II — apaga dor

isabela coelho
Simetria
Published in
Jul 6, 2022

Desnutrida pelo passado, estou vazia.

Um buraco espalha-se pelo pescoço,

é o passado me assombrando de novo,

descolorindo-me aos poucos.

**

Não consigo superar, não sei como apagar,

estou disposta a me colorir de novo.

Por isso sigo com a cabeça aberta, para tentar absorver

tudo que o presente tem há me oferecer.

**

Nem todos são fantasmas, nem tudo é passado,

que venha o futuro,

futuros amigos

e futuros namorados.

**

Travo e estagno novamente,

retrocedo e me atraso, ó meu deus, meu pretérito imperfeito.

Que tempo difícil, que tempo doloroso

mas hoje é hoje e não é tudo de novo!

**

evoluindo, estou crescendo

me acertando aos poucos,

manterei a cabeça aberta até me livrar dos males antigos

e de todo mal que fizeram comigo.

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