O caminho para Tóquio 2020

Giovana Cervi Fernandes
#SerEsporte
Published in
3 min readJun 24, 2019

No mês de abril, a Secretaria Especial do Esporte tornou oficial a perda da certificação que garantia ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) o recebimento de recursos das loterias federais — fonte principal da receita dos esportes olímpicos. Os recursos das loterias estimam cerca de R$ 250 milhões em 2019, o que representa 90% da receita do COB, que aguarda com temor até que a situação seja novamente regularizada. O bloqueio se deu em função de dívidas de antiga Confederação de Vela.

O Ministério da Cidadania tornou público que a Certidão de Registro Cadastral concedida ao COB expirou em 5 de abril de 2019. Foi verificada a ausência da Certidão de Débitos que se refere aos créditos tributários federais e a Dívida da União. Portanto, através da Lei, a CAIXA suspendeu o repasse de verbas oriundos das Loterias Federais destinados a entidade até a regularização da situação.

O motivo do cancelamento de repasses provém de uma antiga dívida da extinta Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), com cerca de R$ 191 milhões. O COB não poderá renovar sua certificação por estar inscrito nos credores da Fazenda Nacional, impedindo a emissão da Certidão Negativa de Débito (CND)

O representante da Confederação Brasileira de Atletismo e Presidente do Conselho de Administração, Warlindo Carneiro Filho, nos concedeu entrevista sobre os possíveis repasses e preparação dos atletas para Olimpíadas de Tóquio em 2020.

Indagado sobre a perspectiva de classificação dos atletas, Warlindo relata:

“A perspectiva é melhorar nossa participação em relação a Rio 2016”, afirmou destacando o amadurecimento dos participantes e o surgimento de novos como diferencial para próxima competição, “apesar das dificuldades financeiras”, completa.

Na Olímpiada de 2016, Thiago Braz conquistou medalha de ouro no Rio de Janeiro, na modalidade de Salto com Vara. Questionado se o atleta recebeu algum benefício, Warlindo explicou:

“Não, infelizmente ganhamos dor de cabeça”, comenta o presidente administrativo.

Contudo, Warlindo destaca muito esforço e treinamento dos atletas. No ano de 2018, foram conquistadas três medalhas, a ambição para Tóquio no ano de 2020 é aumentar este marco.

“O ideal seria aumentarmos o número em relação a 2018, mas é muito subjetivo estipularmos um quantitativo”, finaliza de forma esperançosa.

Dobra número de contemplados do Bolsa Atleta

Ainda que em um momento de indefinições sobre os recursos das Loterias Federais ao repasse do Comitê Olímpico Brasileiro, o Ministério da Cidadania anuncia um alento ao futuro do esporte brasileiro: R$ 70 milhões para fortalecer o Bolsa Atleta — desta forma, dobrando o número de atletas apoiados atualmente. O Programa prevê R$ 123 milhões para o orçamento, que era de R$ 53, 6 milhões e contemplava 3.058 atletas nas categorias Olímpica, Paralímpica, Internacional e Nacional. Segundo o Ministério da Cidadania, o foco é fortalecer os elencos para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Foto: COB/Divulgação

Modernização do Programa

Proposta de Projeto de Lei (PL) é modernizar o Programa. As sugestões incluem reajustes nos valores do benefício, com reestruturação de 10% do atual valor, além de possíveis escalonamentos a atletas com excelente desempenho.

Na categoria Atleta de Base, a bolsa poderá chegar a R$ 700,00. Já na Nacional, R$ 1.020,00. A Internacional considera bolsa de até R$ 2.500,00. A categoria Olímpica/Paralímpica atingirá benefício de R$ 3.500,00.

Os atletas ranqueados entre os 10 melhores do mundo — não mais os 20 primeiros — poderão ganhar bolsas entre R$5.000 e R$ 15.000 mil como incentivo de aprimoramento. Em 2016, durante jogos Olímpicos do Rio, 70% dos bolsistas Pódio que representaram o Brasil estavam dentre os 10 primeiros no ranking mundial de sua categoria. Dos que obtiveram medalhas nos Jogos, 90% estavam classificados no Top 10 Mundial.

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