escape da equipe celeste na saída de bola. O volante possui o papel de iniciar todas as jogadas, mas de uma forma diferente da usual.

Henrique, em alguns jogos, tem descido de posição na construção das jogadas, de forma com que ocupe a posição central de uma linha de três, formada nos extremos pelos zagueiros. Com isso, a projeção dos laterais é facilitada e a transição da defesa para o ataque é facilitada, possibilitando as jogadas tanto pelo meio com a apresentação dos mais avançados para o jogo, quanto pelas laterais, possibilitando facilmente a chegada a linha de fundo em tabelas.

[caption id=”attachment_3624" align=”aligncenter” width=”768"]

(Foto/Arquivo Pessoal)[/caption]

Essa função ocupada pelo capitão, consegue ainda ser potencializada com a presença de Kunty Caicedo em campo, já que a mobilidade e qualidade de passe do equatoriano, claramente superior a das outras opções da zaga, desafoga Henrique e tira sua obrigação total na saída de bola.

Apesar da forma em que o sistema tem sido eficaz, Mano Menezes trabalhou de forma diferenciada na partida contra o América-MG. Dessa vez, nem Henrique e nem Cabral (que na falta do capitão tem realizado a função), em nenhum momento participaram ativamente da saída de bola. A linha de 3 que possibilitava a saída dos laterais havia sumido, sendo substituída pela característica saída com 2 zagueiros alinhados, que obriga muitas vezes, os jogadores de menor qualidade técnica a trabalhar exageradamente com o goleiro.

Manoel e Léo, titulares na vitória, claramente não conseguiram dar a equipe, a mobilidade característica dos primeiros jogos e Rafael foi obrigado a dar chutões por diversas oportunidades. Os maiores prejudicados com isso, foram os laterais Diogo Barbosa, que apesar da dificuldade, conseguiu driblar a tática e se apresentou bem, e Ezequiel, que por sua vez não jogou bem, apresentando muitas dificuldades tanto para sair jogando, quanto para realizar a cobertura quando os americanos retomavam a posse da bola rapidamente.

No meio-campo, Ariel e Henrique também jogaram mais alinhados, guardando mais a posição. Isso exigiu bastante dos atacantes, que foram obrigados a se apresentar mais na região central do campo, o que a partir dos 20 minutos do primeiro tempo não funcionou, com Gustavo Blanco do América cobrindo com maestria os espaços.

[caption id=”attachment_3626" align=”aligncenter” width=”709"]

Além da saída de bola, o capitão tem aparecido pra marcar (Foto: Washington Alves/Cruzeiro)[/caption]

A vitória, possibilitou perceber a importância dessa função a que Henrique se submetia a realizar, no desenvolvimento do jogo da equipe. Não se sabe o porque de Mano ter aberto mão do posicionamento, mas qualquer um sabe que se quisermos voltar a ter novamente um ganho no rendimento, ela será completamente necessária e em certo ponto, até obrigatória.

--

--