dia 6. hediondos

Gustavo
Entropia
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1 min readAug 29, 2022

fora do meu espaço comum

a ansiedade que o prazo instaura é aterrorizante

termine isso, finalize aquilo

produza, produza, produza

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enquanto o sono ainda pode ser aproveitado

a mente se desliga, condensa

se dilui em todas as vontades, pensamentos brandos

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barulhos agudos, hediondos

enquanto os fatos ainda não chegaram para a minha rotina

meus nervos já são atingidos pelo imediato

o desespero para iniciar

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dia após dia, o mesmo percurso, as mesmas construções

são os mesmos prédios, os mesmos semblantes

é fácil para algo se tornar monótono

rotinas

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por outro lado, quando são quebradas, é o fim

correntes se partem em estilhaços

e as paredes são derrubadas

há tanto tempo, perdido?

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fundações difíceis de reconstruir

o mundo parece estar desabando

os períodos se tornam lentos e a visão, turva

o estômago embrulha e a cabeça dói

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o turbilhão de sensações é inevitável

vai se quebrar, ondular, reestruturar

infelizmente, não podemos saber o que vai acontecer

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sorrisos e lágrimas misturadas

tudo sumirá, aparecerá, a neutralidade e os extremos

o sofrimento da perda e a felicidade da chegada

sentimentos difusos e voláteis

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a inesperada vontade de transpassar

um vício como a nicotina

em tantas mudanças e alterações

eu sempre terei esta eterna rotina

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Gustavo
Entropia

Jornalista, apaixonado por história e futebol. Um integrante da sociedade dos poetas mortos.