Aliado do cérebro

fernanda ochoa
#SerEsporte
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3 min readJun 26, 2019

Estudos revelam que a prática regular de exercícios é benéfica à saúde, para o corpo e a mente.

Ritmos, exercício para todas as idades

O sedentarismo ainda é um dos maiores problemas enfrentados pela população mundial. Conforme dados Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% da população sofre com a doença. Pensando nisso, foi lançada pela organização o “Let’s Be Active” (Vamos Ser Ativos) um plano global para estimular a atividade física. A meta é reduzir a prevalência do sedentarismo entre adolescentes e adultos em 10% até 2025 e em 15% até 2030.

No documento, o programa tem como missão, “garantir que todas as pessoas tenham acesso a ambientes seguros e a diversas oportunidades para serem fisicamente ativas na vida diária, como uma forma de melhorar a saúde individual e da comunidade e para contribuir com o desenvolvimento social, cultural e econômico de todas as nações”. O plano estabelece 20 pontos separados em quatro grandes temas, que deveriam ser seguidos pelos países. A ideia é que cada nação adote a proposta de acordo com os modos do local.

“Se pegarmos o conceito de saúde da OMS, que é o estado de completo bem-estar físico, social e mental e não apenas a ausência de doenças, a prática de exercícios físicos é o único meio eficaz de trabalhar com os três principais fatores de saúde”, afirma o especialista em Psicologia do Esporte e professor Luciano Loureiro da Ulbra-Guaíba/RS

Modelo de cidade ideal para atividades físicas — Acervo: Revista Saúde-Abril

Outras doenças como comprometimento cognitivo leve (CCL) são de grande preocupação para os médicos. A Academia Americana de Neurologia, no fim de 2017, reviu pesquisas sobre o comportamento do cérebro humano de pacientes com CCL e a conclusão foi de melhora neurológica quando exercícios eram associados aos tratamentos farmacológicos.

Estudos realizados com ratos em laboratório no início de 2006, coordenados pela professora Ionara Siqueira, do Departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da UFRGS, apontaram que após os treinos diários de 20 minutos, os ratos mais jovens apresentaram capacidade de memorização melhor que os ratos mais velhos. Entretanto, independentemente da idade, os que foram submetidos ao programa de exercícios tiveram desempenho consideravelmente superior aos que não receberam qualquer treinamento, demonstrando o efeito positivo da atividade física sobre a memorização.

“Depois que comecei a fazer atividades físicas, fiquei mais disposta, me sentia muito cansada, trabalho durante o dia sentada, costurando. Agora, eu consigo acordar cedo e ter mais disposição para as tarefas.” relata Diva Maria Moura, de 70 anos, que participa de atividades práticas na academia Planeta Fitness.

Dona Diva (calça cinza) praticando exercício com a bola de ginástica

Sabe-se que os esportes promovem a liberação de endorfina, o hormônio do prazer, e de outros neurotransmissores por trás da sensação de bem-estar. Experimentos recentes mostram que a prática também estimula o crescimento de células nervosas no hipocampo, região do cérebro que rege a memória e o humor; sendo uma boa notícia ao pensar que essas células são menores entre as pessoas deprimidas.

Esse estímulo aos neurônios é o que ajuda a entender os reflexos positivos de longo prazo e vai além da sensação imediata de prazer e dever cumprido após a academia “A liberação de hormônios não é o que faz a pessoa melhorar. A superação da doença tem a ver com a regeneração neuronal”, explica o educador físico e doutor em Psiquiatria, Felipe Schuch, da Universidade La Salle -Canoas/RS. Só que esse efeito depende da regularidade de exercícios.

A prática de exercícios físicos pode ser um remédio para a saúde, desde que seja orientada por um especialista, caso contrário, um exercício realizado de forma inadequada pode trazer prejuízos para a saúde dos praticantes.

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