SEOL #4 — Agente da morte

Renato Nascimento
Sete Crônicas
Published in
1 min readSep 26, 2017

A vida quanto vida nunca me foi deveras vivida

Vida quanto palavra e escrita, a mim nunca fora entendida

Passava dias, passava tempo, passava vida e a minha vida continuava contida

A morte quanto morte me foi deveras vivida

Nem mesmo o tempo nem mesmo os dias agora me continham

Em vida não tinha o milésimo do entendimento que na morte agora vivia

Agora vivo na morte o que deveria ter vivido na vida

Sou um agente da morte, e na morte trago vida

E tenho agora na morte o amor que jamais teria em vida

Entendo a vida e a morte, e pra quem não entende viva

Pois a morte vivida é mais morte que vida

Aeron, narrador, sobre se tornar um aprendiz de ceifeiro (imagem ilustrativa)

--

--