Em meio a tensões políticas, saiba como seria a Seleção Catalã de futebol caso ocorra a separação da Espanha

Sem Clubismo F.C.
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7 min readOct 1, 2017

Colaborou: Gabriel Gouveia

Neste dia 1 de Outubro, a Catalunha vive um dia histórico. O referendo que aborda a separação da região da Espanha está em curso e muitas tensões, causadas pela declaração da votação como ilegal, tomam conta do território. Em meio à tudo isso, uma dúvida surge na cabeça do amante do futebol: o que acontecerá com o Barcelona? Como seria a Seleção Catalã? Qual seria o impacto do acontecimento para o esporte? Nós vamos resolver algumas dessas dúvidas.

Em relação ao clube Barcelona, e até mesmo, o Espanyol, os mais conhecidos da região, existem boatos de que há um interesse na disputa da Ligue 1, o Campeonato Francês, nos moldes parecidos ao que vive o Mônac, ou da Premier League, como acontece com clubes do País de Gales. Já partindo para o lado da seleção, os catalães já se juntaram para disputar alguns jogos recentemente e nós resolvemos montar nosso XI ideal de uma equipe que tem tudo pra causar impacto, tanto por desfalcar a Roja, quanto por ser forte por si só.

Goleiro: Kiko Casilla (Real Madrid)

Nascido em Alcovér, o goleiro Kiko Casilla atualmente é reserva do Real Madrid e possui 30 anos de idade. Não sendo um dos grandes na posição, Casilla seria um “quebra-galho” e simplesmente, completaria a equipe. A agilidade não é seu forte, porém ele tem se saído bem quando recebeu oportunidades de substituir Keylor Navas na meta madrileña. Apesar de ser formado na Castilla de Madrid, se destacou no Espanyol e acumula apenas um jogo pela Seleção da Espanha.

Lateral-Direito: Hector Bellerín (Arsenal)

Bellerín é um dos laterais mais rápidos do mundo e se destacou no Arsenal, após despontar nas categorias de base do Barça. Atualmente com 22 anos de idade, apenas, o jogador natural de Calella, município de Barcelona, é um dos mais promissores na posição e chegou a ser alvo inclusive dos próprios culés na última janela de transferência. Se destaca pela boa chegada ao ataque e pela força física.

Zagueiro: Gerard Piqué (Barcelona)

O zagueiro Piqué é o símbolo dessa seleção catalã. Além de ser um ótimo jogador, que se destaca pela tranquilidade, físico avantajado e qualidade na bola aérea, o culé é uma grande imagem política. Sendo pivô de diversos protestos pela seleção espanhola, o veterano de 30 anos, nascido em Barcelona, seria um dos pilares da seleção, tanto futebolisticamente falando, quanto como líder.

Zagueiro: Marc Bartra (Borussia Dortmund)

Natural de Sant Jaume dels Domenys na província de Tarragona, o zagueiro é uma das últimas revelações da La Masia, categorias de base do Barça. Atuando no clube até 2016, se transferiu para Alemanha após perder o prestígio dos torcedores devido às constantes falhas. No BVB, o catalão retomou o bom futebol e tem se destacado pela tranquilidade para realizar botes e pela qualidade em sair jogando de cabeça em pé. Se feriu em recente ataque terrorista ao ônibus das abelhas e de certa forma, é um símbolo de resistência.

Lateral-Esquerdo: Jordi Alba (Barcelona)

Lateral rápido, com qualidade de passe e condição de chegar bem ao ataque, Jordi Alba atualmente é titular da seleção da Espanha. Nascido em L’Hospitalet de Llobregat, um concelho da Província de Barcelona, possui 28 anos de idade e uma carreira vitoriosa. Pelo Barcelona venceu de tudo e mais um pouco, além de ter sido melhor do mundo na posição no ano de 2013.

Volante: Sergio Busquets (Barcelona)

Campeão do Mundo em 2010 pela Seleção Espanhola, Sergio Busquets é sem dúvida um dos grandes volantes de sua geração. O camisa 5 é técnico e marca muito bem, além de ter a cara do Barcelona. Falar de sua carreira aqui seria chover no molhado. Conquistou tudo que disputou e até hoje faria falta em seu time, mesmo com a idade avançada. São 100 jogos com La Roja, levantando também uma Euro, fora a Copa.

Meio-campo: Cesc Fabregás (Chelsea)

Atualmente no Chelsea, Cesc Fabregas é um meio-campista que se destaca pela sua inteligência e qualidade de passe invejável. Passando por Arsenal e Barcelona, carregando diversas convocações para La Roja no currículo, possui um currículo recheado de títulos. Hoje com 30 anos, nasceu em Arenys de Mar e foi um dos melhores jogadores dos azuis de Londres no título da última Premier League.

Meio-campo: Sergi Roberto (Barcelona)

Sergi Roberto chegou ao Barcelona com quatorze anos, vindo do vizinho catalão Gimnàstic. Nascido na cidade de Reus, Sergi sempre se destacou por fazer diversas funções, fato que se repetiu seja no clube ou Seleção. Fez praticamente sua formação de base inteira em La Masia e encantou Luis Henrique, então treinador do time B. Chegou a ter sequência com o treinador na equipe principal, mas nunca se mostrou muito regular. O polivalente tem 3 partidas pela Roja e marcou 1 gol.

Atacante: Gerard Deulofeu (Barcelona)

Natural de Riudarenes, o atacante retornou ao clube que lhe formou como jogador para esta temporada de 2017–18. Com apenas 23 anos, já rodou por diversas ligas e clubes sem nunca ter atendido as expectativas criadas em seu início de carreira. Seu forte é a velocidade e deve ser muito aproveitado pelo Barça com a venda do menino Neymar e a lesão grave do recentemente contratado Dembelé. Tem 4 jogos pela Roja e um gol marcado. Foi campeão e destaque em diversas competições de base com a camisa da ‘Fúria’.

Atacante: Cristian Tello (Real Betis)

Vindo da base do rival Espanyol, Tello foi mais um dos pontas velozes que despontaram no Barça na última geração. Também não vingou no clube e foi emprestado a Porto e Fiorentina até chegar ao Betis para esta temporada. O jogador de 26 anos nasceu em Sadabell, município de Barcelona, e tem convocações inclusive para os jogos Olímpicos de 2012. Atuou apenas uma vez pela seleção principal.

Atacante: Bojan Krkić (Alavés)

Talvez e muito provavelmente a maior decepção da história da base do FC Barcelona. Nascido em Linyola e com descendência Sérvia, o atacante foi o maior goleador de La Masia, onde nas sete temporadas em que disputou em categorias inferiores chegou a marca de 800 gols, sendo um dos maiores goleadores da história em todas as categorias do clube. Passou a ser muito querido em toda a Espanha quando optou por defender o país em que nasceu e não o de seu pai, que também foi jogador. Os números impressionantes de jovem não se converteram em realidade e hoje, aos 27 anos, Bojan está no Alavés, já tendo passado por 6 ligas diferentes sem nunca ter convencido. Figurou em diversas convocações e tem ao todo 43 jogos pela Espanha.

A Seleção Catalã causaria muito impacto no mundo do futebol, mesmo sendo de segundo escalão. A defesa da equipe e o meio-campo seriam muito fortes, com jogadores com velocidade e muita qualidade de passe, o que facilitaria a transição entre os setores, porém o ataque deixa a desejar.

Bojan, Tello e Deulofeu, são os maiores exemplos da decepção que La Masia tem se tornado, sendo nomes que geraram grandes expectativas e não trouxeram retorno. Por fim, o futebol pode ser um alento para esse povo, que tanto sofreu em termos de violência para conseguir o que deveria ser direito de todos: o voto. Que cenas como a de hoje não se repitam e que o humano seja mais colocado em primeiro plano frente aos interesses políticos.

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