fora do meu espaço comum
a ansiedade que o prazo instaura é aterrorizante
termine isso, finalize aquilo
produza, produza, produza
**
enquanto o sono ainda pode ser aproveitado
a mente se desliga, condensa
se dilui em todas as vontades, pensamentos brandos
**
barulhos agudos, hediondos
enquanto os fatos ainda não chegaram para a minha rotina
meus nervos já são atingidos pelo imediato
o desespero para iniciar
**
dia após dia, o mesmo percurso, as mesmas construções
são os mesmos prédios, os mesmos semblantes
é fácil para algo se tornar monótono
rotinas
**
por outro lado, quando são quebradas, é o fim
correntes se partem em estilhaços
e as paredes são derrubadas
há tanto tempo, perdido?
**
fundações difíceis de reconstruir
o mundo parece estar desabando
os períodos se tornam lentos e a visão, turva
o estômago embrulha e a cabeça dói
**
o turbilhão de sensações é inevitável
vai se quebrar, ondular, reestruturar
infelizmente, não podemos saber o que vai acontecer
**
sorrisos e lágrimas misturadas
tudo sumirá, aparecerá, a neutralidade e os extremos
o sofrimento da perda e a felicidade da chegada
sentimentos difusos e voláteis
**
a inesperada vontade de transpassar
um vício como a nicotina
em tantas mudanças e alterações
eu sempre terei esta eterna rotina