14 de agosto

Um cafézinho e uma história

Em Minas Gerais, boas histórias são contadas em torno de uma mesa de café. Bons momentos são compartilhados quando tomamos um cafézinho no copo americano.

Café me lembra a casa da minha avó Acélia. Ela era bem bem pertinho do apartamento em que eu cresci e eu, Bruna e Laura, minhas irmãs, sempre íamos para lá para brincar, principalmente na parte da tarde. Vovó Cé toda vez fazia um café gostoso para rechear as brincadeiras: derretia queijo e enfiava dentro do pão, de um jeito que só ela sabia fazer, mesmo com pão de padaria e queijo comum do supermercado. Minha irmã e eu achávamos o máximo tomar café, coisa de adulto. Café coado no coador de pano, misturado com água e açúcar. Foi assim que aprendemos a tomar.

O café virou parte da rotina. Me lembro com carinho das manhãs de domingo em que meu pai acordava mais cedo, preparava o café e sentávamos juntos a mesa. O cheiro tomava conta dos quatro cantos da casa. O quentinho da bebida aquecia o peito. Não sei se pelo calor ou pelo afeto.
Talvez os dois.

Meu pai é uma dessas pessoas que inunda o ambiente de amor. Sempre se desdobra para ver todo mundo feliz ao seu redor. E cresce. Pois a cada movimento de dobra-e-desdobra, cresce. Feito sentimento bonito que não muda de tamanho, mas se multiplica.

Hoje é dia 14 de agosto.
Mais da metade do ano de 2022 já se passou.
Não é preciso esperar o dia dos pais para dizer eu te amo.
Mas, se quiser aproveitar a data, vale :)