As histórias da tenente Sarah Sutherland

Gustavo
Simetria
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5 min readMay 11, 2022

A Resistência implementou um sistema de pequenos grupos comandados pela Central. Os grupos tinham em cerca de 15 pessoas dentre soldados, engenheiros e cientistas, e buscavam aumentar a rede de ação dos resistentes, bem como estabelecer linhas de comunicação para a obtenção de novos recrutas e para se defender com mais efetividade.

Na África, o trabalho do Estado era forte e dominante, subjugando as tropas locais e colocando todo o continente sob forte domínio e rigidez das tropas estatais e seus aliens. A Resistência passava por problemas na região e precisava contra-atacar.

Houve um chamado para a Central, um pedido de socorro oriundo de uma zona no continente africano. Após uma varredura na região, o general identificou a presença de uma pequena célula que vinha tendo êxito em melhorar as comunicações com a Central. A líder da equipe era a tenente Sarah Sutherland, que logo foi contatada e informada das condições da missão.

A equipe da tenente contava com 8 soldados, mas apenas 3, além dela mesma, foram designados para a missão. Os inimigos não sabiam da missão de resgata e manter tudo em segredo era uma vantagem notável para os resistentes. Em uma pequena cidade ao norte, um pequeno grupo de aliados da resistência estava sitiado, cercados pelas tropas do General Donald Hooper, responsável pelas operações de conquista do Estado no país.

Hooper pôs os resistentes sob cerco, limitou o acesso a água potável e tratou de povoar as estradas com soldados. Por rádio, Carlos Fonseca conseguiu entrar na frequência da Resistência e pedir ajuda. Imediatamente, Sutherland mobilizou três homens e iniciou uma operação de resgate. Junto com Sutherland, estavam os soldados Jeff Long, Tim Davis e a Iris Mulder.

Eles desceram pela madrugada, transportados por um helicóptero, e pousaram em uma região destruída pelas tropas do Estado. O plano era armar uma emboscada para as tropas inimigas e resgatar os reféns em segurança. Especialista em tiros a longa distância, Sutherland se posicionou atrás de seus soldados e ficou defendendo a retaguarda.

As tropas avançaram para ganhar conhecimento de terreno e do posicionamento dos inimigos. Um Thorn — uma espécie de experimento alien que se assemelha a um corpo humano, mas com poderes psíquicos — estava presente e patrulhando a área com mais dois soldados. A posição das tropas de Sutherland era um mistério para as tropas inimigas, fator que dava certa vantagem para os resistentes.

Os reféns estavam cercados em uma residência na área, que estava sendo invadida por dois soldados. As tropas avançaram pelo terreno, priorizando a saúde dos soldados a eliminar os inimigos visíveis. Eles se separaram para executarem a estratégia. Jeff e Sutherland foram em direção a casa, enquanto Davis e Mulder seguiram na direção oposta, a fim de evitar a passagem dos reforços.

Sutherland queria se aproveitar da vantagem e executar o capitão das tropas a longa distância, mas errou o tiro e alertou as tropas inimigas da sua presença. Apesar do erro, Long, Mulder e Davis estavam bem-posicionados e liquidaram o Thorn logo que este tentou se mover.

A tenente conseguiu um flanco e disparou um tiro a queima roupa nas costas de um soldado. Em outro momento, um alienígena quebrou a janela e caiu com o rosto no cano da arma de Jeff, que pintou a parede com os miolos espaciais. Restou apenas um soldado, acuado por detrás de uma árvore, agarrado em seu rifle, prevendo que, a ele, restavam poucos segundos de oxigênio.

Do outro lado do campo de batalha, as tropas inimigas ouviram os barulhos e não demoraram a correr em direção aos disparos. Novamente, Sutherland se mostrou sagaz em sua estratégia. Mesmo com o pouco reconhecimento do campo de combate, a tenente posicionou as tropas de maneira perfeita. Enquanto os soldados corriam para investigarem os disparos, Davis e Mulder ficaram com a visão livre para eles.

Com poucos disparos, os dois soldados foram abatidos. Com eles, Mulder encontrou pertences importantes para o desenvolvimento de equipamentos para as tropas resistentes. Destes dois soldados, foram espoliados uma mira de alta precisão, um comunicador de rádio, armamentos e munições.

A missão estava tranquila. Sutherland se movimentou para capturar o soldado restante, mas foi surpreendida por um alien escondido dentro da casa. Ele tomou o controle da mente dela e a fez disparar contra Longo, que foi atingido no ombro. Mulder e Davis correram em direção a Longo e foram alvejados pelo inimigo, que se revezou entre disparar e correr para fugir da mira dos resistentes. Mulder correu em direção a ele e o forçou a se reposicionar para recarregar, o que liberou uma linha de visão para Davis.

O disparo foi preciso e acertou o joelho esquerdo do alvo. Ofegante, ele caiu e aceitou o seu destino. Mulder disparou com o revólver no rosto do soldado. Após a explosão, houve a descoberta de que o Estado estava fazendo experimentos com humanos, já que o alvo se tratava de um soldado híbrido, meio humano, meio alien.

Sutherland ainda estava sob controle mental, mas o Thorn precisava manter o contato visual com alvo para que o controle fosse efetivo. Exposto, optou por forçar a tenente Sutherland a disparar contra Long, mas, concentrado, esqueceu-se de Mulder.

Com velocidade, ela correu e disparou em seu peito e, rapidamente, um disparo na cabeça acabou com ele. Porém, ao cair, o alien soltou uma granada destravada, ao pé de Mulder. A soldada tentou correr, mas não houve tempo. A explosão atingiu suas costas e pouco restou do corpo da recruta.

Sutherland se viu livre do controle mental e correu em direção a casa. A explosão não atingiu Carlos e os soldados resistentes, que comemoram a chegada de Sutherland. Eram quatro pessoas, contando com Carlos. Duas mulheres e uma criança.

Carlos explicou que ele, sua cunhada, sua mulher e seu filho estavam em uma hospedagem próximo a esta cidade, com outros soldados. As tropas do estado lançaram um ataque e os sobreviventes se dispersaram. Desde então, Carlos vinha se alimentando de pedaços de animais mortos e algumas frutas encontradas pelo caminho.

Durante a jornada, encontrou um de seus amigos, morto, mas com um rádio de comunicação na bolsa, além de um revólver e duas aspirinas. O brasileiro explicou que há uma missão de reconhecimento para destruir uma instalação do Estado na África, mais precisamente, uma base de inteligência responsável pelo contato com os aliens.

A missão foi sabotada e os enviados nem chegaram a conseguir captar alguma informação. Foram obrigados a se separarem e sobreviverem por conta própria. Ele contou também que o general responsável, Donald Hooper, esteve presente para levar para a capital o responsável pela missão resistente, o capitão Jonas Menks.

Sutherland ouviu a história de Carlos atentamente, mas não conseguia parar de pensar no que havia acontecido com Mulder. Aos redores, os resistentes encontraram uma pequena instalação do Estado. Ali estavam alguns rádios e outros equipamentos. Também foram encontrados alguns armamentos, munições e computadores.

A tenente fez contato com a base que, em alguns minutos, respondeu e enviou a nave Skyranger para busca-los. Foram levados os corpos dos aliens e dos soldados híbridos, para o estudo. O que restou do corpo da recruta Iris Mulder também foi levado. Na aeronave, todos lamentaram a morte, mas se mostraram satisfeitos pelo avanço da missão e pelos equipamentos obtidos na operação.

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Gustavo
Simetria

Jornalista, apaixonado por história e futebol. Um integrante da sociedade dos poetas mortos.