Do Corcunda a Jean Valjean: conheça a Paris de Victor Hugo

A leitura tem o poder de transportar ao mais fantástico dos mundos, mas também incentiva a ver e viver aventuras

Patricia Da Matta
Sem Raízes
4 min readMay 12, 2017

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Muitos anos antes de começar a viajar, já me perdia pelas ruas de Paris desbravando histórias de amor, de justiça e de revolução ao lado de personagens icônicos como Quasímodo, Fantine e Gavroche.

Autor de "O Corcunda de Notre Dame" e "Os Miseráveis", entre outros clássicos da literatura francesa, Victor Hugo retrata, com riqueza de detalhe e de maneira provocante, a sociedade francesa no século 19.

A Paris que vemos hoje em muito se diferencia daquela preservada nas palavras do autor. Ainda assim, deixa seus traços.

Curioso para conhecer alguns? Pegue seu livro e vamos lá:

'Os Miseráveis' é o maior sucesso de Victor Hugo. Ao fundo, o endereço parisiense do autor — 📸Patricia da Matta

Catedral de Notre-Dame

A Catedral Notre-Dame de Paris — 📸Patricia da Matta

Ai de quem chegar em Paris e citar o "livro do Corcunda" a um parisiense. Aqui, o título do romance de Victor Hugo que chamou a atenção da Disney é "Notre-Dame de Paris" e a história de Quasímodo e Esmeralda não é a trama central. Na obra, Victor Hugo descreve a Catedral como a principal igreja de Paris, ponto de refúgio dos excluídos da sociedade, incluindo nosso amado Corcunda.

A ação desenrola-se dentro da catedral e nos arredores da Cité, ilha no meio do Rio Sena que então concentrava o poder clérigo e governamental de Paris.

Esculturas dos reis da França na Catedral de Notre-Dame — 📸Patricia da Matta

Outra atração imperdível na área é a Saint Chapelle, a igreja construída por São Luís (o rei Luis IX) a servir de relicário para a suposta coroa de espinhos de Cristo (que hoje fica em Notre-Dame).

Sainte-Chapelle e seus vitrais também figuram no romance de Victor Hugo — 📸Patricia da Matta

Jardim de Luxemburgo

Como não se apaixonar com o cheiro das flores e as formas geometricamente perfeitas do Jardim de Luxemburgo? Victor Hugo também pensava assim e, por isso, escolheu o local para o primeiro encontro e início da história de amor entre Marius e Cosette, em 'Os Miseráveis'.

Um dos parques mais lindos de Paris — 📸Patricia da Matta

O Jardim de Luxemburgo abriga ainda a casa do Senado francês, onde Victor Hugo também trabalhou — inclusive, uma das salas do Palácio leva seu nome.

Palácio de Luxemburgo é hoje a sede do Senado francês — 📸Patricia da Matta

Praça da Bastilha

Principal ponto de concentração da esquerda francesa, a praça que uma vez sediou a prisão da Bastilha (derrubada em 1789) é outro ponto importante do romance épico de Victor Hugo. Lá, ele imaginou o pequeno Gavroche andando pelas ruas em busca de pequenos tesouros e onde ouviu as primeiras ideias que o motivaram a entrar para a revolução de 1830.

A Colonne de Juillet e o Anjo da Liberdade, monumento central da Praça da Bastilha — 📸Patricia da Matta

Na história real, a Bastilha foi o local onde a maior barricada foi construída, precisamente entre a Rue du Charenton e a Rue du Faubourg Sainte-Antoine.

Dá pra imaginar essas ruas fechadas pelas barricadas dos estudantes? — 📸Patricia da Matta

Maison Victor Hugo

A casa onde o autor viveu em Paris é outro destino imperdível para os fãs. Hoje transformada em museu, o apartamento de 280 metros quadrados abriga desde os objetos pessoais de Victor Hugo, como a pena e mesa de escrever, como pinturas e esculturas inspiradas pelas suas histórias, presenteadas por grandes artistas, incluindo um busto por Auguste Rodin.

O valor da entrada varia entre 6 e 8 euros, dependendo da exposição. Acessível. Mais informações no site do museu.

Vistas e objetos da casa de Victor Hugo — 📸Patricia da Matta
Busto de Victor Hugo, por Rodin -@MaisonsdeVictorHugo

Panteão

Um dos edifícios mais impressionantes de Paris é também a morada dos mais ilustres. Sob a o lema “Aux grands hommes, la patrie reconnaissante” (“Aos grandes homens, a pátria é grata”), o Panteão parisiense abriga o túmulo do autor e outros grandes pensadores da história da França, como Voltaire e Alexandre Dumas.

Toda a imponência do Panteão

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Patricia Da Matta
Sem Raízes

Jornalista apaixonada por novas histórias e aventuras.