O que aprendi coordenando o SiDi Design no Medium

Já são 52 artigos publicados em mais de dois anos

Ingrid Layara
SiDi Design
5 min readJun 23, 2023

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Foto original por Etienne Girardet no Unsplash

Em 2021, tivemos a ideia de criar uma publicação no Medium para que pudéssemos compartilhar as nossas experiências, conhecimentos e histórias sobre design.

A ideia é contribuir com a comunidade de design, divulgar mais a equipe dentro e fora do SiDi e exercitar a escrita. Além de tudo, segundo Liz Hamburger, essa prática nos torna melhores designers: How writing can help you become a better designer.

Pouco mais de dois anos depois, eu aprendi bastante. Trago aqui alguns desafios com que tive que lidar e algumas lições aprendidas ao coordenar a iniciativa.

1. Organizar e ter flexibilidade

Os pedidos de publicação vão chegando ao longo do ano e é importante deixá-los catalogados em uma planilha para que se tenha o acompanhamento das atividades.

A planilha deve conter as datas de publicação, mas também é importante solicitar aos autores que enviem o artigo com antecedência para que entre em revisão.

Além disso, apesar de prazos marcados, alguns imprevistos ocorrem e ter que adiantar ou adiar uma publicação não é algo corriqueiro, mas que pode acontecer.

2. Escolher alguém para revisar

No primeiro ano, revisei cada artigo que foi enviado para a publicação. Mas em 2022, percebi que não seria mais possível eu revisar todos sozinha. Por não dominar todos os assuntos de design que existem, comecei a pedir ajuda aos grupos de especialização para revisarem os textos. Dessa forma, tanto eu como Marcela Palmieri poderíamos fazer uma revisão mais voltada pra ortografia, verificar se a história contada estava coerente, clara e se as pessoas estavam usando imagens ou referências adequadamente.

É importante que o artigo escrito passe por pelo menos uma revisão. Isso faz com que os erros diminuam e o autor consiga ter novas visões e perspectivas sobre o assunto que está escrevendo.

3. Otimizar o tempo

A cada novo autor, ou designer novato, percebi que as mesmas perguntas sempre se repetiam:

“Como faço para enviar para a publicação?”

“Como edito o texto no Medium?”

“Como coloco tags?”

“O que tenho que fazer agora?”

Isso estava se tornando um problema para mim, pois eu tinha que parar as atividades de projeto todas as vezes para explicar como tudo funcionava.

Para economizar o meu curto tempo, criei tutoriais em vídeo para que o uso do Medium ficasse claro e algumas regras de publicação também.

Foto por Morgan Housel no Unsplash

4. Reservar espaço na agenda

Ainda sobre gerenciamento de tempo, nem sempre vamos ter as horas suficientes para dar conta de todas as atividades de projeto e mais as atividades extras. Aprendi que reservar um período na agenda para cuidar apenas de um determinado assunto iria me ajudar a focar nas atividades do blog.

Assim, consegui ter mais foco sobre o que deveria ser feito, manter as planilhas de planejamento atualizadas, verificar o andamento das revisões, revisar os textos e mandar mensagens para a equipe quando alguma mudança ocorresse.

5. Disponibilizar uma estrutura básica para quem precisa

Um dos problemas que identifiquei foi que nem todas as pessoas têm facilidade para escrever. E devido ao blog ser um espaço para as pessoas exercitarem a escrita, algumas pessoas acabam precisando de uma orientação a mais, o que é absolutamente normal.

Além disso, nem sempre as pessoas vão chegar com o artigo 100% pronto. Ou ainda, elas pensaram que estavam indo por um bom caminho, mas o conteúdo teria potencial para se tornar mais interessante se fosse feito de outra maneira.

Por isso, comecei a pensar:

Qual estrutura este artigo deveria ter e qual narrativa seria boa de ser contada aqui?

Resolvi, então, passar alguns guias básicos de acordo com cada tema proposto que a pessoa escolheu para que a escrita se tornasse mais fácil para ela. Um exemplo disso é simplesmente fazer perguntas relacionadas ao tema que façam a pessoa refletir e se guiar. Por exemplo:

"O que te motivou a fazer uma análise heurística?"

"Por que fazer uma análise é importante?"

"Como foi a execução da análise?"

"Você teve algum aprendizado geral?"

Acredito que não é bom deixar as pessoas presas a um modelo ou estrutura fixa e pronta, mas fazer perguntas pode tornar a escrita mais fácil para a pessoa começar a estruturar as ideias.

Foto por In The Making Studio no Unsplash

6. Divulgar as postagens

É importante fazer com que as publicações ocorram de maneira constante, assim, a percepção que a audiência terá é que a publicação está funcionando e que novos conteúdos virão a cada mês. Além disso, é importante divulgar as publicações sempre que elas saírem.

Confesso que aprendi bastante sobre esse tópico, mas ainda tenho muito a descobrir para divulgar bem tudo o que fazemos.

7. Incentivar as pessoas

Por fim, aprendi a incentivar as pessoas, seja dando um elogio sobre o que escreveram, ou tentando identificar temas que elas poderiam escrever a partir do perfil delas.

Assim, as chances de a escrita dar certo são maiores, pois a pessoa está mais propensa a trazer sua personalidade ao escrever sobre algo com o qual ela se identifica.

Esses aprendizados se deram após muito trabalho criativo, muitas trocas, discussões e experimentação por parte de todo o time. No primeiro ano, cada pessoa pôde escolher um tema de preferência para publicar. Assim, todos deram os primeiros passos para exercitar a escrita no blog.

Já no segundo ano, Fernanda Pellegrini, coordenadora de design no SiDi Campinas, teve a ideia de focar nas áreas de especialização, alinhando as atividades internas às principais áreas do design identificadas na nossa equipe: UX Research, UX Writing, Design de interação, Design visual e Computação gráfica. Com isso, criamos 24 postagens somente em 2022.

E chegamos agora ao terceiro ano. Estamos cada vez mais aprimorando nosso conteúdo pensando sobre o impacto de compartilhar nossos pensamentos e ideias nas outras pessoas. Isso nos leva ao objetivo de criar artigos que sejam influentes e que contem nossas experiências como designers do SiDi de uma forma pessoal e única.

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