CHOREI LARGADA COM THE PIANIST

Jaqueline Packowski
Silva Home Reads
Published in
3 min readNov 28, 2018
foto: reprodução

Mais uma semana aí pra gente viver e ter que sair correndo atrás do ônibus e nada mais justo que uma review sobre os consagrados clássicos do cinema. Então senta aí na janelinha do busão, coloca um fone e aquela música que faz três dias que tu escuta em looping no Spotify e vamos lá!

O Pianista é um filme clássico que eu não levei anos pra ir assistir como os demais que comentei por aqui, pra falar a verdade devo ter assistido pela primeira vez há, no mínimo, uns cinco anos e, pelo menos, umas três vezes — chorei em todas. Foi numa época do ensino fundamental ou médio, em que estávamos estudando sobre a Segunda Guerra Mundial e víamos filmes que retratavam os acontecimentos dessa época, ficção ou biográficos, como: Der Untergang (2004), La vita è bella (1997), Saving Private Ryan (1998) e inúmeros outros. É um tema que me atrai bastante, então grande parte dos filmes sobre tal eu já assisti.

Questionando, então, sobre qual filme eu poderia meter uma review, sugeriram O Pianista e, como não fazia um mês que eu assisti de novo, cá estamos.

Dirigido por Roman Polanski, o filme conta a história, baseada em fatos reais, de Wladyslaw Szpilman; um pianista que trabalhava em uma rádio na cidade de Varsóvia e vê sua vida mudar bruscamente a partir da invasão alemã e o início da Segunda Guerra Mundial. Acompanhamos gradativamente a intolerância e perseguição contra o povo judeu, começando pelas proibições dos mesmos em lugares públicos, o uso da identificação em suas roupas com uma estrela amarela, passando pela criação do gueto de Varsóvia, até a captura de Szpilman e sua família, sendo ele o único capaz de se livrar dos campos de concentração, obrigado a viver escondido e refugiado por prédios na cidade enquanto aguarda o esperado fim da guerra.

Um filme triste e sensível é como eu consigo descrever a experiência que é assistir O Pianista — sim, experiência, diferente de alguns filmes que apenas assistimos e agregamos uma nova história a nossa bagagem, o filme consegue ser mais que isso, ele consegue ser uma experiência única, comovente e bela. Normalmente, filmes que abordam o tema, trazem muito sobre a Guerra em si e, em grande parte, as histórias dos soldados; enquanto O Pianista traz pouquíssimo sobre isso, focando muito mais na experiência vivida por uma pessoa que não foi para as trincheiras, mas que vivenciou de perto todos os horrores causados pela ocasião.

Passamos o filme inteiro com o questionamento de “como foi possível deixarmos algo assim acontecer?”. Acompanhar a perseguição, fome e humilhação pela qual passam o Szpilman e sua família é angustiante. A atuação de Adrien Brody é a impecável prova disso — somado ao Oscar por melhor ator recebido com o papel, dentre os outros prêmios importantes que também marcam a beleza do filme — sua interpretação nos comove, com seu olhar perdido em meio a destruição da cidade e da sua família, ademais das belíssimas e tocantes cenas quando distante de um piano.

Juntando tudo isso com à direção de Roman Polanski, que passou pelos horrores do holocausto e viveu, de fato, nos guetos torna-se tudo muito fiel e complementar. Tudo é retratado sem rodeios, a realidade que era viver em um gueto, trazendo ao filme situações que o próprio viveu no tempo passado lá. Atuação e direção se integram de forma tão sublime que se tornou um clássico.

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