no fim só queremos ser lembrados por algo

um diploma na parede,
alguns idiomas aprendidos pela metade,
escritos jamais lidos,
sem rumo na idade
em que todos começam
a direcionar suas vidas,
cansado na idade
em que deveria estar no auge da energia

aos 26,
tão mal quanto nunca,
sem um tostão no bolso
nenhuma cerveja para acalmar a mente,
acumulando erros
enquanto as folhas do calendário caem

nas ruas,
o burburinho é baixo,
mas soa como a velha insatisfação
que precede revoltas
e apático, como minha geração,
sonho, em segredo, que tudo exploda
e que eu leve um tiro na linha de frente,
pois seria minha primeira
e última ação
que mereceria ser lembrada