Têmis
As cartas dançam fermentações
Postergam uma prosperidade
Que não me pertence, porcelana chinesa sob a mesa
Risca olhos quando pontas de fotografias são carcomidas
Deixai o avesso do meu estômago
Exposto em vias públicas
Para que possa evitar fugas
Para observarem a minha descrença
Contraía o prazer em um raro suspiro
Acaso? Desatino de um conhecimento científico
Resgatando rostos borrados aos beijos, afogará cílios
Síndrome de cílios afogados em linhas cínicas
Os olhos de algodão absorvem álibis passionais
Sem vitimas. Somos todos vitimas. Não há álibis
Enquanto posso corroborar hinos em teus jardins
Desfrute enquanto decoro dissolve em teus pés
Ainda há amor na espera, mesmo que nada ocorra
Prevalece a dependência submergida naquele líquido
Licor alguns diriam, mas tal possibilidade é ingênua
Já que não o redimira, aproveite sua fome por bandeiras
Exuberante em luxuosa ingratidão
Abelhas e agulhas traçando minhas anemias
A meia vaidade eu definho nos teus braços
Quando me cantas seus atos
Forje vantagens como quem afaga revólveres
Hei de esgotar minha imagem
Indo de encontro à vantagem maiúscula
Cultivada naquilo que convém clamar: Júri
Eu não sou teu amante, eu lhe frustro
Eu não sou a festa, eu sou o fruto e o vinagre azedo
Eu não sou o caixão, eu sou o punhado de areia
Mastigando sua pele com uma convicção apropriada