Quando a mão de Suárez transformou o Aeroporto de Guarulhos no Centenário de Montevidéu

Leonardo Smith
Sem Clubismo F.C.
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3 min readApr 28, 2018

Era dia 2 de julho de 2010, quando eu, uma criança de 12 anos na época, vivi um dos momentos mais emocionantes que o futebol já me proporcionou. Estava no aeroporto de Guarulhos, embarcando para uma típica viagem de férias de julho, quando no saguão me deparei com cerca de 200 uruguaios, alentando como se não houvesse amanhã.

Gente cheia de expectativa para um feito que não vinha desde 1970, no México. O Uruguai jogava uma quartas de final, contra uma seleção teoricamente mais fraca e contava com estrelas como Diego Forlán, Suárez e Cavani, tinha tudo para chegar bem à semifinal. Mas o futebol não é logico, ainda bem. No fim do primeiro tempo, Muntari abriu o placar pra Gana.

Jogadores de Gana comemoraram o gol em grande estilo.

No segundo tempo, a celeste voltou com tudo, e aos 10 minutos, Forlán - melhor jogador da Copa - empatou, fazendo com que o aeroporto explodisse de euforia.

Ambas seleções continuaram buscando o gol a qualquer custo, porém, o Uruguai estava mais inteiro, e era bem mais time. Foram claras as chances perdidas pela Celeste, bolas na trave e tudo mais.

Nada feito e o jogo foi para prorrogação. A partida ficou bastante truncada e nervosa, Gana até que criou algumas chances interessantes, mas não foi o suficiente.

Até que no último lance do segundo tempo da prorrogação, a bola sobrou limpa para o jovem atacante ganês Adiyiah cabecear e levar o continente africano pela primeira vez na história a uma semifinal de Copa do Mundo. O goleiro Muslera já havia sido batido, mas o goleiro Suárez não. Mão na bola na linha do gol, pênalti para Gana e Suárez expulso.

A grande defesa de Suárez em foco.

A tristeza tomou conta dos uruguaios. Era clima de velório em Guarulhos. Gyan, que já havia marcado 2 gols de pênalti no mundial foi pra bola confiante e… mandou no travessão. Festa no Uruguai, festa em Guarulhos, e a vida do inferno ao céu para Luisito, que provavelmente nunca havia comemorado tanto um lance na sua vida.

O lance é relembrado com muito carinho por Suárez.

O jogo foi para os pênaltis, e pensei comigo “não tem como esse jogo ficar mais louco”. Pensei errado. Coube a Sebástian ‘El Loco’ Abreu, bater de cavadinha, fechar o caixão de Gana nas penalidades e levar a loucura todo coração celeste que batesse naquele dia.

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