Disneytino: as opções de Zidane para o Real Madrid — Parte 2

Bruna Mendes
Sem Clubismo F.C.
Published in
5 min readJul 13, 2019

Parte 1: https://medium.com/semclubismofc/disneytino-as-op%C3%A7%C3%B5es-de-zidane-para-o-real-madrid-parte-1-9abede362da

4–3–1–2 e variação 4–4–2

A minha formação favorita. Esse esquema coloca tudo que o time tem de melhor em campo logo de cara, porém é de extrema importância que os laterais apoiem ofensivamente para dar profundidade ao time, algo que não é inexistente, mas que se torna bastante instável com dois centroavantes a frente. Nessa circunstância, o sistema defensivo acaba ficando exposto quando o time perde a posse da bola, e isso faz com que o canhão caia nas mãos dos volantes: Casemiro, Kroos e Modric. O trivote acaba por ficar sobrecarregado e cada jogador precisa estar no mais alto nível para que tudo ocorra bem.

Karim Benzema, apesar de ser potencializado jogando com dois pontas, sempre agregou absurdamente no time quando jogava ao lado de Cristiano Ronaldo e com Isco por trás. Absurdo fora da área, o francês tem agora, com a chegada de Luka Jovic, uma “sombra” por ali.

Estatísticas de Benzema e Jovic na última temporada.

O jovem de 21 anos veio de uma temporada goleadora com o Eintracht Frankfurt e promete para ajudar os madridistas com gols e assistências. Apesar de ser um artilheiro de fato, Jovic não é resumido nesse quesito apenas, conseguindo contribuir além disso. Mesmo chegando em Madrid como uma sombra de Karim ao invés de companheiro em campo, é muito mais interessante para o sérvio quando outro atacante puxa a marcação e o deixa livre na área e de cara para o gol, e quem acompanha o Madrid e o francês sabe que essa função é a que melhor preenche as características dele. Jogando na companhia de Rebic e/ou Haller, na maioria das vezes, o novo atacante madrilenho distribuiu bem a bola no ataque se movimentando bem, sendo veloz e em muitos momentos com a camisa do clube alemão se deslocava até a lateral do campo, jogando quase como um ponta. Limitar seu trabalho apenas como um atacante fixo não é a melhor opção devido a tudo apresentado na Bundesliga, e tudo isso, por fim, é um indicio que ele deve jogar junto com o camisa 9, e que isso, com certeza, seria a melhor forma do mesmo ser inserido e de se adaptar a outra liga.

Apesar de “parecidos” como podemos ver no mapa de calor, os jogadores podem se completar em campo. (SofaScore)

A maior incerteza seria Hazard jogando mais livre do que o habitual. Sempre pela esquerda, quando foi deslocado para jogar como falso 9, por exemplo, não se adaptou bem e seu jogo era quase que insuficiente com essa mudança. Por dentro e mais recuado, iria oferecer basicamente o que o Isco fazia na temporada 16/17 e no famoso XI de Cardiff. Para dar mais liberdade para que ele ofereça o seu melhor, a característica necessária para essa função é mais do que “adaptável”.

Mapas de calor de Hazard em 18/19 e Isco na temporada 16/17. (SofaScore)

Como podemos ver nos mapas de calor acima, a movimentação de Isco na temporada é parecida com algo que o belga fez no Chelsea na última temporada, mas a diferença segue sendo o fato de Hazard vir da esquerda sendo decisivo e incisivo para o meio e entrada da área e Isco sair do meio para a esquerda, quebrando a entrelinha com passes rápidos. Essa situação depende extremamente do que Zidane pode aprontar com o atacante e definir de cara o que ele pode e o que ele não pode fazer. Como na frente teria dois atacantes que se movimentam bastante, isso pode abrir espaço para uma maior condução da bola e que o jogador se torne mais artilheiro do que foi no clube inglês. É notório para que essa formação funcione bem que a flutuação de Hazard seja bem trabalhada, de forma que não limite as habilidades do jogador, que são imprescindíveis.

4–4–2

Restringindo o uso de pontas, essa formação tem potencial para ser quebrada e transformada em um 4–4–2, que geralmente é usada quando o time não tem a bola, mantendo os dois atacantes e passando Hazard de vez para a esquerda, mesmo que seja algo que acarrete problemas defensivos. Isso abre portas para os reservas e principalmente para Vinícius que pode jogar em qualquer posição do ataque, até junto com Benzema, algo que foi testado por Solari e agradou.

Modric já é praticamente um meia pela direita e mesmo com seus 33 anos tem absurdos para oferecer por ali, mesmo que receba menos minutos do que de costume. No fim das contas essa posição do croata gera uma maior segurança para cobrir a lateral, enquanto Casemiro e Kroos estão nas costas do lateral esquerdo.

No próximo texto iremos falar da formação 4–3–3 e seus componentes, finalizando a série.

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Bruna Mendes
Sem Clubismo F.C.

Uma vez na vida outra na morte escrevo sobre umas coisa daora aí.