Comunique-se com afeto e viva a transformação do mundo

Matheus Carvalho
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3 min readApr 12, 2019

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Conheça o conceito de Comunicação Não-violenta, que, por fortalecer o potencial das relações pautadas pelo respeito e pelo acolhimento, pode ser um grande aliado para 2018

A discriminação e a opressão que marcaram a infância de Marshall Rosenberg poderiam ter arruinado sua vida. Mas, o que aconteceu foi exatamente o contrário: elas serviram de combustíveis para o desenvolvimento de uma forma revolucionária de nos comunicarmos com o mundo que nos cerca e com a nossa essência. Perseguido por sua origem judaica, o psicólogo norte-americano se dedicou a identificar e nomear os padrões das interações humanos que desencadeiam reações marcadas pela violência — física ou emocional — e, assim, propor novas reflexões e respostas comportamentais para combatê-la: a chamada Comunicação Não-violenta, que também intitula seu livro publicado pela primeira vez em 2003.

Marshall defende a construção de diálogos reais, que acolham as particularidades de cada ser humano, promovam a troca de experiências e estimulem a compreensão da realidade a partir de cada perspectiva dos envolvidos. Em sua obra, que compila anos de vivências em situações complexas, ele apresenta, de maneira muito humana, importantes insights para quem também precisa encontrar coragem e habilidade para transformar cenários, principalmente quando surgem os conflitos. Dentre as inúmeras competências comportamentais que podemos desenvolver orientados pela metodologia de Marshall, podemos destacar que:

Reagir imediatamente depois de presenciar uma situação estressante pode nos levar a julgamentos precipitados que, ao serem compartilhados, podem desencadear sentimentos negativos nas pessoas com quem nos relacionamos e, assim, dar espaço para a violência. É por isso que devemos sempre dedicar um tempo à observação objetiva dos fatos. Somente dessa forma conseguimos nos colocar no lugar das outras pessoas e entender o que realmente sentimos nos momentos difíceis. A reflexão traz a clareza para nos expressamos com mais assertividade e empatia, sem acusações que podem escapar na hora do nervosismo.

Sempre que conversarmos com alguém devemos escolher bem as palavras para demonstrar que estamos dividindo a nossa interpretação. Outra recomendação é evitar expressar julgamento sobre o outro, dando mais ênfase à própria realidade e experiência. Na prática, em vez de falar algo como “você fez isso” e “você é aquilo”, busque esclarecer a sua realidade com frases do tipo “eu me senti…” e “o que nos fez ter esse atrito?”. Quando as pessoas se sentem julgadas, elas tendem a buscar uma postura defensiva, o que bloqueia a troca livre de ideias e a compaixão.

O livro Comunicação Não-violenta — Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais está recheado de diversas reflexões necessárias para quem deseja repensar os próprios hábitos e compreende seu papel determinante na promoção da tolerância e da criação de ambientes seguros e que, de fato, promovam o desenvolvimento humano. Que tal incluí-lo entre suas leituras, especialmente nessa reta final do ano?

Autor: Marshall B. Rosenberg | Editora: Ágora

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