Deus estabelece alianças
Por Rafael e Aline Brodbeck
Nota do editor: este é um trecho do livro “Família Católica, Igreja Doméstica”, escrito pelo casal Rafael e Aline Brodbeck. Garanta sua cópia em www.bit.ly/igrejadomestica
Desde o início dos tempos, Deus estabeleceu alianças com os homens. Aliança é uma união entre duas partes em prol de um objetivo em comum. E essa união é feita mediante um pacto, um compromisso de ambas as partes em chegar ao objetivo pactuado e cumprir o que foi proposto para isso.
Nas alianças com o homem, Deus também oferece um pacto para que seja aceito livremente. E esse pacto envolve compromissos. Pelo cumprimento do pacto, sendo fiel à Aliança de Deus, o homem entra na posse do objetivo pactuado com Deus: viver em sua amizade, andar em graça, ter a bem-aventurança no céu.
Em hebraico, a palavra “aliança”, usada na Bíblia, é “berit”. Esse vocábulo significa uma obrigação imposta e também um compromisso entre as partes que celebram o pacto. Deus, pelas alianças, impõe ao homem uma obrigação: ser santo, obedecer aos seus mandamentos. E, por outro lado, assume Ele mesmo uma obrigação: abençoará os que andarem em seus caminhos e reservará para eles um lugar no céu para viverem eternamente com Ele. O homem e Deus comprometem-se a ser fiéis à Aliança. E Deus, bem o sabemos, é sempre fiel. Quem traiu as sucessivas alianças pactuadas foi sempre o homem…
O Senhor, entretanto, não se deixa vencer em misericórdia. Ainda que Adão e Eva tenham pecado, escolhido satisfazer seus próprios desejos, e ouvir os conselhos de Satanás, Deus lhes dá uma nova oportunidade, e promete em Eva uma descendência que venceria o diabo, quando fala à serpente: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela.” (Gn 3,15) O descumprimento do pacto inicial leva Deus a deixar claro que estabelecerá uma Aliança que será perene. E toda a história da humanidade, daqui para diante, será em função desse pacto definitivo. O Antigo Testamento contará a história da preparação para a Nova Aliança prometida por Deus em Adão e Eva, bem como das sucessivas alianças que dela seriam sombra e sinal. Aliás, a expressão Antigo Testamento indica justamente a Antiga Aliança. Testamento, nesse sentido, é sinônimo de pacto, de aliança, de documento, de concerto, de contrato celebrado entre as partes. As relações entre Deus e Israel, seu Povo, no Antigo Testamento, centram-se na Aliança estabelecida. A teologia da Aliança é fundamental para compreender a Revelação e o tema central do Antigo Testamento, assim como é chave de leitura para o Novo Testamento, a figura de Jesus Cristo, seu sacrifício na Cruz e a instituição de sua Igreja.
Com Adão Deus fez duas alianças: a primeira no Éden, em estado de inocência e justiça, e a segunda após a expulsão daquele jardim de delícias, pelo pecado de nossos primeiros pais, assegurando a graça futura e prometendo que cuidaria dos homens se lhes fossem fiéis. Antes de pecar, o homem se comprometia a não comer o fruto proibido, e em troca Deus andaria com ele, não haveria dor, fome, morte. Após o pecado, todos esses males entraram no mundo, mas Deus levaria o homem para o céu, onde não mais existiriam, a partir da morte de Jesus Cristo, que é prometido em Gn 3,15, como vimos. Deus se compromete em mandar um Salvador e em providenciar tudo ao homem na preparação para sua vinda, e o homem se compromete em honrar a Deus.
Aline Rocha Taddei Brodbeck é advogada, blogueira de moda (dona do “Femina — Modéstia e Elegância”). Está escrevendo três livros: “Fé e elegância. Um guia para a mulher graciosa, sofisticada e fiel”, “A mulher segundo a vontade de Deus” e “Mulheres comuns, fé extraordinária”. Tem dado palestras e conferências sobre família, feminilidade, elegância, modéstia e o papel da mulher.
Rafael Vitola Brodbeck é delegado de Polícia, e diretor do apostolado “Salvem a Liturgia”. É autor de dois livros jurídicos — “Inquérito policial. Instrumento de Defesa e Garantia dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana” e “Lei de Drogas Anotada” — e vários religiosos — entre os quais “Santo Elias, o Doutor de Israel” e “Jesus Cristo, Rei do Universo”. Estão no prelo outras obras suas, tanto jurídicas quanto religiosas. Ministra palestras e conferências sobre doutrina católica, família, liturgia e o tema do laicismo e das relações entre a Igreja e o Estado.