O maestro da orquestra croata

Gabriel Gouveia
Sem Clubismo F.C.
Published in
3 min readJun 22, 2018

A Copa do Mundo tende a marcar para sempre a carreira de um jogador por conta de determinada atuação. Tanto pro bem, como nas partidas mágicas de Zidane contra o Brasil em 1998 e 2006, quanto pro mal, como no pênalti desperdiçado por Zico, contra a França, em 1986.

Foram citados no parágrafo acima dois jogadores consolidados na prateleira dos maiores da história. E, nessa Copa, podemos estar vendo diante de nossos olhos a afirmação mais do que justa de um gigante de 1,72m no panteão dos deuses da bola.

Tetracampeão da Champions League com o Real Madrid, Luka Modric costuma aparecer para o público em geral como um baita coadjuvante para Cristiano Ronaldo e companhia, quando na verdade, talvez ele seja o grande protagonista.

Dono do meio-campo merengue e principal articulador do time há anos, o croata joga e faz o time jogar. É a engrenagem principal de uma máquina de futebol com as peças muito bem encaixadas, mas que funcionam com maestria muito por conta dele.

Mas sempre há quem diga que para que um jogador de futebol esteja num patamar lendário quando encerrar a carreira, é necessário ter uma partida memorável em uma Copa no currículo. E se isso faltava para Modric, hoje não falta mais.

A leitura de jogo diferenciada do camisa 10 da Croácia permitiu que seu time anulasse e batesse os hermanos até com certa tranquilidade, tendo em vista que a Albiceleste pouco chegou com perigo de fato. Mantendo o jogo controlado, mesmo com a menor posse do início ao fim.

A noção de jogo apurada, faz com que Luka tenha consciência do momento certo de desacelerar em momentos de pressão do adversário, e acelerar quando há boa oportunidade de contragolpear.

Fora a dominância no meio, Modric ainda apoia o ataque com maestria. E foi com dribles simples e objetivos que se desvencilhou da marcação na entrada da área e bateu forte no canto de Caballero. Um belo gol para carimbar a bela atuação. Seria um pecado não tê-lo nos melhores momentos.

Um dia não teremos mais Cristiano Ronaldo, num outro não teremos mais Messi. Mas asseguro que, pra quem aprecia o futebol, o dia em que perdermos Modric será tão triste quanto. A nossa sorte é que esse dia ainda não chegou.

Desfrutemos.

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Gabriel Gouveia
Sem Clubismo F.C.

Só futebol. Escrevo umas paradas no Sem Clubismo FC.