Uruguai — Por mais um ‘Maracanaço’

Lucas Siciliano
Sem Clubismo F.C.
Published in
4 min readJun 9, 2019

Faltando 5 dias para o início da Copa América, o Sem Clubismo traz uma série de textos especiais sobre a competição. Uma seleção por dia, até a bola começar a rolar, para entrarmos no clima e conhecermos melhor essa rica história.

No encontro da veterana e vitoriosa geração Uruguai com a nova e talentosa safra do país, a Celeste vem ao Brasil para tentar escrever mais um bonito capítulo de sua tradicional história e voltar a vencer um título no Maracanã, 69 anos após a inesperada vitória na última partida da Copa de 50.

Maior vencedora da competição continental, a seleção uruguaia vivia um momento delicado até 2005. O país acumulava vexames e fracassos há mais de 30 anos no âmbito mundial — entre a Copa de 1974 e 2006, foram duas eliminações na primeira fase e em outras cinco oportunidades sequer se classificou para o Mundial. Apesar disso, o histórico de sucesso na América do Sul foi mantido com 3 títulos da Copa América no mesmo período.

Mas após todas essas tempestades, assim como na bandeira do país, o sol voltou a brilhar na região da Cisplatina. Com a chegada da lenda uruguaia Óscar Tabárez, acompanhada da ascensão de ótimas promessas, Los Charruas voltaram a dar orgulho para a sua nação.

Além da ótima campanha na Copa do Mundo de 2010 (4ª posição), no ano seguinte La Celeste ainda desbancou a anfitriã e favorita Argentina para conquistar sua 16ª Copa América na casa de um dos seus maiores rivais. Na partida final, diante do Paraguai, a seleção liderada dentro dos gramados pelo craque Diego Forlan enfiou um sonoro 3 a 0 e voltou a conquistar a Ámerica depois de 16 anos.

Forlán marcou duas vezes na final da Copa América 2011 — Foto: AP

O ESTILO DE JOGO

Sempre muito ligado ao pragmatismo e ao jogo físico, a seleção uruguaia pode finalmente mudar sua forma de atuar. É verdade que técnico Óscar Tabárez também segue essa cartilha conservadora, mas com a talentosa geração de jovens revelados durante as últimas temporadas, o futebol apresentado deve sofrer algumas alterações para esse novo ciclo.

Com um meio-campo detentor de tanta técnica e talento, seria um desperdício abrir mão da posse de bola e pressão no campo adversário para se debruçar no velho jogo defensivo e de contra-ataques que, apesar de efetivo em alguns momentos, acaba extraindo muito pouco do real potencial de seus jogadoress.

A NOVA GERAÇÃO

Os remanescentes e destaques do último título; Luis Suárez, Edinson Cavani e Diego Godín, vão utilizar toda a sua experiência e técnica adquiridas durante suas carreiras de sucesso para liderar a geração mais talentosa do país nos últimos tempos.

O meio-campo pode ser tratado como uma mina de ouro devido a quantidade de promessas com um potencial estratosférico. Os jogadores dos gigantes Arsenal e Juventus, Lucas Torreira e Rodrigo Bentancur são os principais destaques da seleção uruguaia no setor — ambos titulares e peças imprescindíveis na última temporada com a camisa de seus clubes.

Ainda há o motorzinho e um dos principais jogadores do Boca Juniors, Nahitan Nández, que já esteve na mira de clubes como o Atlético de Madrid, e Federico Valverde presente em diversas partidas do galáctico elenco do Real Madrid e agradando a exigente torcida merengue.

Além desses, o velho conhecido dos brasileiros, Giorgian De Arrascaeta, também não fica para trás. Transferido para o Flamengo nessa temporada, o meia, ainda que tenha pouco espaço no time titular da seleção, agrega muita técnica e poder de decisão ao plantel uruguaio.

Bentancur e Torreira são promessas de um futuro vitorioso

EXPECTATIVA

Sempre competitiva, a Celeste pode ser mais favorita do que aparenta. Com um Brasil sem o craque do time e uma Argentina pressionada por não vencer um título oficial desde 1993, os uruguaios chegam ao Brasil para fazer frente forte a seus principais rivais.

Apesar do favoritismo, o Uruguai tem pela frente um grupo complicado. Além do Japão, que vem de uma boa Copa do Mundo, há o atual bicampeão da competição, Chile. Na estreia, Suárez e companhia enfrentam o Equador no Mineirão. Vem aí a 17ª conquista?

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