Sem Lewandowski, o Bayern enfrenta o PSG que busca revanche

Victor Savani
Sem Clubismo F.C.
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5 min readApr 7, 2021

Reeditando a final da temporada passada, Bayern e PSG voltam a cruzar seus caminhos na Champions League. Os bávaros vão em busca do segundo título consecutivo enquanto os franceses lutam pela revanche para conquistar título inédito no confronto que terá seu início na Allianz Arena, nessa quarta às 16h no horário de Brasília.

O Bayern de Munique segue na toada de como terminou 19/20. Após conquistar o segundo triplete de sua história, os alemães nessa temporada preencheram ainda mais sua sala de troféus vencendo a Supercopa da Alemanha, a Supercopa da Europa e o Mundial de Clubes, assim igualando o feito do histórico Barcelona de Pep Guardiola ao conquistar o famoso sextete.

Ainda que com mais um sistema defensivo menos consistente e alguns tropeços inesperados na Bundesliga, o clube de Munique continua triturando seus adversários. São 79 gols marcados em 27 partidas do campeonato alemão, o que dá uma média de praticamente 3 tentos por partida. Esse fator se deve ao ótimo trabalho coletivo armado por Hansi Flick e claro, a Robert Lewandowski. O polonês segue imparável em 20/21 colecionando números absurdos; são 42 gols em 36 jogos.

No entanto, nem tudo são flores para os torcedores do Bayern. O centroavante se lesionou atuando pela seleção polonesa e deve desfalcar o time nos dois jogos decisivos diante do PSG. Além de Lewandowski, Gnabry também estará fora, pelo menos da primeira partida, por conta de dores na garganta. Vale lembrar que os dois atacantes foram os principais jogadores e artilheiros da equipe na Champions de 19/20.

Principais peças de ataque do Bayern, Gnabry e Lewandowski vão fazer falta contra o PSG. (Reprodução/Getty)

Para avançar às semis e defender seu título, o Bayern precisará mais do que nunca de seu meio campo. Leon Goretzka e Joshua Kimmich seguem em forma excelente na temporada atual unindo poderio ofensivo, com gols e assistências, e muita força física na defesa. Além dos meias, Thomas Muller é novamente destaque. Após ser recuperado quando Hansi Flick assumiu a equipe, o ídolo bávaro continua com um ótimo desempenho na temporada atual anotando 10 gols e 15 assistências só na Bundesliga. Por fim, Leroy Sané, a única grande contratação do clube em 19/20, é outro que pode desequilibrar com suas jogadas individuais.

Já os franceses vem de uma temporada bastante turbulenta após um 19/20 bastante positivo e recheado de títulos. Com a demissão de Thomas Tuchel e a chegada de Mauricio Pochettino, o PSG está caminhando por águas agitadas e vive o momento em que o treinador argentino busca transformar a equipe francesa cada vez mais homogênea.

Com uma Ligue 1 muito disputada devido ao péssimo começo de temporada, o Paris vê no duelo contra o Bayern não só uma revanche, mas uma afirmação e mudança de chave nesse 2021 que prejudicou muito os parisienses.

Na fase de grupos, a equipe passou por maus bocados e correu risco de ser eliminada de maneira precoce. Por outro lado, o turning point foi a vitória em Old Trafford diante do Manchester United, com uma atuação magnífica e artilheira de Neymar, jogando toda a responsabilidade no colo do clube inglês que acabou em 3º no grupo e, consequentemente, eliminado da competição.

Nas oitavas diante do Barcelona, com o desfalque de seu camisa 10 que novamente sofreu uma lesão, o tirando de um confronto importante na Champions, coube a Kylian Mbappé assumir a responsabilidade; coisa que o jovem atacante francês de 22 anos fez com maestria, anotando um soberbo hat trick em pleno Camp Nou na vitória maiúscula da equipe francesa pelo placar de 4x1. No jogo da volta o Barcelona até que mostrou resistência e fez uma grande partida em Paris, mas coube a Keylor Navas fechar o gol e defender o pênalti de Lionel Messi para assegurar a vaga nas quartas de final do torneio.

Mbappé foi fundamental para a classificação do Paris contra o Barcelona nas oitavas. (Reprodução/Getty)

Com Neymar em plenas condições de jogo — mas que novamente foi expulso em uma partida pelo PSG na Ligue 1, consequentemente gerando mais pressão e críticas para seu lado — e com Mbappé cada vez mais maduro e protagonista da equipe francesa, o Paris corre atrás para derrubar um dos favoritos ao título da competição.

Historicamente, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique possuem nove confrontos pela Liga dos Campeões, com os franceses levando uma ligeira vantagem de cinco vitórias contra quatro dos alemães.

No dia 29 de setembro de 2017, o badalado PSG que acabara de contratar um dos melhores no mundo Neymar Jr, o excelente lateral Daniel Alves, e até então a jovem promessa Kylian Mbappé, faria seu primeiro jogo naquela edição do torneio jogando no Parque dos Príncipes e diante de sua apaixonada torcida. O adversário? O poderoso e multi campeão Bayern de Munique.

O que prometia ser um duelo bastante equilibrado caiu por terra logo aos dois minutos de jogo com Daniel Alves completando uma linda jogada de Neymar para abrir o placar. Aos 31' Cavani ampliou a vantagem com um lindo chute após jogada de Mbappé. Pra fechar o placar, Neymar pegou a sobra de uma linda jogada individual do Mbappé e empurrou pra terminar de enterrar os alemães em Paris.

Mas não foram só os franceses que se deram bem em confrontos diretos. Na final da última edição, em Lisboa, o poderosíssimo Bayern que massacrou todos os adversários que viu pela frente até a final, enfrentou um Paris Saint-Germain que viria de dois jogos emocionantes até o jogo mais importante de sua história.

Depois da final na temporada passada, o PSG tem o Bayern pela frente novamente. (Reprodução/Michael Regan/Getty Images

Mas os alemães não se importaram muito com isso e desde o início tiveram o controle do jogo, trazendo aquela sensação de que a qualquer momento poderiam abrir o placar. Com Mbappé perdendo oportunidades e com um Neymar ofuscado, foram Thiago Alcântara e Joshua Kimmich que roubaram o protagonismo do jogo. O jovem todo-campista alemão, que também joga nas laterais, foi o responsável por colocar a bola na cabeça de Coman, que subiu mais alto que Kehrer, para tirar o Navas da jogada e fazer o gol do título. Após o gol, a partida ficou cada vez mais controlada pelos Bávaros, que conseguiram neutralizar muito bem os astros do Paris e consequentemente, levantar a sexta orelhuda de sua história — com muito mérito.

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Victor Savani
Sem Clubismo F.C.

25 anos. Bacharel em Sistemas de Informação. Mestrado em Big Data Aplicado ao Futebol. Apaixonado por futebol e membro do @SemClubismo_FC.