Têmis

Lucas Pimentel
Sexta-feira Blues
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2 min read2 days ago

As cartas dançam fermentações
Postergam uma prosperidade
Que não me pertence, porcelana chinesa sob a mesa
Risca olhos quando pontas de fotografias são carcomidas

Deixai o avesso do meu estômago
Exposto em vias públicas
Para que possa evitar fugas
Para observarem a minha descrença

Contraía o prazer em um raro suspiro
Acaso? Desatino de um conhecimento científico
Resgatando rostos borrados aos beijos, afogará cílios
Síndrome de cílios afogados em linhas cínicas

Os olhos de algodão absorvem álibis passionais
Sem vitimas. Somos todos vitimas. Não há álibis
Enquanto posso corroborar hinos em teus jardins
Desfrute enquanto decoro dissolve em teus pés

Ainda há amor na espera, mesmo que nada ocorra
Prevalece a dependência submergida naquele líquido
Licor alguns diriam, mas tal possibilidade é ingênua
Já que não o redimira, aproveite sua fome por bandeiras

Exuberante em luxuosa ingratidão
Abelhas e agulhas traçando minhas anemias
A meia vaidade eu definho nos teus braços
Quando me cantas seus atos

Forje vantagens como quem afaga revólveres
Hei de esgotar minha imagem
Indo de encontro à vantagem maiúscula
Cultivada naquilo que convém clamar: Júri

Eu não sou teu amante, eu lhe frustro
Eu não sou a festa, eu sou o fruto e o vinagre azedo
Eu não sou o caixão, eu sou o punhado de areia
Mastigando sua pele com uma convicção apropriada

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Lucas Pimentel
Sexta-feira Blues

Me verás caer como una flecha salvaje. | 29 anos | Instagram: pierrotruivo