Por onde andam? Qual foi o final dos primeiros convocados por Dunga em 2006?

Sem Clubismo F.C.
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22 min readAug 30, 2017

Em 2006, após um desastre contra a França na Copa do Mundo, a CBF anunciou o novo comando técnico impressionando todos os torcedores. Buscando uma renovação, o treinador escolhido para assumir a seleção foi nada mais, nada menos que Dunga.

No dia 1º de agosto daquele mesmo ano, o gaúcho anunciou sua primeira convocação, visando o primeiro amistoso da sua “Era”, contra a Noruega. Pela primeira vez, nomes de ligas menores apareceram em destaque e alguns nomes que atuavam no Campeonato Brasileiro também estiveram na lista. O Sem Clubismo buscou a lista e resolveu trazer para os leitores um especial: que fim levaram? Se prepare, porque alguns nomes chegam a ser bizarros ao extremo.

Legenda: Nome (Time em que atuava durante a convocação)
Goleiros:

Gomes (PSV Eindhoven-HOL): Em 2006, Gomes atuava pelo PSV e era ídolo nas terras holandesas. Sendo um dos maiores da história do clube, se transferiu para a Inglaterra no fim de 2008, para jogar pelo Tottenham. Atuou bem pelo clube de Londres por anos, chegando a garantir sua vaga na Copa do Mundo de 2010, porém perdeu espaço e chegou a ser emprestado para o Hoffenheim da Alemanha.

Na terra germânica, o goleiro sofreu uma fratura na mão e não atuou muito. Por fim, acabou voltando para a Premier League, fazendo parte do elenco do Watford que conseguiu a promoção pela Championship em 15–16. Hoje, aos 36 anos, é titular do clube do Condado de Hertfordshire e sofre com algumas críticas, mesmo que ainda consiga mostrar em algumas oportunidades o motivo de ter se destacado tanto no passado.

Fábio (Cruzeiro): Considerado por muitos o melhor goleiro do Brasil por anos, Fábio recebeu a chance em 2006 após uma temporada em que se destacava apesar das críticas sofridas por ser desatento. Naquele ano, tinha sido marcado por sofrer dois gols de Rogério Ceni, uma semana depois de voltar do amistoso, em jogo que o Tricolor Paulista conseguiu o empate no Mineirão quando o Cruzeiro tinha aberto 2 a 0.

O goleiro da raposa não voltou a ser convocado por anos e não conseguiu a tão sonhada vaga na Copa do Mundo de 2010. Em 2011, recebeu outra chance, mas novamente não se firmou e ficou de fora de mais uma Copa. Recebeu o prêmio de melhor goleiro do Brasileirão por duas oportunidades, em 2010 e 2013, porém ficou pra trás em convocações que contaram até com somente nomes que atuavam no país.

Zagueiros:

Juan (Bayer Leverkusen-ALE): Um dos pilares da seleção em 2006, Juan foi ídolo no Leverkusen e estava no auge na época da convocação. Esteve presente em todo o ciclo do técnico Dunga, atuando na Copa América de 2007 e também na Copa das Confederações em 2009, títulos conquistados naquela “Era”. Por fim, chegou a Copa do Mundo em alta.

Se tratando de clubes, o zagueiro se despediu da Alemanha no meio do ciclo e rumou a Itália, para jogar na Roma. Jogou na equipe até 2012, quando resolveu voltar ao Brasil, para atuar no Internacional. Atuou por 3 anos em Porto Alegre e retornou ao time que lhe deu as primeiras oportunidades na carreira: o Flamengo. Hoje, aos 38 anos, Juan deve se aposentar na Gávea.

Lúcio (Bayern de Munique-ALE): Campeão mundial em 2002 e titular na equipe de 2006, com a chegada de Dunga, Lúcio assumiu a faixa de capitão da seleção canarinha. Foi a maior das unanimidades daquele ciclo e foi o responsável por levantar a taça da Copa das Confederações em 2009, porém ficou de fora da Copa América, dois anos antes, por lesão. Em 2010, foi um dos pilares do time que foi eliminado pela Holanda e com a chegada de Mano Menezes começou a perder espaço.

No total, o zagueiro atuou por 105 oportunidades com a camisa amarela e foi ídolo no Bayer Leverkusen, no Bayern de Munique e atuou também pela Internazionale com notoriedade. Em 2013 retornou ao Brasil para jogar pelo São Paulo e após um ano, pulou o muro da Barra funda e passou a vestir a camisa do Palmeiras. Já muito velho, não teve um bom momento no país e acabou se transferindo para o futebol indiano. No FC Goa, terminou seu ciclo no futebol, sendo treinado por Zico.

Luisão (Benfica-POR): Atuando em Portugal, desde 2003, Luisão foi convocado carregando o peso de estar presente no fracasso em 2006 e de ser ídolo na terra lusitana. Não sendo utilizado no primeiro amistoso da “Era”, o careca participou de todo o ciclo, até conquistar a vaga na Copa de 2010. No ano daquela convocação, o brasileiro tinha acabado de assumir a braçadeira de capitão das águias.

O jogador permanece até hoje em terras européias e faz parte do elenco do Benfica, se dizendo torcedor do clube. Em 2016, cogitou-se uma volta ao futebol brasileiro, com Cruzeiro e Santos demonstrando interesse em seu futebol, porém, o jogador preferiu permanecer. É fato que com 36 anos, Luisão já não está no auge da sua forma, porém ainda tem sequência no Campeonato Português, se destacando negativamente pela sua lentidão.

Alex (PSV Eindhoven-HOL): Atuando na Holanda durante a primeira convocação de Dunga, o zagueiro Alex tinha acabado de ser cortado do grupo da Copa de 2006 por lesão. Presente no elenco campeão da Copa América de 2007, teve grandes problemas físicos durante o ciclo e acabou sendo cortado, novamente por lesão, da seleção que foi a Copa das Confederações em 2009 e a Copa do Mundo de 2010.

Depois de passar pelo PSV, Alex foi anunciado como principal esperança para a defesa do Chelsea em 2007, fazendo 135 jogos pelo clube londrino. Em 2012, se transferiu para a França, no ínicio do novo projeto do PSG. Em 2014, voltou a um clube gigante, passando a atuar pelo Milan da Itália. No ano passado, aos 34 anos, foi cogitado por alguns clubes brasileiros, como Santos, mas resolveu se retirar do futebol. Hoje, com 35 anos, Alex ainda aparece na Vila Belmiro pra prestigiar a equipe que o revelou para o futebol.

Laterais:

Cicinho (Real Madrid-ESP): Cicinho começou no Atlético-MG, virando ídolo após substituir Mancini, porém saiu do clube depois de desentendimentos com a diretoria. Seu grande momento foi no São Paulo, onde foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2005. Depois de ser um dos destaques do clube da capital paulista, foi contratado pelo Real Madrid, onde foi muito bem e conquistou o Campeonato Espanhol no ano seguinte. Com a troca de técnico no clube de Madri e uma série de lesões, o brasileiro passou a receber menos chances. Michel Salgado e Sergio Ramos (naquela época lateral) foram mais utilizados durante a maioria da pré-temporada do Real, e Cicinho, portanto, solicitou uma transferência para a Roma, onde ficou por um bom tempo.

Ele fez parte da seleção brasileira que ganhou a Copa das Confederações de 2005 e foi um dos 23 jogadores escolhidos para representar o Brasil na Copa do Mundo de 2006. Fez parte da primeira convocação de Dunga mas não foi a Copa, e em 2010 retornou ao São Paulo, porém não conseguiu se firmar no futebol brasileiro. Em 2012, o Sport o anunciou como novo reforço para o Campeonato Brasileiro. No ano seguinte, continuando sem impressionar no Brasil, o lateral, já com 33 anos, foi para a Turquia jogar ao comando de Roberto Carlos (ele mesmo) e ficando lá até meados de 2016. Atualmente ele se encontra sem clube.

Maicon (Internazionale-ITA): Maicon teve grande importância na seleção entre 2003 e 2014, mas seu verdadeiro auge foi entre 2006 e 2010 sendo tetracampeão da Calcio A com a equipe de Milão. O lateral-direito continuou a boa forma que exibiu nas temporadas anteriores durante a temporada 2009–10 e se sagrou campeão da Champions League com a Internazionale em 2010 e acabou ganhando o prêmio de melhor defensor da Europa. Em 2010 foi convocado para a Copa do Mundo na África do Sul sendo o titular da sua posição. Já na Copa de 2014, no Brasil, foi titular contra a Colômbia e Alemanha nas fases de mata-mata e na disputa de 3º lugar contra a Holanda.

Sua ida à Inglaterra para defender a camisa do Manchester City não foi das melhores. Já com 31 anos, Maicon sofreu com lesões e não conseguiu manter seu futebol e sem espaço nos blues foi liberado para confirmar seu retorno a Itália, assinando com a Roma. Após quase 1 ano parado, treinando no Botafogo, mas sem contrato, o brasileiro foi anunciado em maio desse ano como novo jogador do Avaí sendo, atualmente, reserva do time.

Gilberto (Hertha Berlim-ALE): Lateral-esquerdo utilizado na Copa do Mundo de 2006, Gilberto foi um dos que se manteram no elenco após a renovação que Dunga disse que ia realizar. Na época, atuando na Alemanha, ele tinha iniciado o seu processo de transição para ocupar a faixa de meio-campo, porém, não era utilizado nessa função na seleção. Mesmo ficando de fora de algumas convocações durante o ciclo, esteve presente na Copa América e na Copa do Mundo.

Após passar pelo Hertha Berlim, foi vendido ao Tottenham, onde fracassou. Em 2009, então, voltou ao Brasil para defender o Cruzeiro, retomando o seu bom futebol. Jogando tanto pela lateral, quanto pelo meio, Gilberto virou o coringa da equipe celeste no Vice-Campeonato Brasileiro de 2010, que lhe credenciou para a convocação final do treinador Gaúcho. No fim da sua carreira, passou por Vitória e América-MG e hoje, aos 41 anos, coordena as categorias de base do Araxá-MG, tendo contrato vigente para atuar se necessário.

Marcelo (Fluminense): Sendo considerado por muitos o melhor lateral-esquerdo do mundo, Marcelo teve início de carreira na base do Fluminense, sendo promovido em 2005 ao elenco profissional pelas mãos do treinador Abel Braga. Já no ano seguinte, o brasileiro com apenas 17 anos, era o titular da posição e ganhou a chance na convocação de Dunga. Após a saída de Roberto Carlos, o Real Madrid contratou Marcelo durante a janela de transferência de janeiro em 2007, sendo uma das jovens apostas do presidente Ramón Calderón que procurava um jogador que se mantê-se por muitos anos na equipe assim como o já ídolo brasileiro. Ao longo do tempo, sua habilidade e velocidade fizeram ele se tornar-se o titular absoluto da posição até os tempos de hoje.

Ele foi convocado para o time olímpico de 2008, onde ganhou uma medalha de bronze, porém ficou de fora da Copa do Mundo de 2010 e dos demais torneios profissionais do ciclo. Já na olimpíada de 2012, onde o Brasil ganhou uma medalha de prata, Marcelo foi um dos três jogadores over-age. Com a camisa merengue, o lateral conquistou 17 títulos, dentre eles 4 Champions League sendo bicampeão de forma inédita na temporada 16–17. Atualmente o brasileiro é o vice-capitão da equipe madrilena e titular absolto da seleção do técnico Tite.

Meias:

Gilberto Silva (Arsenal-ING): Gilberto começou sua carreira como jogador de futebol em 1997 no América Mineiro e depois de boas atuações, o Atlético Mineiro o contratou em 2000, onde ele se tornou ídolo. Pelo bom futebol apresentado, o mineiro gerou interesse de clubes europeus e acabou sendo vendido ao Arsenal em agosto de 2002. No mesmo ano, foi convocado para a Copa do Mundo, onde o Brasil consagrou-se campeão. O volante foi titular em todos os jogos da campanha do pentacampeonato, sendo um dos principais pilares para o título da Seleção Brasileira. Na Inglaterra fez história, o brasileiro ganhou 5 títulos com os Gunners, sendo um deles a Premier League de forma invicta. Durante seu tempo em Londres, Gilberto se tornou um dos melhores meio-campistas defensivos da Europa.

Depois do desapontamento do Brasil na Copa do Mundo em 2006, o brasileiro foi convocado por Dunga no ano seguinte para a Copa América e foi o capitão da equipe em alguns momentos, embora ele tenha perdido a final por suspensão. Após 7 anos defendendo o Arsenal, o brasileiro foi para para o clube grego Panathinaikos sendo titular absoluto e permaneceu tendo chances na seleção. Em 2011, voltou ao Brasil para defender as cores do Grêmio e assinou por 18 meses com o clube, mas não teve muito prestigio. Após seu contrato com o tricolor gaúcho acabar o ídolo voltou a sua casa assinando um pré-contrato com o clube mineiro para o ano de 2013. Foi recebido no aeroporto e falou no sonho de ganhar a Libertadores pelo Atlético Mineiro. Não demorou muito e o sonho se tornou realidade. O volante conseguiu junto com seus companheiros o feito de ganhar o maior título da história do alvinegro. Em 2015, depois de dois anos sem clube, anunciou sua aposentadoria aos 38 anos.

Edmílson (Barcelona-ESP): No interior, Edmilson começou sua carreira no XV de Jaú mas acabou sendo vendido em pouco tempo ao tricolor da capital. Com o São Paulo conquistou 6 títulos em 6 anos pelo clube. Posteriormente, foi vendido ao Lyon onde começou a se destacar mais, ganhando três títulos do Campeonato Francês consecutivos. O volante também fez parte do elenco campeão da Copa do Mundo da Coréia e Japão em 2002. Vendido ao Barcelona em 2004, o brasileiro não teve grande relevância e acabou jogando poucos jogos. Já na temporada 2005/06 ele conseguiu recuperar sua melhor forma, desempenhando um papel importante na equipe de Frank Rijkaard, quando ganharam a La Liga e a Champions League. Convocado para a Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, Edmílson foi forçado a se retirar da equipe depois de sofrer uma lesão no joelho em um treino antes do torneio. Retornou a seleção na primeira convocação do comando Dunga mas depois nunca mais foi chamado.

Tempo depois de sair do Barcelona, Edmilson voltou ao Brasil para defender a camisa do Palmeiras depois de não conseguir seu espaço no Villarreal. Ficou pouco menos de 1 ano em São Paulo e retornou a Espanha assinando com o Real Zaragoza, ajudando na permanência do time na primeira divisão duas vezes. Em 2011 foi contratado pelo Ceará mas no ano seguinte pendurou as chuteiras. Atualmente o ex-volante trabalha com futebol, pela CBF e pelo clube catalão.

Dudu Cearense (CSKA-RUS): Com um currículo recheado e com muito sucesso na Europa, Dudu sempre foi uma promessa desde as categorias de base do Vitória e destaque nas seleções de base, mas infelizmente não superou todas as expectativas e sofreu bastante com lesões no decorrer da carreira. Pelo Vitória venceu o Campeonato Baiano em 2002/03 e a Copa do Nordeste em 2003. O ano de 2003 foi muito especial para o volante, já que abriu os olhos no Mundial Sub-20 sendo o artilheiro da competição. Após todo destaque, Dudu foi negociado com o CSKA Moscow, lugar que o jogador foi vencedor e foi o xodó da torcida por um tempo. O começo foi bastante satisfatório já que o meio campista venceu o Campeonato Russo em duas temporadas (2004–05 e 2005–06), a Supercopa da Russia nas temporadas 2005–06 e 2006–07 e também a Copa da Russia mais uma vez em duas temporadas: 2005–06, 2007–08.

Após sofrer com lesões na reta final de sua passagem, e ter desgaste com comissão técnica e diretoria, Dudu foi para o Olympiacos-GRE. Ali o jogador foi o protagonista da equipe por muito tempo, ganhando torneios nacionais como o Campeonato Grego (2008–09, 2010–11), Copa da Grécia (2008–09) e o carinho da torcida. Porém, apesar de se destacar, ser um dos líderes do time, o jogador sofreu novamente com lesões e viu o nível de seu futebol cair consideravelmente, visto que foi negociado em 2011.

O atleta retornou ao Brasil para defender as cores do Atlético-MG, mas acabou não dando muito certo, visto que o clube enfrentara uma crise imensa e não teve muitas oportunidades. Logo, acabou sendo negociado em 2012 com o Goiás. No clube esmeraldino, a história foi outra e Dudu participou da reconstrução do time, que venceu a Série B do Brasileiro em 2012, e flertou com o título da Copa do Brasil e a vaga na Libertadores em 2013. No mesmo ano, o volante não teve seu contrato renovado e acabou parando no Fortaleza. Tratado como reforço de peso, Dudu não correspondeu as expectativas e em 2016 veio parar no Botafogo, onde atua até hoje.

Elano (Shakahtar Donetsk-UCR): Tudo começou no Santos, com Robinho, Diego e Alex. Ele logo ganhou uma reputação de um meio-campista talentoso, fazendo parte do Santos que venceu o Campeonato Brasileiro em 2002 e em 2004 em que ele marcou 22 gols. Chegou em 2003 vice-campeão da Copa Libertadores da América (perdendo em uma final para o Boca Juniors) e do Campeonato Brasileiro desse ano, em que o Cruzeiro sagrou-se campeão. Despertado interesse no mundo do futebol após seu sucesso no Brasil, o camisa 11 santista assinou com o Shakhtar Donetsk. Embora ele não tenha sido regular em sua primeira temporada na Ucrânia, Elano passou a se estabelecer como jogador-chave e sua forma excepcional fez com que ele se tornasse o primeiro jogador da ‘Ukrainian Premier League’ a representar a seleção brasileira, em 2006. Elano participou da Copa América, na final fez um gol antes de ser substituído por lesão. No ano seguinte foi para o Manchester City sendo apenas o segundo jogador brasileiro a vestir a camisa dos sky blues na história. Por lá não conseguiu ganhar nenhum título. Contratado pelo Galatasaray em 2009, foi titular durante quase toda sua passagem pelo clube, tanto na temporada 2009–10, quanto na 2010–11. Elano vinha de boas atuações no clube turco mas ele tinha o desejo de voltar a jogar no Brasil, e então o Santos o contratou por 7 milhões de reais.

Em seu retorno ao clube de formação teve um início excelente, pois além de se tornar um dos líderes da equipe em campo, também marcou muitos gols, coisa pouco comum em sua carreira. No Campeonato Paulista, onde o Santos sagrou-se campeão, Elano foi o artilheiro e de quebra o time venceu a Libertadores de 2011. Em 2012, passou por alguns desentendimentos com a diretoria e acabou sendo envolvido em uma troca de jogadores entre Santos e Grêmio. Ficou dois anos no Sul mas não achou seu lugar e foi emprestado ao Flamengo. Após sequências de lesões, o clube da gávea o devolveu ao Grêmio, que por sua vez, rescindiu o contrato com o jogador. Ida e vindas, o brasileiro assinou por três meses com a equipe indiana Chennaiyin onde foi um dos destaques do time no campeonato e sendo campeão nacional. Voltou ao Santos no final de 2015 para encerrar sua carreira. Atualmente trabalha na comissão técnica do clube paulista.

Julio Baptista (Real Madrid-ESP): Julio Baptista, em 2006, era um fenômeno na Europa. Após anos sendo destaque do Sevilla, sendo conhecido como “La Bestia”, o meia se transferiu para o Real Madrid no ano de 2005. Pela equipe merengue, o jogador teve muito sucesso nas primeiras temporadas e após a Copa de 2006 foi agraciado na primeira convocação de Dunga. Permanecendo no grupo, como peça chave, até 2010, esteve presente nos títulos da Copa América e das Confederações, além de participar da Copa do Mundo da África.

Durante sua carreira, Julio chegou a jogar no Arsenal, emprestado pela equipe de Madri e pela Roma, onde permaneceu de 2008 a 2011. Após a saída da Roma, o brasileiro foi anunciado pelo Málaga e voltou a Espanha para atuar por 2 anos e meio. Em decadência no meio europeu, se transferiu para o Cruzeiro em 2013 e venceu dois Campeonatos Brasileiros pela raposa. Hoje, Julio Baptista disputa a MLS, pelo Orlando City, equipe do craque Kaká.

Jônatas (Flamengo): O capitão do Mengão na epoca vivia o seu auge profissional no ano da convocação. Após começar a carreira no modesto Inhumas — modesto time do interior de Goiás — e passar pelo Tombense, teve a grande oportunidade de mudar de vida indo jogar na equipe mais popular do Brasil. De 2002 a 2006 foram mais de 200 jogos pelo Flamengo e o histórico título da Copa do Brasil em cima do Vasco da Gama, quando foi titular nos dois jogos das finais.

O sucesso era tanto que o destino foi a Europa, mais precisamente o Espanyol de Barcelona. Porém, quando tudo parecia dar certo para o atleta, problemas pessoais começaram a afetar seu rendimento nos gramados: o pai, que nunca aceitou o sucesso de seu filho como jogador, foi sequestrado no final de 2006. Mesmo com um gol na final da Copa da UEFA, o chamado “Beckham do Agreste” não se adaptou ao futebol internacional e retornou aos cariocas Flamengo e Botafogo por emprestimo, ambas passagens sem sucesso. Dispensado pelos catalães, ainda passou por Figueirense, chegou a se aposentar e depois de voltar atrás, atuou também por Boavista e Icasa, onde encerrou sua carreira, em 2014.

Morais (Vasco da Gama): O meia revelado em São Januário estreou nos profissionais em 2002. Depois de ser emprestado ao Atlético-PR, finalmente se firmou no clube que o revelou ao lado de Romario e comandado por Renato Gaucho. Ajudando o “baixinho” a ser artilheiro do Brasileirão 2005, Morais ainda marcou mais de 40 gols na sua passagem pelo Gigante da Colina, que durou até 2008 (ano conturbado já que o clune foi rebaixado no Campeonato Brasileiro). Ele esteve na pré-lista para a Copa América de 2007 porém foi cortado.

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Morais se destacou no Vasco em 2007[/caption]

Com o Vasco em crise, a diretoria emprestou o armador ao Corinthians. No Timão, atuou ao lado de outros grandes jogadores como Roberto Carlos e Ronaldo e nunca foi titular absoluto. Até que em 2012, já com a camisa do Bahia, resolveu parar de jogar futebol também por problemas familiares: o pai sofria com diabetes e Mal de Parkinson. Um ano depois, o Atlético-MG de Ronaldinho abriu as portas para seu retorno, porém a concorrência com R49 fez o jogador ir para o Criciuma, quando ajudou a manter os catarinenses na elite e abandonou a carreira pela segunda vez. Em 2016, fez um bom Paulistão com o São Bento e resolveu descansar no segundo semestre. Agora, luta pelo acesso para a Série B com o Botafogo de Ribeirão Preto.

Wagner (Cruzeiro): Companheiro de Fred na base do América-MG, Wagner começou a carreira profissional aos 17 anos de idade. Mas foi no Cruzeiro que o meio campista promissor, teve sua projeção no futebol e o maior sucesso de sua carreira, a convocação para a seleção brasileira. Após um ano de 2006 brilhante, o meia foi emprestado ao Al-Ittihad no ano seguinte por R$ 15 milhões de forma parcelada, porém ocorreu um fato curioso. Os sauditas, entretanto, só pagaram aproximadamente R$ 2,7 milhões, ainda em atraso. A inadimplência resultou na volta de Wagner ao clube mineiro.

De volta ao Cruzeiro, onde era destaque e ganhou dois prêmios individuais (Bola de Prata 2006/08), o atleta ficou no clube até 2009, mais precisamente até o vice-campeonato do time Celeste na Libertadores daquele ano. Wagner fez um tour pelo velho continente, começando pelo Lokomotiv Moscow, porém não deixou saudades. Em 2010 foi rumo ao Gaziantepspor, da Turquia. Depois de mais um ano jogando na Europa e sem se tornar protagonista, o jogador decidiu retornar ao Brasil. O clube escolhido foi o Fluminense, que crescia no cenário e tinha uma equipe fortíssima e foi o lugar que Wagner mais venceu em sua carreira. Substituto de Deco, que sofria muito com as lesões, Wagner tornou-se titular e venceu Campeonato Carioca, Taça Guanabara e Brasileirão no ano de 2012. Depois de ter muito sucesso com a camisa tricolor, a China foi o próximo capítulo da carreira do jogador.

Depois de ganhar um dinheirinho no Oriente, Wagner retornou ao país tupiniquim nesse ano. O atleta foi contratado pelo Vasco da Gama, onde atua até os dias de hoje. O meio campista coleciona 21 jogos na atual temporada e 2 gols marcados.

Atacantes:

Daniel Carvalho (CSKA-RUS): Esse é aquele momento em que você olha pro nome e pensa “não é possível!”. Mas sim, aconteceu. Daniel Carvalho, AQUELE, foi o primeiro jogador a balançar as redes na “Era Dunga”, num amistoso contra a toda poderosa Dinamarca. O meia-atacante começou no Internacional e foi muito bem nas categorias de base, conquistando títulos e disputando convocações para os juvenis da Seleção. No Mundial Sub-20 também foi destaque, parando inclusive no 11 ideal do campeonato.

Após 66 jogos e um título estadual pelo Colorado, Carvalho foi bater no futebol russo, onde viveu o melhor momento de sua carreira. Logo no primeiro ano, ajudou o CSKA a conquistar a inédita Taça da UEFA, participando diretamente dos 3 gols da final. Mas infelizmente parou por aí. Jogou pouquíssimo e foi emprestado duas vezes, uma para o Inter e outra para o Al-Arabi. Os anos na Rússia congelaram o bom futebol do início da carreira de Daniel, que veio a rodar por muitos clubes do Brasil sem conseguir grande sucesso. Galo, Palmeiras, Criciúma, Botafogo, Goiás e, por incrível que pareça, Pelotas, onde joga hoje.

Robinho (Real Madrid-ESP): Atuando nos Galáticos, Robinho foi convocado para ser o grande astro da Seleção, já que Kaká e Ronaldinho haviam pedido dispensa. Na Espanha, Robinho viveu altos e baixos, assim como em toda sua carreira. Conquistou duas Ligas, uma no banco e outra como peça importante, inclusive vestindo a número 10. O atacante atuou 102 vezes com a Amarelinha, marcando 30 gols e conquistando duas Copas das Confederações, além da Copa América de 2007, em que foi eleito melhor jogador e artilheiro do torneio.

Robinho foi vendido ao City em 2008 e teve uma pouco marcante passagem pela terra da Rainha. Em 53 jogos marcou apenas 16 gols, desapontando a torcida e sendo emprestado ao Santos em 2010. No retorno ao Peixe, o eterno menino da Vila se juntou aos novos meninos da Vila (Neymar, Ganso, André e companhia), conquistando dois Paulistões e uma Copa do Brasil. A vitoriosa passagem pelo Alvinegro o credenciou para disputar a Copa de 2010.

O atacante também teve uma passagem apagada pelo Milan, mesmo conquistando um Scudetto e uma Supercoppa em 2011. Mais uma vez retornou ao Santos e mais uma vez foi campeão Paulista. Depois do término de seu contrato, veio uma proposta chine$a que o fez rumar ao oriente, onde ficou pouquíssimo tempo e quase não atuou. Voltou ao Brasil para jogar no Galo, onde está até hoje.

Fred (Lyon-FRA): Acredito que a história desse aqui todo bom torcedor brasileiro conhece. O artilheiro que começou a fazer sucesso em Minas foi ídolo mesmo no Rio de Janeiro. Dom Fredón tem 18 gols marcados em 39 jogos pela Seleção, onde conquistou uma Copa América e uma Copa das Confederações, com aquela atuação épica na final contra a Espanha. Após excelentes passagens por América e Cruzeiro, Fred foi vendido para o Lyon, da França, onde conquistou 3 títulos da liga. Os anos na Europa o levaram a Copa de 2006, onde assistiu do banco o fracasso de uma boa geração. Alternando entre bons e maus momentos, começou a perder espaço depois que Karim Benzema foi promovido da base.

Retornou ao Brasil de forma conturbada em 2009, para jogar no Fluminense. O atacante era o símbolo do “Time de Guerreiros” que fez milagre ao escapar do rebaixamento em 2009, quando tinha 98% de chance de cair e terminou o campeonato sem perder nas últimas 10 rodadas. Em 2010 e 2012 os títulos nacionais vieram com atuações de gala e muitos gols do maior artilheiro da história dos pontos corridos. As boas atuações pelo Flu renderam várias convocações e o transformaram em ídolo máximo no Tricolor da Laranjeiras. Após 7 anos no Rio, 2016 foi o adeus. Contestado pela torcida e brigado com o técnico Levir, o artilheiro resolveu voltar para onde tudo começou: Belo Horizonte.
O destino dessa vez foi o Galo, onde mais uma vez se destacou e foi artilheiro do Brasileirão ao lado de Diego Souza e Pottker. Em 2017 porém a fase não é boa. A equipe vive uma crise desde o início da temporada e o atacante tem alternado entre os titulares e reservas.

Vagner Love (CSKA-RUS): Diferente da maioria da lista, Love foi um dos nomes que mais marcou presença na lembrança do torcedor brasileiro. Na época de sua primeira convocação com Dunga, o atacante estava na Rússia, onde é ídolo e conquistou 2 Campeonatos Russos, 5 Copas da Rússia, 3 Supercopas e, o mais importante, a Copa da UEFA 2004/05. Fez 25 partidas pela Seleção, balançando as redes por 9 vezes. Formou a dupla de ataque que conquistou a Copa América de 2007, ao lado de Robinho, porém, não chegou a Copa do Mundo de 2010. Entre idas e vindas, Love vestiu as camisas de Palmeiras, Flamengo e Corinthians.

Vivendo sempre momentos de irregularidade, Vágner não conseguiu se firmar no forte time palmeirense de 2009, chegando a ser agredido por torcedores, fato que levou o jogador a partir para o Fla. Formou o chamado “Império do Amor”, ao lado de Adriano, mas que não rendeu em taças pelo pouco tempo de parceria. Como o mundo dá voltas, o autor do gol que rebaixou o Palmeiras em 2012 foi justamente dele. Depois de mais passagens por campeonatos alternativos, como o Chinês, Love retornou ao Brasil para jogar na máquina de Tite: o Corinthians de 2015. Campeão e vice-artilheiro, o atacante se transferiu para o Monaco, mas logo foi emprestado para o Alanyaspor da Turquia, onde superou Eto’o e Van Persie na briga pela Bota de Ouro.

Pode-se notar na convocação, uma tentativa muito grande de variação, mas ela atingiu níveis de bizarrice em alguns nomes. Novos mercados tiveram oportunidades e jogadores jovens foram mesclados aos perdedores da Copa de 2006, para enfrentar a Noruega. Dos 22 nomes, somente 10 garantiram vaga na Copa da África do Sul, porém muitos não puderam estar no torneio por lesão.

Em relação a primeira partida, a equipe não apresentou um futebol vistoso e somente empatou com uma Noruega sem nenhum destaque. O gol do Brasil foi marcado pelo estreante Daniel Carvalho (sim, chega a ser incrível) e Dunga fez 5 substituições durante o amistoso. Chegou a testar variações com 3 atacantes e uma volância com mais mobilidade com Dudu Cearense, já visando ter a primeira ideia de um time para a Copa América, um ano depois.

É interessante compararmos essa convocação com as atuais de Tite, nas quais se discute muito a respeito de “panelas” ou jogadores de confiança. Claramente, pode-se haver uma posição ou outra em que opções num momento melhor poderiam ganhar uma chance, mas a mudança foi de água para vinho em 11 anos.

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Essa foi a equipe que atuou no primeiro amistoso de Dunga como comandante da Seleção (Foto/Gazeta Press)[/caption]

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