UX Writing no SiDi
Uma conversa com o grupo que estuda essa nova área dentro do SiDi
Durante o ano de 2022, a equipe de design foi agrupada por áreas de especialização com o objetivo de desenvolver a equipe.
Essa é uma nova série sobre as áreas de especialização e a equipe de design do SiDi. Vamos iniciar conhecendo um pouco sobre o grupo de UX Writing com a participação de Alexis Penalva, Erika Mayumi Miyoshi, Guilherme Larré, Isabela Favaron, Marcela Palmieri e Valéria Piuselli.
O que vocês mais aprenderam durante os estudos sobre UX Writing no SiDi?
Guilherme Larré— Realizamos pesquisas sobre acessibilidade, linguagem inclusiva e não androcêntrica e sobre tipologia, apresentando aos colegas de outros grupos de estudo. Aprendemos sobre os entregáveis mais comuns e boas práticas de UX Writing, e tivemos a oportunidade de conversar com uma profissional UX Writer já experiente, o que nos trouxe um entendimento melhor das possibilidades dentro da área.
"Aprendemos principalmente sobre a importância e a diferença que o UX Writing faz nos produtos, e também algumas técnicas de como aplicá-lo de forma a tornar um produto mais fácil e agradável de ser utilizado".
Marcela Palmieri— Adquirimos conhecimento também sobre tipografia e como o usuário lê, sobre elementos de interface onde o texto será inserido. Eu e Isabela também estudamos bastante sobre design conversacional no grupo de estudos de UXW, que acaba sendo uma área de especialização para nós duas.
Como vocês aplicaram as técnicas de UX Writing no SiDi?
Guilherme Larré— Nosso grupo é recente dentro do SiDi, mas já pudemos pôr em prática nossas habilidades em projetos do instituto, ajudando a designer do projeto com a parte escrita na experiência de sistema que está sendo criado. Ademais, estamos sempre apresentando o que é estudado por nós para todos os grupos dentro de Design, o que enriquece o conhecimento de todos do SiDi.
Marcela Palmieri— Foi muito valioso poder aplicar as técnicas de UX Writing em tarefas de redação e revisão para os projetos dos colegas de design, pois assim pudemos conhecer outros métodos de aplicação de UXW que são bem diferentes daqueles dos projetos em que cada um está alocado. Além disso, as revisões em conjunto trouxeram maior democratização e equalização do conhecimento entre todos nós, fazendo-nos ver também como é essencial a diversidade sociocultural para gerar mais valor ao conteúdo.
Quais os maiores desafios encontrados para fazer UX Writing? Como vocês conseguem superá-los?
O maior desafio do UX writing é de fato passar a mensagem que o usuário precisa receber da melhor maneira possível. É difícil dosar a quantidade de informações, quando colocar mais e quando colocar menos.
Erika Miyoshi — Acredito que outro desafio do UX Writing seria a entrada tardia do UX Writer no projeto, em um momento em que muitos textos já foram escritos, e possivelmente por várias pessoas diferentes. Um exemplo foi a revisão que fizemos de um aplicativo inteiro: superamos o desafio quebrando os textos em sub-categorias e cada um do grupo de UX Writing pegou uma sub-categoria para revisar. Nós padronizamos os termos para que todos pudessem revisar e fazer alterações de forma semelhante.
Marcela Palmieri— Encontramos também o desafio relacionado à pesquisa com usuários e mensuração de conteúdo. Por se tratar de uma área recente no instituto, não temos práticas de pesquisa e testes estabelecidos especificamente para a avaliação de escrita e conteúdo. Neste ano, começamos os estudos sobre o tema, descobrindo novos métodos, aplicando internamente e descobrindo quão eficazes eles se mostram.
O que vocês acham mais interessante sobre UX Writing?
Valeria Piuselli— Gosto de saber que posso escrever a mesma coisa de várias formas, ampliar ou diminuir um conteúdo, que o texto pode ser mais emocional, imperativo, contextual, etc, e que tudo depende do que queremos transmitir, comunicar e da necessidade daquele entregável.
Eu adoro o exercício constante de se colocar no lugar da empresa que quer comunicar e da pessoa usuária que precisa daquela ferramenta em determinada circunstância. Durante o trabalho, somos as pessoas que desenvolvem o aplicativo. Mas, ao sairmos do trabalho, também podemos ser a pessoa usuária que precisará utilizar este aplicativo. Eu me fascino pela troca de papéis, pelo exercício da empatia e pela possibilidade de calçar os sapatos de ambos para encontrar a melhor solução.
Tem muito pra ler e ser estudado, mas se você gosta de trabalhar com a linguagem, é bem interessante saber como ela pode ser adaptada segundo as diferentes circunstâncias.
— Alexis Penalva
Guilherme Larré— Acho interessante que áreas de conhecimento diversas se convergem dentro de UX Writing, e não somente áreas de Design. É um trabalho multidisciplinar e há muitos caminhos que podem ser seguidos. O UX Writer também é útil para todo tipo de projeto, e acredito que todos estamos ansiosos para fazer parte de mais iniciativas dentro do SiDi.
Um bom UX Writing via de regra é “invisível”, não chama a atenção, mas faz toda a diferença!
Como vocês enxergam o futuro do UX Writing?
Valeria Piuselli — Percebo que este “espaço” do UX Writing ainda está sendo construído e que realmente há uma percepção errada com relação à área. Algumas pessoas ainda acreditam que é “somente escrever”. Poucos pensam, ou percebem que saber comunicar traz um certo poder e diferencial a quem o faz. Não é à toa que pessoas que tem uma boa oratória são convincentes e movimentam multidões trazendo-as para perto de si.
A escolha das melhores palavras e do design de um produto podem alavancar a sua aceitação ou afundá-lo de vez, ainda que ele seja super útil e que a proposta seja boa. Se a divulgação e a fala com o consumidor não forem direcionadas ao público-alvo, o produto não será aceito. Antes, isso era levado em consideração apenas na área da publicidade quando era necessário lançar o produto no mercado, hoje em dia, em que tudo é tecnológico, o profissional de UX Writing e suas nuances faz-se necessário nos times orientados ao desenvolvimento tecnológico desde o início, e creio que aos poucos o mercado vai percebendo isto.
Se vocês pudessem dar uma dica para quem está iniciando os estudos em UX Writing, qual seria?
Guilherme Larré— Estudar bastante. Recomendo fazer um curso básico sobre UX Writing e procurar entender mais sobre UX Design. Vejo que todos os UX Writers de sucesso fazem uso de ferramentas e procedimentos já bastante utilizados no UX Design. É importante também tentar desenvolver o “olhar” de UX Writer no dia a dia, seja nas experiências nos apps que você usa, ou na comunicação escrita que você encontra no mundo real. O que podia melhorar? Além disso, é importante entender as terminologias, o que se espera do profissional, quais são suas atividades no trabalho e estudar exemplos de entregáveis já feitos.
Erika Miyoshi — Seguir UX Writers nas redes sociais ajuda muito também! Eles sempre tem ótimas indicações e dicas.
Às vezes parece que você está perdido em um mar de termos novos, desconhecidos, mas ver exemplos práticos e tentar criar seus próprios exemplos ajuda bastante quem está começando. Vejo que a curiosidade é uma grande ferramenta de trabalho para o UX Writer.
Valeria Piuselli — Eu, como a própria iniciante, diria: “se joga”! Risos. Leia até aquilo que você acredita que não te atrai, porque você pode se surpreender, e mesmo que você não escolha o conteúdo em si como uma sub-área na qual você gostaria de trabalhar, pelo menos você terá adquirido um novo conhecimento e isso sempre vai te ajudar a ser um profissional mais completo.
Leia, ouça seus colegas, observe… tem muuuitas coisas legais para fazer em UX Writing e áreas para se especializar. Eu mesma, me surpreendo a cada dia. Fiz um curso de UX — UI bem abrangente antes de escolher entrar na área, mas hoje percebo que é muito mais do que eu imaginava, então explore!! E se permita ser um novato novamente.
Conversa sobre a carreira de UX Writer com a Alê Periard
Mais sobre UX Writing no blog de design do SiDi
Por hoje é isso, espero que tenham gostado de conhecer mais sobre o grupo de especialização em UX Writing do SiDi e os designers que fazem parte dele. Logo mais, teremos publicações sobre os outros grupos! Até já! 😃
