Sabotamos práticas ágeis quando…

Fabio Jascone
Senior Sistemas
Published in
2 min readNov 20, 2017

No dicionário “sabotar” significa prejudicar de forma oculta e insidiosa ou prejudicar uma atividade por meio de resistência passiva ou ainda agir astutamente contra alguém ou algo.

Podemos também sabotar algo de forma inconsciente, sem querer ou perceber, seja por falta de conhecimento, experiência, resistência.

Voltemos então ao título, sabotamos práticas ágeis quando…

#1 Tudo é prioridade

Quando tudo é prioridade, não há prioridade. O time não sabe o que entregar primeiro e não há margem para adaptar-se as inevitáveis mudanças.

Há basicamente três formas de desenvolver software: a certa; a errada; e a XGH (eXtreme Go Horse). A diferença entre as duas últimas é que a XGH entrega o “errado” mais rápido.

Um cenário onde tudo é prioritário estimula o trabalho em modo XGH, que compromete significativamente a qualidade das entregas. E não adianta cobrar somente do indivíduo, deve-se atuar no ambiente, no propósito e nas interações (System Thinking ou Pensamento Sistêmico).

#2 Tratamos mudanças de escopo como falhas de planejamento

Mudar mais que seguir um plano. Na metodologia ágil mudanças são bem-vindas, sempre que o motivo for entregar o que o cliente realmente precisa.

O objetivo de cumprir o planejamento jamais deve sobrepor o de resolver o problema do cliente. Se for necessário mudar o plano para atender o cliente, então muda-se o plano, simples assim.

#3 Aplicamos metas individuais

Metas individuais não incentivam a interação e colaboração. No trabalho coletivo, a competência de uma pessoa é compartilhada com os demais.

As metas devem estimular o desenvolvimento de capacidades além da soma dos talentos individuais. Além disso, metas do time incentivam a multidisciplinaridade e a auto-organização, que geram engajamento e comprometimento.

#4 Entregamos somente MVPs

Um MVP não pode ser considerado como uma entrega isolada, pronta. Ele simplesmente faz parte do processo evolutivo da entrega, com o objetivo de validar e melhorar a aderência da solução final.

Entregar apenas MVPs não é ser ágil, é ser rápido. As soluções não são consistentes e não há garantia de sustentabilidade. MVP é fase 1 de n.

#5 Achamos que sabemos de tudo

Processos ágeis são empíricos e devem passar por ciclos de melhoria contínua com o objetivo de remover o que não faz sentido e fazer diferente o que não está dando certo. Por isso é necessário estudar constantemente, trocar experiência, experimentar, para perceber onde e como melhorar.

Nada deve ser escrito em pedra. Processos ágeis mudam e mudar faz bem!

Concorda? Discorda? Comente! Complemente!

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