II — apaga dor
Desnutrida pelo passado, estou vazia.
Um buraco espalha-se pelo pescoço,
é o passado me assombrando de novo,
descolorindo-me aos poucos.
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Não consigo superar, não sei como apagar,
estou disposta a me colorir de novo.
Por isso sigo com a cabeça aberta, para tentar absorver
tudo que o presente tem há me oferecer.
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Nem todos são fantasmas, nem tudo é passado,
que venha o futuro,
futuros amigos
e futuros namorados.
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Travo e estagno novamente,
retrocedo e me atraso, ó meu deus, meu pretérito imperfeito.
Que tempo difícil, que tempo doloroso
mas hoje é hoje e não é tudo de novo!
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evoluindo, estou crescendo
me acertando aos poucos,
manterei a cabeça aberta até me livrar dos males antigos
e de todo mal que fizeram comigo.