Disneytino: as opções de Zidane para o Real Madrid — Parte 3

Bruna Mendes
Sem Clubismo F.C.
Published in
5 min readJul 14, 2019

4–3–3

Essa formação foi a mais utilizada nos últimos anos, intercalando entre alguns jogadores no meio e com o trio BBC lá na frente. O auge desse esquema aconteceu só depois de Casemiro ser inserido ainda na época de Rafa Benítez, pós um Ancelotti que não contava com o primeiro volante de cara e usava Toni Kroos como o volante mais recuado. Com a chegada de Zidane, o uso do jogador se tornou frequente, evoluindo e elevando o nível do poder de marcação da equipe, dando mais liberdade para Kroos e Modric e potencializando o volante brasileiro, que se tornou um dos melhores da posição.

Não podemos negar que essa formação com três meias foi um divisor de águas e o pilar para o tricampeonato europeu. Atualmente os volantes avançados compartilham de uma mesma função, porém em lados diferentes. Kroos ainda é um jogador excepcional e a cada temporada que passa contribui mais na marcação. Na situação de Luka Modric, é de extrema importância que a equipe já tenha em mente quem irá revezar com o croata, para que ele tenha uma carga de jogos menor, menos desgaste e esteja bem fisicamente para as grandes partidas.

No atual elenco, o time conta apenas com Fede Valverde e Dani Ceballos, e isso é bastante preocupante já que o espanhol tem saída quase como certa, pois o treinador francês insiste que não será utilizado, o que é estranho. Restando apenas um meia, tudo indica que a equipe vá atrás de um reforço ainda nessa janela. Pogba e Eriksen são os mais citados e podem elevar o patamar da competição nessa região do campo por já estarem em uma pratilheira acima e introduzidos no mais alto nível europeu.

O uruguaio ganhou a confiança de Zidane na última temporada e deve ganhar muitos minutos na próxima.

O ataque

São tantas opções no elenco que dá para ficar perdido. Hazard e Benzema são praticamente titulares absolutos e a dúvida maior acaba sendo a ponta direita. Nessa formação é de extrema importância um jogador por ali para romper a defesa adversária, porque Carvajal apoia bem menos do que Marcelo do outro lado.

Na época do trio BBC, os três jogadores se movimentavam bastante, trocavam de posição a todo momento, com Benzema sendo essencial para tudo fluir bem. Com a chegada de tantos atacantes, o trabalho de Zidane nesse caso será como adaptar cada um no campo, analisando quem pode oferecer melhor em cada função. Sabemos que Vinícius já está mais do que adaptado nesse time e sua sincronia com Benzema, que demonstrou ser um excelente mentor, pode ser favorável para uma conciliação e encaixe por ali. Associando isso, Hazard deve se habituar rápido e já na pré-temporada teremos ideias de como ele irá se comportar, a dupla com o camisa 9 pode potencializar ainda mais o belga.

Rodrygo provavelmente de começo não será uma das primeiras opções, como disse no texto anterior, e seu foco maior é a pré-temporada, de forma que mostre capacidade logo de cara. Brahim foi um jogador que demorou a ter chances, mas desfrutou de todas que recebeu e foi o reserva que mais aproveitou os poucos minutos da última temporada. Apesar de ter um hype menor que dos outros jovens, o espanhol precisa ter a confiança do treinador, que aparentemente gostou dele, para prosseguir com bons desempenhos. É fundamental para rotação do elenco em pontos corridos um jogador como ele, fora que ele tem tudo para se tornar um grande jogador no futuro.

É necessário, também, que seja bem trabalhado dentro do clube e, como disse acima, ele recebe menos olhares se você comparar com os outros, e isso pode ajudar pois convive com menos pressão, fazendo o encaixe ser mais fácil. O jovem espanhol é muito técnico, tem movimentos rápidos, produz bastante e é ambidestro, fato que acaba sendo excelente pela versatilidade, ganhando ainda mais prestigio para atuar em diversas funções.

Mapa de calor de Brahim na La Liga 18/19 e Rodrygo no Brasileirão 2019. (SofaScore) Ambos podem jogar pelos dois lados e essa versatilidade pode contribuir para o jogo de pés trocados como já foi testado na última temporada.

No caso dos veteranos Bale, Vázquez e Asensio tudo se torna uma incógnita. O galês tinha saída praticamente certa no fim da última temporada, mas muitas coisas indicam que ele fique. Os espanhóis são peças de confiança do técnico e no final das contas vão ser utilizados, Asensio principalmente.

Não temos bola de cristal para saber o que está passando naquela careca e muito por ser início de temporada e poucas especulações envolvendo um ponta que jogue pela direita. Com isso os jovens terão mais espaços, mesmo que alguns minutos sejam destinados a Asensio e Bale. Por mais que Lucas Vázquez tenha certa “experiência”, deve ser utilizado em caso bem específico de retranca, se tornando a última opção caso fique, pois é um atacante que não possui muita qualidade para oferecer, limitado em diversos atributos e é destinado a cobrir os laterais antes do que qualquer outra coisa.

Por mais limitada que seja essa formação, é a mais fácil de encaixar os jogadores, e isso pode pesar em algum momento. O ponto fraco é, de fato, o meio-campo, que conta com poucos jogadores e um Isco com um físico suspeito para confiar em certos jogos. A intensidade pode acabar faltando em jogos que se torna necessário mais imposição dos meias. Tudo indica que a temporada seja divertida de acompanhar, muitas mudanças, novos jogadores e de volta aquela ilusion que o torcedor perdeu na última temporada.

Parte 1: https://medium.com/semclubismofc/disneytino-as-op%C3%A7%C3%B5es-de-zidane-para-o-real-madrid-parte-1-9abede362da

Parte 2: https://medium.com/semclubismofc/disneytino-as-op%C3%A7%C3%B5es-de-zidane-para-o-real-madrid-parte-2-9ea503afd6e2

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Bruna Mendes
Sem Clubismo F.C.

Uma vez na vida outra na morte escrevo sobre umas coisa daora aí.