50 anos do Maio de 1968

Danielle Souza
singular&plural
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2 min readMay 30, 2018

Uma reflexão sobre como a mídia faz a cobertura de efemérides

Por Danielle Souza e Thainá Prado

As efemérides são um dos critérios de noticiabilidade no Jornalismo, elas estão aí para reavivar um personagem ou fato na nossa memória. A comemoração da vez é o mês de maio de 1968, e para rememorar, no dia 2 de maio, o Jornal Hoje apresentou um especial sobre o assunto.

A reportagem começa introduzindo uma notícia de recentes ataques por vândalos na França, que se transforma em alusão ao passado, trazendo um decorrer de reflexões sobre o país e a proporção de globalização daquela época ,apresentando propostas de novas visões de mundo, suas execuções, seus resultados no presente e a marcha para o futuro, em tom positivo.

Há 50 anos, os jovens universitários de Paris davam início ao movimento de 68, que provocou mudanças em várias partes do mundo. As ruas foram tomadas por estudantes e trabalhadores. O socialismo e o sentimento de liberdade começaram a se propagar em sincronia na história do mundo inteiro.

Para isso, foram utilizadas imagens de arquivo, mescladas a três entrevistas: duas com estudantes ativistas da época e outra com uma sindicalista, retomando assim o espírito de juventude da transição dos anos 60 para 70, simbolizado como uma revolução cultural de extensão. A efeméride então, traz ao telespectador o convite de participação na disputa, como se fosse uma “volta ao tempo”.

A reportagem, se observada minuciosamente, têm o poder de dar contemporaneidade ao passado, isto é, fazendo refletir nos conflitos em que vivemos hoje no país.A abordagem é uma celebração aos grandes atos do passado, mas sempre há o perigo de que as muitas imagens de arquivo afastem os telespectadores, pela falta de representatividade do agora.

A diferença daquela época para a atual é que, em pleno estado de emergência, já não há distanciamento entre idades para lutar. Não são somente os jovens que tomam as ruas; tornamo-nos eternamente jovens enquanto as autoridades abusarem de seu poder e “as paredes tiverem ouvidos”. Esta atitude, como cita o vídeo, pode ser considerada influência direta de Maio de 1968.

Por meio dessas discussões do passado, o público consegue ter uma ideia das relações de 1968 com a sua realidade, que seria o famoso papel de prestador de serviços à sociedade, dado ao Jornalismo. Ele serve como base niveladora dos conhecimentos da história mundial, mas nunca vai conseguir suprir todo o conhecimento, que talvez seja uma consequência dos desafios de se pesar a relevância das pautas dentro dos noticiários. O passado termina por falar por si mesmo nesses tipos de matérias.

Referencias bibliográficas

BASSETS, Marc. 50 anos depois do Maio de 68: essa data nunca se extinguirá. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/23/cultura/1524504798_329892.html>. Acesso em: 28 maio 2018.

HOJE, Jornal. 50 anos se passaram desde as manifestações de maio de 1968, na França. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/6706174/>. Acesso em: 28 maio 2018.

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