Patrimônio cultural na tela de cinema
18ª edição da Mostra de Cinema de Ouro Preto traz mais de 120 filmes de 14 estados e cinco países para Minas Gerais
Desde 2006, a CineOP — Mostra de Cinema de Ouro Preto movimenta a cidade histórica de Minas Gerais com a proposta de tratar o cinema como patrimônio fundamental na preservação da memória de um povo.
Agora em 2023 a Mostra chega a sua 18ª edição trazendo, durante os seis dias do evento, um recorte definido pela organização como MPB — mas por aqui isso significa Música Preta Brasileira, com a principal homenagem do evento sendo prestada ao ator e cantor Tony Tornado, que também participa de uma conversa sobre sua obra e se apresenta no Sesc Cine Lounge Show.
Ainda no recorte da MPB, serão exibidas obras como Arruma Um Pessoal Pra Gente Botar Uma Macumba Num Disco (Chico Serra), sobre Getúlio Marinho, Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor (Alfredo Manevy), sobre o cantor e compositor gaúcho e Uma Nega Chamada Tereza (Fernando Coni Campos), ficção de 1973 em que uma quadrilha planeja impedir Jorge Ben de participar do Festival Internacional da Canção.
Cinema e memória
Para um festival que destaca o valor da história contida no cinema, a escolha de uma cidade como Ouro Preto — que traz o passado a cada rua, esquina e construção— cria a conexão perfeita entre o evento e o público que passeia pelo centro histórico durante o CineOP, que acontece no Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto e na Praça Tiradentes, no centro da cidade.
Entre os eventos da Mostra, estão os debates do ciclo Encontro sobre Arquivos, com representantes dos Ministérios da Cultura e da Educação, da Diretoria de Preservação da Secretaria do Audiovisual, Ancine e universidades brasileiras e estrangeiras para diálogos sobre a preservação de acervo, digitalização e armazenamento de conteúdo audiovisual.
Cinema e educação
Outro eixo da Mostra é o papel das produções audiovisuais na educação, com mesas sobre cinema e educação digital, arte e pedagogia e políticas públicas para o cinema e a educação; também acontecem masterclasses com Carolina Dorado Lozano (COL), com o tema Cinema Comunitário e Educação Popular na América Latina, Alexandra Cuesta (EQU), que fala sobre a observação e escuta de distintas áreas em Filmar Territórios: Deslocar-se, e Giselle Beiguelman (FAU-USP), sobre os riscos e as possibilidades da inteligência digital.
Além das conversas com gestores e educadores, a programação educativa do CineOP realiza as sessões Cine-Escola, para mais de 3.000 alunos, workshops sobre acervos e arquivos e oficinas de criação audiovisual, restauração sonora e elaboração de projetos.
SescTV na Mostra de Cinema de Ouro Preto
Na edição deste ano, o SescTV está presente com a exibição dos cinco episódios da série Paulo Freire, um homem do mundo — que também estarão disponíveis no site da mostra durante a realização do evento.
O diretor da série, Cristiano Burlan, participa na programação do seminário Encontro de Educação, no debate Um plano de cinema, um plano de aula — Paulo Freire, conversando com a professora Verônica Mendes Pereira (UFOP) e o professor Venício Athur de Lima (UnB), com mediação de Wencelsao Oliveira, da Rede Kino (SP).
Burlan também é o diretor do longa-metragem documental Antunes Filho, do Coração para o Olho, que faz sua pré-estreia nacional durante o CineOP e que em breve estreia no SescTV, com realização Sesc SP; a obra mergulha nas incursões do diretor teatral no meio audiovisual, dos seus teleteatros até o filme Compasso de Espera.
