PEDRO LUIS, AS LINHAS QUE O CONDUZEM
A relação do artista com o Instagram
A prática do bordado como técnica artística pelas mãos de um homem? Antes de falarmos um pouco mais sobre uma técnica atrelada comumente a mulheres, vamos conhecer um pouco mais sobre o artista em questão.
Pedro Luis, ele que é carioca e formado em Publicidade, já trabalhou em agências até resolver ser freelancer. Em 2014 começou a estudar Artes Plásticas em São Paulo, mas a sua jornada nas artes já vinha acontecendo de forma natural, através de suas experimentações.
Foi em SP que o artista entrou em contato com o bordado e passou a fazer oficinas para poder utilizar esse meio em suas produções. Uma de suas últimas criações toma forma usando linhas, agulhas, tecidos, fotografias antigas achadas em feiras de antiguidade e sebos. Pedro Luis borda à mão obras cheias de memórias, sentimentos, vontades e lembranças.
O que chama atenção inicialmente para a grande maioria do público é a produção do artista envolver uma técnica como o bordado, afinal, existe o estereótipo em relação ao crochê, ao bordado e ao tricô serem elementos trabalhados somente por mulheres mais velhas.
Os trabalhos do artista que envolvem a memória e a afetividade têm sido realizadas com as fotografias garimpadas. Em minha percepção particular acredito que ver Pedro Luis falar sobre a memória com fotos antigas e trabalhar isso com o bordado, além de ficar interessante visualmente, também nos permite revisitar as lembranças de nossas mães e avós tanto no momento de criação do artista e para o artista, como para o público.
Pedro Luis também iniciou oficinas com mais duas mulheres no Rio de Janeiro, sendo outro meio de renda.
O objetivo do artista na série chamada “Trabalhos Autobiográficos com a Memória Alheia” apanham fotografias de pessoas que possuem rasura nos olhos justamente por deixarem de representar o passado, e agora contarem parte de uma nova história, criada por ele.
Em seu Instagram o usuário procura se definir como artista visual, possui uma média de 26 mil seguidores no momento, um número bom. Contudo sua interação com os mesmos não alcança um engajamento constante tão satisfatório.
Talvez isso seja resultado do modo como o artista produz seu conteúdo e a frequência com que publica, em relação às redes não existe uma fórmula para bons resultados, afinal as redes estão em constante mudança, assim como o público.
Pensando nesses novos formatos que a rede em questão (Instagram) tem adotado, as postagens de Pedro, por serem frequentemente retratos de seus trabalhos com uma pequena descrição e o mesmo trabalho normalmente é publicado em sequência, acaba tornando-se cansativo e repetitivo para um público que deseja algo novo e rápido.
Conseguimos visualizar uma boa interação no primeiro post, mas há uma queda nas postagens seguintes. Como o Instagram possibilita a publicação de até 10 fotos em um mesmo post, talvez essa seria uma forma melhor para comunicar o trabalho ou então dar um respiro de tempo maior entre um post e outro.
Um exemplo é esse sequência de registros que foram publicados os três ao mesmo tempo, a primeira publicação alcançou mais de 1000 curtidas e obteve 38 comentários, a segunda média de 300 curtidas e 6 comentários e a terceira obteve 200 curtidas e 2 comentários.
Claro, nem todas as postagens são realizadas sobre um mesmo trabalho em sequência, muitas vezes são trabalhos distintos, mas publicados ao mesmo tempo.
A página trabalha de forma pessoal e profissional, entre algumas postagens é possível visualizar o artista e sua vida cotidiana. Vejo isso como um ponto positivo, pois dessa forma o artista consegue criar um vínculo maior com o público.
Hoje há uma notável mudança no Instagram, com a possibilidade de compartilhar vídeos, e uma grande demanda de conteúdo, o jeito de comunicar de forma mais efetiva é trabalhar com essas ferramentas.
Percebe-se que as pessoas não desejam comunicar-se com um robô, por isso é essencial tentar aproximar o artista do público.
Dessa forma é possível que novas pessoas entrem em contato com esse campo.