Do Corcunda a Jean Valjean: conheça a Paris de Victor Hugo
A leitura tem o poder de transportar ao mais fantástico dos mundos, mas também incentiva a ver e viver aventuras
Muitos anos antes de começar a viajar, já me perdia pelas ruas de Paris desbravando histórias de amor, de justiça e de revolução ao lado de personagens icônicos como Quasímodo, Fantine e Gavroche.
Autor de "O Corcunda de Notre Dame" e "Os Miseráveis", entre outros clássicos da literatura francesa, Victor Hugo retrata, com riqueza de detalhe e de maneira provocante, a sociedade francesa no século 19.
A Paris que vemos hoje em muito se diferencia daquela preservada nas palavras do autor. Ainda assim, deixa seus traços.
Curioso para conhecer alguns? Pegue seu livro e vamos lá:
Catedral de Notre-Dame
Ai de quem chegar em Paris e citar o "livro do Corcunda" a um parisiense. Aqui, o título do romance de Victor Hugo que chamou a atenção da Disney é "Notre-Dame de Paris" e a história de Quasímodo e Esmeralda não é a trama central. Na obra, Victor Hugo descreve a Catedral como a principal igreja de Paris, ponto de refúgio dos excluídos da sociedade, incluindo nosso amado Corcunda.
A ação desenrola-se dentro da catedral e nos arredores da Cité, ilha no meio do Rio Sena que então concentrava o poder clérigo e governamental de Paris.
Outra atração imperdível na área é a Saint Chapelle, a igreja construída por São Luís (o rei Luis IX) a servir de relicário para a suposta coroa de espinhos de Cristo (que hoje fica em Notre-Dame).
Jardim de Luxemburgo
Como não se apaixonar com o cheiro das flores e as formas geometricamente perfeitas do Jardim de Luxemburgo? Victor Hugo também pensava assim e, por isso, escolheu o local para o primeiro encontro e início da história de amor entre Marius e Cosette, em 'Os Miseráveis'.
O Jardim de Luxemburgo abriga ainda a casa do Senado francês, onde Victor Hugo também trabalhou — inclusive, uma das salas do Palácio leva seu nome.
Praça da Bastilha
Principal ponto de concentração da esquerda francesa, a praça que uma vez sediou a prisão da Bastilha (derrubada em 1789) é outro ponto importante do romance épico de Victor Hugo. Lá, ele imaginou o pequeno Gavroche andando pelas ruas em busca de pequenos tesouros e onde ouviu as primeiras ideias que o motivaram a entrar para a revolução de 1830.
Na história real, a Bastilha foi o local onde a maior barricada foi construída, precisamente entre a Rue du Charenton e a Rue du Faubourg Sainte-Antoine.
Maison Victor Hugo
A casa onde o autor viveu em Paris é outro destino imperdível para os fãs. Hoje transformada em museu, o apartamento de 280 metros quadrados abriga desde os objetos pessoais de Victor Hugo, como a pena e mesa de escrever, como pinturas e esculturas inspiradas pelas suas histórias, presenteadas por grandes artistas, incluindo um busto por Auguste Rodin.
O valor da entrada varia entre 6 e 8 euros, dependendo da exposição. Acessível. Mais informações no site do museu.
Panteão
Um dos edifícios mais impressionantes de Paris é também a morada dos mais ilustres. Sob a o lema “Aux grands hommes, la patrie reconnaissante” (“Aos grandes homens, a pátria é grata”), o Panteão parisiense abriga o túmulo do autor e outros grandes pensadores da história da França, como Voltaire e Alexandre Dumas.