Uma Global Service Jam Remota

Karol Borges
Service Design São Luís
5 min readMar 21, 2021

Minha experiência organizando e participando!

Time organizador da Service Jam 2021

Se você não sabe o que é uma Global Service Jam, vou deixar uns links aqui e aqui para você entender do que se trata. A deste ano aconteceu nos dias 12 a 14 de março, contando com 25 cidades sedes, dessas 2 no Brasil, Blumenau e a nossa em São Luís.

Aqui no texto você vai encontrar detalhes da minha experiência atuando pela primeira vez como organizadora e participante na mesma edição. Vou tentar passar os detalhes desde o pré-evento até o pós, como forma de compartilhar conhecimento e quem sabe inspirar você aí a organizar ou participar das próximas edições.

Pré-evento

O que acontece no backstage de uma Jam, afinal? Todo evento tem seu nível de complexidade, não é tão fácil primeiramente conciliar o trabalho com a organização de um, mas também não é impossível (para isso existe as noites e os fins de semana).

O desafio dessa edição foi mudar toda a dinâmica do evento do presencial para o remoto em 1 semana, depois que as restrições sanitárias foram determinadas. Além disso, pensar em boa experiência para os participantes do início ao fim do evento, já que o evento tem uma dinâmica própria. E a pergunta que nos fazíamos sempre é: como tornar o evento interativo, divertido e menos cansativo pelo fato de ser online?

Doing not talking and Keep it fun! (diretrizes de uma Jam)

Foi aí que começamos a desenhar a programação, estruturar o ambiente virtual do Discord de forma que as pessoas pudessem interagir e organizar as surpresinhas offline. E é aí que ter patrocinadores ajuda bastante. O evento todo é voluntário e só se paga com a ajuda de patrocinadores e ingressos.

Como algumas reuniões com o time organizador, também demos conta de:

  • Estruturar a comunicação com os participantes;
  • Gerar um conteúdo para as redes sociais;
  • Fechar parcerias e patrocinadores;
  • Convidar os mentores que vão ajudar os Jammers (nome dado aos participantes do evento) durante o fim de semana;
  • Fazer orçamento do evento nesse novo cenário remoto.

Essas são as atividades básicas que um time organizador de Jam precisa dar conta para fazer o evento acontecer.

E no meu caso, depois disso tudo, eu me coloquei o desafio de também atuar como participante, não só falar não é mesmo? Era hora de colocar a mão na massa.

Dia 1

Acho que foi o dia de mais ansiedade para mim, devido o Tema Secreto. Toda Jam tem um tema único que os participantes só descobrem na sexta-feira. Como eu ia atuar como participante também, a equipe fez questão de deixar surpresa até que o evento começasse. Foi uma angústia, mas sobrevivi.

Então a noite começa com as boas-vindas, dinâmicas de integração para que todos se conheçam um pouco (e nosso mestre de cerimônias arrasou, o Hermano Reis), depois já tivemos nosso primeiro talk com o Lucas Pinheiro falando e Empatia e Exploração e só aí conhecemos o Tema Secreto.

Vocês devem estar pensando, tudo isso acontece na sexta-feira? Sim, uma Jam é intensa, mas a gente mantém divertido para que todos possam aproveitar bastante.

Encerramos o evento em times para discutir os próximos passos, meu time era 50% negócios e 50% tecnologia, então já dá para ter uma ideia que os caminhos para uma problemática foram diversas. Decidimos então que íamos dormir com o tema na cabeça e logo pela manhã iríamos fazer um brainstorming de problemas para definir o que íamos atacar.

Dia 2

Se sexta-feira é um dia de descobertas, sábado é o dia de mão na massa completamente. Temos como missão definir um problema, validar se ele é de fato sentido pelas pessoas, coletar insights, definir a solução e com sorte, se tudo der certo e sem pivotagens, você já consegue montar pelo menos a blueprint do seu serviço para que o domingo seja dedicado a prototipação e testes dos serviços.

Para descontrair, hora de ver o mural global e notar que o Larry tá nele (risos)

Bom, adivinhe o que aconteceu no nosso caso? Sim, algumas pivotagens no caminho, por vezes desânimo e o pensamento que nada ia dar certo. Eram 19h, o time já estava esgotado do dia e ainda não tínhamos decidido qual era o nosso serviço :O

A decisão tomada foi, vamos repensar, definir melhor as personas com base nas respostas no nosso formulário lançado à tarde e a partir daí poderíamos ter insights. A estratégia foi assertiva e nos deu fôlego para trabalhar bem no domingo.

Dia 3

O último dia é hora de ser decisivo em todas as ações. O nosso time foi bastante inteligente em fazer uma divisão do trabalho. Enquanto uma dupla estava desenhando a blueprint, a outra estava desenhando a plataforma em que o serviço funcionaria. Estávamos criando um serviço que pudesse aproximar mentores profissionais de autônomos e pequenos negócios, gamificando a participação desses mentores para que eles pudessem ajudar cada vez mais negócios.

Com o tempo corrido, não conseguimos testar o serviço, tivemos que colocar tudo na plataforma global às 15h, e depois do almoço só organizamos as ferramentas que usamos (mapa de empatia, blueprint, matriz de priorização e pitch). Depois que colocamos o nosso serviço, que demos o nome de Dood, na plataforma global, era hora de preparar para apresentação para comunidade.

Às 17h começamos as apresentações (acesse aqui) e a minha missão tinha sido cumprida. Depois ainda teve um happy hour virtual by Red Bull para que os participantes pudessem refletir como foi o fim de semana e era possível ver a animação e a alegria, mesmo depois das 48h de trabalho em um fim de semana.

Jammers e <>in.tensions<>

Minhas reflexões

Tinha me colocado um desafio de organizar e participar, e percebi que organizar é super de boas, comparado com a participação, mas sem dúvida nenhuma, você aprende muito mais participando.

Sabe o que todo mundo fala de soft skills? Em 48h de Service Jam, você desenvolve e aprimora várias delas. A comunicação, a liderança, a facilitação, a tomada de decisão. Sem falar no conteúdo técnico de design de serviços que depois é possível aplicar em vários outros projetos.

Mas tem um outro fator que fez toda diferença nessa experiência toda: o time organizador que esteva no front e backstage, atuando também como participantes e mentores. Gostaria de agradecer ao melhor time de todos Hermano Reis, a Mercedes, o Edgar Lira e o João Lima, que se vocês forem lá no insta @servicejamsaoluis vão ver nosso vídeo final. Era aquela mesma energia na maioria do dias como organizadores, sempre leve e alegre.

Agradecer também nossos mentores que se dedicaram a ajudar os nossos Jammers, Joao Silva, Lanna Reis, Luciana Lindoso, Lucas Pinheiro e Rodrigo Genux.

Aos nossos patrocinadores que possibilitaram mais uma edição de Service Jam, Grupo Mateus, Black Swan, Red Bull e Norte Representações (3M).

Agora só me resta dizer um até logo, Jammers!

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Karol Borges
Service Design São Luís

Curto inovação, corridas, futebol e sorvete, não necessariamente nessa ordem :)