Catar — O DNA de Guardiola no Oriente Médio

Yuri Laurindo
Sem Clubismo F.C.
Published in
3 min readJun 10, 2019

Faltando 4 dias para o início da Copa América, o Sem Clubismo traz uma série de textos especiais sobre a competição. Uma seleção por dia, até a bola começar a rolar, para entrarmos no clima e conhecermos melhor essa rica história.

A Copa do Mundo do Catar começou muito antes de 2022, com um projeto muito audacioso. Passando por grandes times na Europa e reestruturação da base no país, a equipe chega pra impressionar, depois de assombrar a Ásia e conquistar a Copa Continental da região.

Os naturalizados

A ideia de que o Catar tem uma base montada por jogadores naturalizados vem de muito tempo, principalmente no Brasil, já que Sheik, ex-Corinthians e Rodrigo Tabata já atuaram pela seleção catariana. Apesar desse esteriótipo, pra Copa América de 2019, a equipe chega somente com 5 estrangeiros e, dessa vez, sem nenhum tupiniquim.

O principal jogador da Seleção é sudanês e tem uma incrível história de superação. Com apenas 22 anos, Almoez Ali conseguiu se livrar das garras de um governo tirano, em um país muito pobre para brilhar nos campos do Oriente Médio. Matador nato, em 7 jogos, o africano fez 9 gols na Copa da Ásia e levou os sheiks ao delírio.

Além de Almoez, o Catar tem como destaques estrangeiros o zagueiro português Ró-Ró, os egípcios Ahmed Fatehi e Ahmed Alaaedin, além do iraquiano Bassam Al-Rawi, o francês Karim Boudiaf e o argelino Boualem Khoukh.

Um treinador com passagem pelo Barcelona

O Guardiolismo ganhou muitos adeptos pelo mundo e, sem dúvidas, encantou os dirigentes de outras culturas, principalmente por se tratar de um modelo com uma mentalidade vencedora. O Catar buscou para tocar seu projeto um careca que também é da escola do famoso catalão, que hoje treina o City.

Félix Sanchez Bas passou pelo Barcelona por 10 anos, no período entre 1996 e 2006, ele fez parte dos juniores do clube. Em La Masia, o treinador teve na mão talentos como Sergi Roberto, o qual ele ajudou a lapidar. Contratado pelos catarianos para criar um projeto vencedor, ele foi um dos precursores da Aspire Academy, centro de excelência que buscava o desenvolvimento do futebol no Oriente Médio.

Com um futebol dito vistoso, no toco y me voy, o Catar é audacioso no projeto e vai tentar apresentar algo parecido no Brasil, apesar de, pela primeira vez, enfrentar equipes de muito mais qualidade em confrontos oficiais.

A Aspire Academy

Aberta em 2004, a Aspire Academy faz parte do plano do Catar de mudar toda uma cultura pelo esporte. O centro de excelência é grandioso e não abriga somente o futebol, como também outros esportes.

Contando com diversos campos, tratamento diário para atletas menores de idade e profissionais de vários países, ali o futebol no Catar tem se transformado e, finalmente, começado a colher frutos.

Expectativa

Os catarianos chegam ao Brasil para ganhar experiência e começar a projetar a Copa do Mundo em que será sede, no ano de 2022. Se espera atuações dignas, porém, será impressionante caso a equipe consiga chegar ao mata-mata do torneio. O importante para a Seleção está na grandiosidade do momento como um feedback de anos de trabalho nas categorias de base.

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