É só um corpo e uma tarja
por Joelma Valverde
Por dentro não existe a tarja mas existem diversos processos pelos quais cheguei aqui e que me fazem ser quem eu sou. O corpo como um todo foi uma questão para mim. Neguei meu corpo desde menina por sofrer bullying — por ser cdf, usar o cabelo preso etc. Na mesma época sofri um abuso que me fez ficar ainda mais triste comigo. Trabalhei minha esperança até quando achei que não dava mais, e fui sonhadora e esforçada em tudo por eu não ter nada e vir de uma família bem pobre… acho que consegui.
Me esforcei tanto com estudo e trabalho (e foi importante pra eu trabalhar com o que gosto, viajar, morar sozinha, minha independência) que não olhava mais para o meu corpo e somente de 4 anos para cá, voltei ao meu processo com meu corpo.
Conheci uma nova Jo, com todas as suas vontades, limitações, desejos. É como se eu tivesse uma vida nova, a vida me deu uma vida nova por eu não ter desistido e me sinto confiante, corajosa. A todos que me conhecem nesse período, sabem o quanto sou alegre, divertida e decidida — uma luta por todos esses anos que vocês não me conheciam.
A tarja é um símbolo de que a confiança está toda aí sem necessidade de esconder algo. Mas é divertido também esconder algo (#descubra rs). Essa sou eu, aos meus 28, exibida e sonhadora, com Sol em câncer, Lua em Touro e Vênus em Leão.
