Um satélite, diversas aplicações: SGDC vai permitir a inclusão digital e a ampliação da oferta de serviços à população

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SGDC
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6 min readDec 11, 2017

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) vai entrar totalmente em operação em setembro. A partir desse período, os cidadãos brasileiros passarão a ter acesso a diversos benefícios proporcionados pelo equipamento. As aplicações atingem áreas como a prestação de serviços públicos, defesa nacional e expansão do acesso à internet de banda larga.

Para o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, o equipamento representa uma oportunidade para alavancar diversos setores. Além de possibilitar o aumento de pessoas conectadas à internet, a banda Ka vai apoiar o acesso a serviços públicos e auxiliar no desenvolvimento econômico.

“Com o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, o Brasil vai permitir a ampliação do acesso à banda larga pela população, aperfeiçoar serviços públicos, contribuir com melhor produtividade econômica e, de uma forma geral, nosso país dá um salto tecnológico. O projeto é absolutamente estratégico para nosso país”, disse o titular do MCTIC.

COLOCAR CARTELA COM ALGUNS SETORES QUE PODEM SER BENEFICIADOS COM A AMPLIAÇÃO DO ACESSO À INTERNET:

Com o SGDC, diversos setores serão beneficiados. Abaixo, seguem exemplos.

BANCÁRIO

Permite melhor conexão entre as instituições financeiras, especialmente em regiões isoladas ou com dificuldades de conexão.

AGROPECUÁRIA

Máquinas e equipamentos agrícolas poderão se conectar à internet. Dessa maneira, permitirá controle desses artefatos a distância, com projeção de aumento da produtividade no campo por meio da agricultura de precisão.

SERVIÇO PÚBLICO

Ampliação dos pontos de conexão de órgãos e autarquias públicos, permitindo que os serviços prestados sejam disponibilizados com maior rapidez e qualidade à população. Unidades de educação e de saúde, por exemplo, serão beneficiados.

AMAZÔNIA AZUL

Plataformas petrolíferas e centros de pesquisa e defesa, localizados em ilhas ao longos das 220 milhas náuticas da Zona Exclusiva de Exploração (ZEE), terão ampla oportunidade de conectividade.

DESASTRES NATURAIS

Vai permitir a ampliação do número de Plataformas Semiautomáticas de Coleta de Dados (PCDs) por todo o território brasileiro. Esses equipamentos monitoram áreas de riscos de desastres naturais e os dados coletados são enviados ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Levantamento feito pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) aponta que há um grande potencial para a expansão do acesso à banda larga no país, uma vez que cerca de 40% das residências brasileiras não têm acesso à rede mundial de computadores. Por isso, avalia o secretário de Telecomunicações da pasta, André Borges, o SGDC é fundamental para o Brasil.

“Você vê pelo número de domicílios que precisam ser conectados [a importância do satélite]. O satélite atende milhares de pontos de acesso com alta capacidade de conexão e isso vai beneficiar a inclusão digital dessa parte da população”, explicou.

Para ampliar o alcance dos benefícios do SGDC, a Telebras vai ceder parte da capacidade da banda Ka do satélite para a exploração comercial, em dois lotes disputados por meio de concorrência pública. Outro lote vai permitir que os serviços de telecomunicação atendam a demandas de governo nas áreas de educação, segurança e saúde.

A expectativa da empresa pública é que as operadoras de telefonia vencedoras consigam levar conexão de banda larga às diversas regiões do país a preços mais competitivos que os praticados pelo mercado atualmente.

“No desenho que fizemos, quem vai atender as empresas e as residências, são as operadoras que adquirirem nossa capacidade. Em todos os estudos que fizemos, os valores vão ficar dez vezes menores do que os valores praticados hoje, qualquer que seja o fornecedor, dada a capacidade e a qualidade do serviço”, explicou o diretor Técnico-Operacional da Telebras, Jarbas Valente.

DEFESA

O Ministério da Defesa investiu cerca de R$ 500 milhões dos R$ 2,7 bilhões do valor total do projeto para utilizar a banda X — ela corresponde a 30% da capacidade do SGDC. Esta faixa é de uso exclusivo das Forças Armadas e vai servir também para garantir a segurança das comunicações estratégicas do governo federal, além de maximizar o alcance do Sistema de Comunicações Militares por Satélite (Siscomis).

VÍDEO DO GENERAL GLÁUCIO ALVES FALANDO SOBRE AS APLICAÇÕES PARA A DEFESA

Com a entrada do SGDC em operação, o Brasil passará a fazer parte do seleto grupo de nações que contam com satélite geoestacionário de comunicação próprio, diminuindo a necessidade de aluguel de equipamentos de empresas privadas. Atualmente, as Forças Armadas utilizam os serviços de telecomunicações de dois satélites privados. Com o SGDC, o gasto público com locação será significativamente reduzido e haverá maior garantia de segurança das comunicações e da soberania do país.

“Os principais ganhos com o SGDC são em soberania e segurança. Não é só a existência da banda X, mas termos ela provida por um satélite brasileiro, operado por brasileiros e cujo centro de controle esteja em território nacional. É isso o que o Projeto SGDC está trazendo para o Brasil e, principalmente para o segmento de defesa: permitir que executemos nossas operações de uma maneira mais abrangente e mais segura”, apontou o subchefe de Comando e Controle do Ministério da Defesa, general Gláucio Alves.

RECURSOS HUMANOS

Além dos recursos tecnológicos, o SGDC permitiu que uma série de profissionais brasileiros tivessem acesso aos procedimentos e técnicas para a construção de um satélite geoestacionário de comunicações. O acordo de produção do equipamento firmado entre a Visiona e a Thales Alenia Space envolveu largo processo de absorção e transferência de tecnologia, com o envio de 50 profissionais tupiniquins para as instalações da empresa francesa, em Cannes e Toulouse. São especialistas da Agência Espacial Brasileira (AEB), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério da Defesa, além das empresas Telebras e Visiona.

Esses profissionais, engenheiros e técnicos, acompanharam todo o processo de desenvolvimento do SGDC e aprenderam a operar e controlar o equipamento em solo, um trabalho que será feito por militares — cerca de cem, divididos em três turnos, 24 horas por dia — a partir do VI Comando Aéreo Regional (6° Comar), em Brasília (DF), e da Estação de Rádio da Marinha, no Rio de Janeiro (RJ).

Também há outros cinco gateways — estações terrestres que fazem o tráfego de dados dos satélites — que serão instalados em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador (BA).

ASPA DESTACADA:

“O SATÉLITE GEOESTACIONÁRIO VAI TRAZER BENEFÍCIOS, MAS ESSE IMPACTO TECNOLÓGICO, DE SE ENVOLVER NA CONSTRUÇÃO DE UM SATÉLITE, COM ESSA ABSORÇÃO DE TECNOLOGIA, FOI MUITO IMPORTANTE PARA O BRASIL”

Alvaro Prata, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTIC

Para o presidente da AEB, José Raimundo Braga Coelho, esses processos são fundamentais e terão um impacto relevante para o setor espacial brasileiro.

“Isso é importantíssimo. Aproveitamos essa oportunidade para fazer as duas coisas. Encaminhamos profissionais para trabalharem na França, acompanhando o desenvolvimento feito na empresa francesa, junto deles. Essas pessoas voltaram para o Brasil e, hoje, são especialistas na área”, disse. “Além disso, contratamos a empresa fornecedora do satélite para fazer a transferência de tecnologia para as empresas brasileiras. Com isso, elas vão se qualificar para participar de outros satélites da família do SGDC”, completou.

CIDADES INTELIGENTES

Um papel relevante do SGDC será a possibilidade de ampliação de programas federais que fomentam a propagação de cidades inteligentes no país. Cidade inteligente é uma comunidade geograficamente localizada, em que há pessoas, sistemas e coisas conectadas, via internet, entre elas. É um ambiente em que os agentes estão conectados com dois propósitos fundamentais: a melhoria das condições de vida das pessoas que ali vivem e a sustentabilidade dos recursos do planeta.

Duas ações capitaneadas pelo MCTIC são o programa Minha Cidade Inteligente e o Governo Eletrônico — Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac). Segundo o diretor de Inclusão Digital do MCTIC, Américo Bernardes, os serviços de conexão oferecidos pelo SGDC são fundamentais para incluir uma parcela da população que não tem acesso aos serviços oferecidos por essas iniciativas. Especialmente as áreas afastadas dos centros urbanos tendem a ser beneficiadas.

“O satélite é uma garantia de que as comunidades, as pessoas que vivem nessas regiões, podem exercer esse direito fundamental que é ter acesso ao conhecimento. E o satélite viabiliza esse acesso, que encaramos como um direito fundamental”, pontuou Bernardes.

COLOCAR INFO EXPLICANDO O QUE SÃO O MINHA CIDADE INTELIGENTE E O GESAC

MINHA CIDADE

O Minha Cidade Inteligente tem como premissa o fornecimento de infraestrutura de conexão em rede para municípios brasileiros, permitindo o acesso da população o acesso à internet e a serviços públicos. Além disso, apoia a implantação de redes e sistemas de alta capacidade, o fornecimento de serviços e infraestrutura de monitoramento e acompanhamento das condições locais, permitindo a geração de dados para a criação de aplicações inovadoras, bem como permite o amplo acesso às informações.

GESAC

O Programa Governo Eletrônico — Serviço de Atendimento ao Cidadão oferece gratuitamente conexão à internet em banda larga — por via terrestre e satélite — a telecentros, escolas, unidades de saúde, aldeias indígenas, postos de fronteira e quilombos. O Gesac é direcionado, prioritariamente, para comunidades em estado de vulnerabilidade social, em todo o Brasil, que não têm outro meio de serem inseridas no mundo das tecnologias da informação e comunicação (TICs).

Originally published at medium.com on December 11, 2017.

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