Se um usuário do Bixby em uma noite de inverno… A literatura de um assistente virtual (Parte 4)

Renan A F Bolognin
SiDi NLP
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12 min readJan 10, 2023

Essa é a última semana da sua novela semanal SiDi preferida! (Talvez por ser a única?)

Calma, não chore ainda!
Espere terminar a leitura para cair em lágrimas.
Enquanto isso, se concentre em debater, criticar, sonhar acordado e aspirar o futuro!
Enfim, sugiro que reflitamos um pouco sobre uma determinada epistemologia crítica dos estudos narrativos e como ela poderia embasar uma possível ampliação do Bixby chat literário na qual os usuários poderiam escrever e divulgar suas histórias mundo afora.

Ah, só relembrando: nada de chorar, hein?
Pelo menos por enquanto…

Há como ampliar essa produção literária?

O romance Se um viajante numa noite de inverno, do escritor italiano Ítalo Calvino (1999) — que inspirou o título deste artigo — merece uma breve explicação sobre seu funcionamento narrativo. A aparente descontinuidade existente nesse breve título resvala na construção narrativa do livro. De certo modo, a construção do texto leva em consideração a maneira pela qual o leitor explora frestas das palavras e de sua interpretação. Ou seja, “se um viajante numa noite de inverno sente frio, procura uma estalagem”, “se um viajante numa noite de inverno tem fome, prefere cozinhar uma bela sopa de batatas”, “se um viajante numa noite de inverno não encontrar abrigo, decide se deitar em um banco da rodoviária”, são algumas outras inúmeras microhistórias possíveis. Nas primeiras linhas do romance acompanhamos a interlocução direta entre narrador e leitor propondo a intersecção dos dois entes e desvelando as engrenagens narrativas que sustentam o funcionamento de uma narrativa:

Você vai começar a ler o novo romance de Ítalo Calvino, Se um viajante numa noite de inverno. Relaxe. Concentre-se. Afaste todos os outros pensamentos. Deixe que o mundo a sua volta se dissolva no indefinido. É melhor fechar a porta; do outro lado há sempre um televisor ligado. Diga logo aos outros: “Não, não quero ver televisão!”. Se não ouvirem, levante a voz: “Estou lendo! Não quero ser perturbado!”. Com todo aquele barulho, talvez ainda não o tenham ouvido; fale mais alto, grite: “Estou começando a ler o novo romance de Ítalo Calvino!”. Se preferir, não diga nada; tomara que o deixem em paz (CALVINO, 1999, p. 9).

De outra maneira, diríamos que esse romance também é um ensaio sobre os limites e a criação de uma ficção. De acordo com Umberto Eco (1998), uma das funções realizadas pelo leitor de narrativas, incluindo a acima de Ítalo Calvino, é o preenchimento dos espaços em branco de um texto. Dizendo de outro modo, mesmo sem o recorrente “Era uma vez…”, um texto não precisa começar com explicações do estilo: “Imagine um meio medieval repleto de dragões e ogros não existentes no mundo real. Agora, imagine um castelo. Por sua vez, insira em seu interior uma princesa aprisionada e que sonha, insistentemente, em ser resgatada e com um princípe que irá resgatá-la”.

O Bixby também realiza o procedimento de desvelamento de ferramentas narrativas que amparam os esteios de um texto. Assim, a maneira de contar uma história com essa função do assistente virtual em nada se distancia das narrativas criadas por unidades humanas — com exceção, é claro, do livro supracitado de Ítalo Calvino (1999), embora não seja impossível imaginar a capacidade de as máquinas emularem esse estilo de escrita. Em relação a isso, não podemos deixar de citar uma função narrativa muito similar às narrativas de tabuleiros de RPG ou de jogos narrativos digitais de 1980 em que os leitores podiam escolher os caminhos de uma história conforme o perguntado pelo Bixby ao usuário: “Você está pronto para decidir o rumo da estória? Escolha a estória”.

Como exemplo, cabe a primeira tela da história interativa “Fuga no passado”, narrativa localizada ao Português brasileiro que se aproxima do texto de Ítalo Calvino com o convite à entrada na narrativa com a sentença “Imagine-se no passado” (Figura 3) e a interatividade dos RPG oitentistas presente na escolha de caminhos distintos de uma narrativa (Figura 4):

Figuras 8 e 9: Bixby Stories.

Fonte: Samsung, Bixby português brasileiro.

Há outros incontáveis procedimentos linguísticos que parecem característicos à estruturação de narrativas literárias e que podem servir como subsídios para a criação de histórias, raps, poemas narrativos e piadas mais parecidas com as “reais”. Para isso, e para finalizar esta seção deste artigo, cabe citar o longo ensaio Discurso da narrativa, de Gérard Genette (1965). Nesse texto, o crítico literário francês divide em cinco grandes capítulos alguns procedimentos técnico-narrativos possíveis. São eles: a ordem, a duração, a frequência, o modo e a voz. Todos esses grandes grupos constituem, em certa medida, além da demonstração das ferramentas de organização de uma narrativa, a maneira pela qual essa estruturação pode subsidiar a significação de um texto para além das palavras de uma diegesis[1] e também como sugestão para a elaboração de uma escrita literária.

Para demonstrarmos esses subsídios e sugestões, cabe uma breve exemplificação concisa de cada um dos cinco capítulos e dos conceitos considerados os mais importantes para uma possível organização textual que pode subjazer as sugestões de “escritas” narrativas através do Bixby chat:

1. Ordem: o desencadeamento dos acontecimentos de uma dada diegesis e sua organização em relação à voz narrativa.

· Tempo da narrativa: a ordem dos acontecimentos de uma história (didaticamente falando: seu começo, meio e fim) que, não necessariamente, se correlaciona com a manipulação da voz narrativa;

· Tempo da narração: como a ordem dos acontecimentos narrativos é manipulada pelo narrador, não necessariamente seguindo a linearidade início, meio e fim;

· Analepse: digressões, ou a recuperação do passado da narrativa, do tempo da narração;

· Prolepse: predições, ou previsões, do futuro da narrativa, pelo tempo da narração.

2. Duração: uma relação complexa entre a velocidade da narração de um acontecimento narrativo e sua velocidade aumentada, diminuída ou igual (sendo a velocidade de uma narrativa sempre uma medida fictícia entre o acontecimento mimético e o real) em relação a um acontecimento real ou fictício.

· Isocronia: a narração de um dado acontecimento narrativo em um tempo justo, equitativo, exato, preciso, pontual de acordo com as particularidades de velocidade desse acontecimento e da narrativa na qual está inserido;

· Anisocronia: a narração de um dado acontecimento narrativo em um tempo mais estendido ou diminuto de acordo com as particularidades de um acontecimento narrativo tendo em vista neste caso, e/ou no anterior, um efeito estético e, consequentemente, sua significação;

3. Frequência: repetição, ou não, de um acontecimento narrativo. Seu efeito estético tem como consequência uma significação diferenciada ao longo da leitura;

· Singular: acontecimento narrado apenas uma vez na narrativa;

· Iterativo: acontecimento que se repete ao longo da narração.

4. Modo: como a perspectiva ou o ponto de vista ou o foco do narrador de uma narrativa se correlaciona(m) com a qualidade ou a quantidade de informações sobre uma determinada história. Desse modo, se o narrador consegue equilibrar ambos os termos ou possui maior ou menor grau de conhecimento sobre os acontecimentos, a narrativa será apresentada de maneira distinta, provocando, portanto, diversos efeitos e significações.

· Distância modal: como a distância temporal de um narrador em relação a um acontecimento narrativo, na primeira, segunda ou na terceira pessoa, e nos tempos da narrativa e da narração implica diferenças consideráveis no que concerne à estética da narrativa e, principalmente, aos significados da narração;

· Focalização interna fixa, múltipla e variável: perspectiva que se correlaciona com a posição do narrador em relação a um dado personagem, ou vários de uma narrativa, podendo chegar a seus pensamentos (sendo este último substantivo plural de complexa associação com personagens de ficção); apresentar uma pluralidade de intimidades dos seres narrativos; ou deslocar-se da perspectiva interna de um personagem a outro, respectivamente. Isto é, cada qual apresenta efeitos e significações distintos ao longo da leitura e/ou audição e/ou visualização de uma narrativa;

· Focalização externa: a perspectiva de um narrador sobre determinada narrativa desde a externalidade de um personagem, do espaço de uma diegesis, dos acontecimentos, etc.;

· Focalização grau zero: termo aproximativo de como o narrador manipula a quantidade e a qualidade de uma determinada narrativa maximamente e, por isso, exerce papel similar ao de um demiurgo, ubíquo, dos acontecimentos narrativos;

· Paralepse: recurso com o qual o narrador informa mais do que sabe a respeito de uma determinada narrativa;

· Paralipse: quando o narrador prefere omitir algumas informações a respeito da narrativa contada.

5. Voz: narração.

· Narrador autodiegético: quando a diegesis é organizada desde a perspectiva de um narrador protagonista em primeira pessoa;

· Narrador homodiegético: quando a diegesis é organizada a partir da perspectiva de um narrador que não protagoniza a narrativa. Embora também seja escrita em primeira pessoa, esse narrador relata como os acontecimentos narrativos se desenvolvem em torno da posição de outro(s) personagem(ns) protagonista(s);

· Narrador heterodiegético: quando a diegesis é organizada a partir da perspectiva de um narrador externo à narrativa e relata os acontecimentos que se desenvolvem em torno dos personagens de uma dada história.

Feitas essas considerações epistemológicas, cabe vincular a um gráfico como uma dada diegesis pode corresponder a um funcionamento textual com os inúmeros aspectos que a compõem, dependendo, obviamente, de como cada narrador, interno ou externo à narrativa contada, dá azo ao relato de cada um dos acontecimentos narrativos a partir de sua posição na história contada, da qualidade e da quantidade de informação narrativa que possui, de sua ordenação, velocidade e repetição:

Figura 10: Estrutura narrativa.

Fonte: ARQUIVO pessoal.

Sendo assim, por que não aventamos a possibilidade do Bixby incorporar esses procedimentos narrativos programaticamente como parte intrínseca da função chat para sugerir ao usuário como criar narrativas e não apenas consumir as pré-programadas no aplicativo?

Considerações finais

A biblioteca existe ab aeterno (BORGES, 1944, p. 39)

As proposições centrais deste artigo eram levantar o espelhamento do usuário em um assistente virtual; como, em linhas gerais, se organiza a literatura nessa produção específica; e sugerir como essa função poderia ser personalizada estruturalmente na função chat do Bixby. Com algumas modificações (aparentemente básicas para a programação) e as ferramentas necessárias, Bixby pode se tornar um ambiente estendido de modo similar às inúmeras plataformas de publicação de textos, livros, poemas, etc. gratuitos. À imagem e semelhança do conto “A biblioteca de Babel”, de Jorge Luis Borges, o Bixby chat poderia oferecer um ambiente digital estendido de audição, criação, edição e leitura em que a aparência de infinitude de conteúdo se apresentaria como um universo cativante para a literatura digital.

Do ponto de vista social, a ampliação da função do aplicativo pode representar um incentivo ao acesso à escrita, leitura e audição literárias. Uma possível democratização do saber, do ler e do escrever, que, possivelmente, acrescentaria visibilidade de toda e qualquer empresa que desempenhasse essa empreitada. Entrelaçado a esse ponto de vista pedagógico, o acesso a essa função — principalmente se democratizado a celulares com menor valor aquisitivo — pode servir como porta de entrada para aulas de literatura, redação e interpretação de textos.

Obviamente, do ponto de vista econômico (além da já citada propaganda positiva do ponto de vista pedagógico), a implementação de mais mecanismos para o Bixby chat poderia angariar uma abertura comercial ao nicho de produtores artísticos e exerceria um papel parecido, porém não igual aos e-readers. Afinal de contas, estaríamos diante de uma função que permitiria a elaboração e a divulgação de textos autorais de leitoras e leitores, talvez, com mais eficácia e menor custo. Nesse ponto de vista, é interessante refletir a respeito da potencialidade da literatura digital para propagandear o Bixby a várias direções.

Do ponto de vista acadêmico, o incentivo à produção de literatura digital, além de proporcionar uma compreensão mais profunda das novas modulações trazidas pelas novas tecnologias à escrita nesse meio digital, poderia implicar a criação de um repositório vasto e de armazenamento estável da produção literária dessa categoria, além de um ambiente digital de produção literária digno de estudos.

Do ponto de vista pessoal, quem sabe o acesso frequente a esses mecanismos de leitura não nos torne mais humanos ou nos ajude a refazer os fragmentos humanos maculados pela crueldade do que nos acostumamos a chamar de cotidiano.

[1] Diegesis significa “narrativa”, um dos modos de imitação poética “mimética”. O outro pilar de seu contraste é a representação mais próxima do que se chama realidade, portanto, não escrita, pintada, desenhada, etc., mas performada por atores diante de um público de auditório, teatro, televisão, etc. (GENETTE, 1972, p. 55).

Referências

APOYO a Pablo Katchadjan. Disponível em: https://m.facebook.com/1599418800322990/photos/a.1602026523395551/1602026500062220/?comment_id=1602036420061228&_se_imp=00fnyUgLhVYHP9Yvw.m Acesso em: 28 Nov. 2022.

ASIMOV, Isaac. Eu, robô. Trad. Luis Horácio da Matta. 2ed. São Paulo: Círculo do livro, 1969 [1950].

BENJAMIN, W. Sobre alguns temas em Baudelaire (1940). In: Obras escolhidas III. Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. Trad. José Carlos Martins Barbosa e Hemerson Alves Baptista. São Paulo: Editora Brasiliense, 1989, p. 103–151.

BERNARDES, Tim. A balada de Tim Bernardes. In: Mil coisas invisíveis. São Paulo: Coala Records, Spin Music, 2022.

BIXBY. Faça mais com Bixby. In: samsung.com/br. Disponível em: https://www.samsung.com/br/apps/bixby/. Acesso em: 05 set. 2022.

BORGES, Jorge Luis Borges. A biblioteca de Babel. Trad. de Carlos Nejar. In: Obras completas Jorge Luis Borges. v.1. São Paulo: Globo, 1999.

CALVINO, Ítalo. Se um viajante numa noite de inverno. 2ed. Trad. Nilson Moulin. São Paulo: 1999.

CANALTECH. Como usar a Bixby em português no seu Samsung. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=q2TZSiTbpJM. Acesso em: 22 set. 2022.

CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. 5ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2011.14.238281000000018&z=8. Acesso em: 08 set. 2022.

DEBASSI, Júlia. De onde vieram os homens com quem dormi? (S/d).Disponível em: https://www.google.com/maps/d/u/0/viewer?ie=UTF8&hl=pt-BR&msa=0&z=8&mid=1LlgmkJib20SSjTbpDd_tfZ1X4TQ&ll=-5.799777999999983%2C-35.20774800000001. Consultado em: 11 fev. 2021.

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EMDTech. Chegou a Bixby em Português no A70, A50, A51 e resolvi fazer um teste! Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=gOxtgNFzR2g. Acesso em: 22 set. 2022.

FÉLIX, Carmem Sílvia. Faces e interfaces da literatura brasileira contemporânea: (re)existindo em tempos internético e pandêmico. In: BOLOGNIN, Renan Augusto Ferreira Bolognin; PROCKNOV, Rafaela Cássia (Orgs.). Caixa de pandora: a literatura brasileira contemporânea (e alguns de) seus eixos. São Paulo: Todas as musas, 2022. [no prelo].

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YOBORGES. (In)Disponível em: http://www.yoborges.com.ar/. Acesso em: 28 Nov. 2022.

Tudo tem um fim. A novela boa. A novela ruim. A citação deliciosa. O artigo pretensioso. O que se pode dizer sobre tecnologia. O que se poderia dizer sobre mim. Ficamos, quem sabe, para uma próxima. Quem sabe um próximo artigo. Quem sabe uma próxima trova.

A única certeza que resta desse texto é apenas a de o finalizarmos com Guimarães Rosa:

Fim que foi.

Aqui a estória se acabou.

Aqui, a estória acabada.

Aqui, a estória acaba.

João Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas. RJ: José Olympio, 1968. p. 454.

Perdeu as outras partes dessa novela?
Vale a pena ler novo!

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Renan A F Bolognin
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Tradutor técnico de Lingua Espanhola do SiDi Campinas.