Design visual no SiDi

Uma conversa com o grupo de especialização sobre essa área tão importante para a construção de produtos digitais

SiDi Design
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7 min readApr 14, 2023

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Esta é uma continuação da série sobre os grupos de especialização dentro da equipe de design no SiDi. Hoje, iremos conhecer mais sobre o grupo de Design visual com a participação de Caio Provasi, Haida Martins, Laís Oliveira, Raquel Roverssi, Vitor Gaulia Ferreira, Túlio Franklin de Carvalho e Tulio Lopes.

Imagem: Caio Provasi

O que vocês mais aprenderam durante os estudos sobre Design visual no SiDi?

Tulio Lopes — Aprendemos como a percepção visual funciona, como reagimos a padrões visuais de uma interface, como podemos induzir o usuário a perceber as informações que ele procura de uma maneira mais fácil e coesa.

Até esse momento, os temas mais conceituais tem despertado em mim cada vez mais a sensação do quão importantes são os fundamentos básicos. Entender e aplicar conceitos que tornam possível manipular sensações e percepções humanas é vital para um designer. É o tipo de conhecimento que uma vez enraizado, acompanhará o profissional em todos os momentos, perdurando-se ao tempo e à tecnologia.

Vitor Gaulia Ferreira

Túlio Franklin — Durante os estudos foi possível reforçar uma ideia primária que eu tinha de como o visual pode afetar o uso de produtos digitais e na importância que aprender mais sobre esse assunto pode trazer para um profissional de design, também foi importante entender em como ter esse conhecimento é útil para argumentações na implementação de recursos nesses projetos.

Haida Martins — Cada conteúdo estudado é uma camada de conhecimento acrescentada, o que na prática ajuda a enriquecer os produtos. Estudar e se reciclar a respeito de princípios básicos e avançados devem ser práticas comuns do designer para que ele relembre dos temas e aprenda a corrigir erros com esse processo.

Como vocês aplicaram as técnicas de Design visual no SiDi?

Vitor Ferreira— Temos posto em prática durante o desenvolvimento de UI’s conceitos relacionados diretamente ao elementos que compoēm a interface, mas também conceitos amplos sobre a relação desses elementos em tela e a percepção dos usuários. Assim como a adoção de fases de design critique considerando as recomendações, boas práticas e princípios básicos de design, tem surtido argumentos válidos na defesa e validação das nossas soluções.

Raquel Roverssi — Eu consegui aplicar a parte de contraste de cores e padrões de interface, tamanho de tipografia e hierarquia visual dos componentes dentro da tela. Além desses pontos, trabalhei com tamanho dos elementos visuais. Hoje atuo em dois projetos, então adaptei o que conhecia para cada situação e tela que construí.

Acessibilidade também é algo muito importante e o estudo do grupo auxiliou muito nas escolhas de design para acessibilidade do projeto.

Laís Oliveira

Túlio Franklin — Desde a etapa de wireframes, foi possível utilizar nas interfaces criadas conceitos como Gestalt e também Semiótica que estudei durante a faculdade e que são utilizados de forma inconsciente, porém, por causa da revisão durante os estudos na área de especialização, foi possível ter a percepção desse uso de forma mais clara.

Temas como hierarquia visual, cores, contraste e principalmente acessibilidade foram aprimorados a partir dos estudos onde dicas e também ferramentas foram apresentadas pela equipe, por conta da troca de conhecimentos do grupo essa tarefa se tornou mais fácil.

Grupo de design visual durante a quarta semana do design no SiDi. Da esquerda para a direita: Túlio Franklin, Lais Oliveira, Raquel Roverssi, Caio Provasi e Vitor Ferreira

Quais os maiores desafios encontrados para fazer Design visual? Como vocês conseguem superá-los?

Vitor Ferreira— Equipes grandes demandam uma organização mais robusta e escalável. Acredito que aqui no SiDi, o desafio de garantir a consistência, tanto visual quanto comportamental dos objetos de interface está justamente nesse processo de organização. Mais especificamente, na criação de guias de estilo e bibliotecas que possam oferecer clareza de utilização, aplicação e abrangência, assegurando um desenvolvimento de interface equilátero, independente do profissional que esteja desenvolvendo a tela.

O maior desafio é estabelecer padrões visuais dos elementos, e como aplicá-los. Superamos através de reuniões e pesquisas estruturadas com melhores práticas e exemplos de elementos e acessibilidade.

— Tulio Lopes

Raquel Roverssi— Por isso, continuamos trabalhando em documentações de Style Guide para organizar os elementos, e se precisarem de alteração, é só alterar diretamente na biblioteca de componentes. Isso facilita nosso trabalho, pois por cada elemento da interface ter um link com a biblioteca de componentes, o elemento alterado também será rapidamente “atualizado” na interface.

O que vocês acham mais interessante sobre Design visual?

A capacidade de guiar o usuário de forma a facilitar o fluxo de navegação ao identificar elementos de maior importância e a sequência necessária de ações. Também considero interessante a possibilidade transmitir informações apenas com o visual e simbologias de forma que o cérebro capte em frações de segundos.

Caio Provasi

Vitor Ferreira— A influência do Design Visual sobre o comportamento e percepções humanas é notória. Ter consciência sobre isso e saber aplicar em nosso desenvolvimento, nos dá o poder e autonomia em garantir que os objetivos da interface na interação humano computador, sejam alcançados com eficiência, efetividade e satisfação.

Haida Martins — Trabalhar com conteúdos que vão além da estética, como o estudo da psicologia, do comportamento humano e como a aplicação dos conhecimentos direciona o usuário nas interações. Entender que o designer deve estar alinhado ao propósito de trazer soluções, bem como a questões éticas e sociais ao guiar este usuário.

Túlio Franklin — Na forma como ele influencia e direciona os usuários no uso de produtos digitais, na importância que os detalhes podem interferir no uso e principalmente em como ele, caso feito sem os devidos cuidados, pode influenciar em decisões erradas do usuário. Gosto de refletir que nem sempre as interfaces mais bonitas são as mais eficazes, e que o trabalho de um designer focado no visual é equilibrar esses dois mundos com o foco em usabilidade.

Vitor Ferreira, Túlio Franklin, Raquel Roverssi, Lais Oliveira, Caio Provasi e Haida Martins

Como vocês enxergam o futuro do Design visual?

Vitor Ferreira — Os conceitos e fundamentos permanecerão os mesmos, porém, devido à crescente quantidade de plataformas de interação, aplicações exigirão cada vez mais do designer, entendimentos sobre as possibilidades de interações em cada um desses dispositivos em seus diferentes contextos de acesso. Pensar em Design Visual como um verdadeiro ecossistema que abrigará acessos omnichannel cada qual com características e possibilidades inerentes a tecnologia que o carrega.

O futuro do Design Visual já acompanha o surgimento de novos tipos de interface, algo que já estamos vivenciando com 3D, VR e outras projeções. O designer continuará atuando com a sua bagagem de conhecimento e novos aprendizados a fim de se adaptar a essas mudanças.

Haida Martins

Túlio Franklin — Um estudo mais aprofundado em interfaces voltadas ao RV/VR e formas cada vez mais práticas em foco com responsividade, formas mais práticas de desenvolver um site para vários dispositivos.

Caio Provasi — Percebo o futuro do design visual com maior inclusão pela acessibilidade, também sendo impactado por animações como algo trivial, e requerindo flexibilidade para customização pelo usuário.

Grupo de Design visual conversando com Gilberto Prado durante a quarta semana do Design do SiDi

Se vocês pudessem dar uma dica para quem está iniciando os estudos em Design visual, qual seria?

Caio Provasi— Estude fundamentos para embasar suas aplicações. Não deixe de colocar a mão na massa, pois praticando você vai aprender o ferramental, experimentar ideias e aplicar conceitos. Entenda as motivações, pois um determinado visual só é melhor de acordo com um objetivo e contexto.

Leiam coisas novas, sejam curiosos, explorem. E treinem bastante, assim com o tempo você poderá melhorar sua percepção, além de enxergar possibilidades novas e refletir sobre melhorias em produtos digitais que você talvez conheça ou use diariamente.

Raquel Roverssi

Haida Martins— Também é interessante utilizar desafios como o Daily UI para praticar criação, também indicado ler cases e procurar treinar o olhar com interfaces no dia a dia.

As temáticas “básicas” fazem a diferença dentro do nosso trabalho e que se nós não dermos atenção a elas, podemos gerar algum tipo de desconforto para os usuários.

Raquel Roverssi

Além de fazer interfaces com boa hierarquia, cores e contraste, é muito importante prestar atenção nos usuários e minha dica para isso é aplicar testes de usabilidade, pois dessa forma será possível melhorar cada vez mais o seu trabalho.

Túlio Franklin de Carvalho

Vitor Ferreira — Além de estudar os fundamentos, estar aberto a críticas também é fundamental. As críticas são o fio da balança do quão podemos aprimorar algo em nosso trabalho. Assim você vai se refinando constantemente e “afiando” seu olhar de forma natural.

Seja eclético na captação de inspiração, às vezes, uma boa ideia ou uma forma de abordagem está escondida por trás de um meio ou tema pouco ou nunca explorado por você. Inspiração está em tudo e em todos. Seja sensível a isso.

Por último, mas não menos importante, seja pixel perfect, nunca ignore quaisquer item de interface ou princípio de design que esteja sendo corrompido, afinal, se chegou até aqui, tem que valer a pena ser colocado em prática.

Essa foi mais uma entrevista com o grupo de especialização de Design visual do SiDi e os designers que fazem parte dele. Teremos ainda mais publicações sobre os outros grupos! 😃

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