A Aids na mídia

Maria Fernanda Mantovani
singular&plural
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2 min readJun 11, 2018

Por Maria Fernanda Mantovani

Não só os jornais, mas os meios de comunicação em si têm como propósito tornar um determinado conhecimento em patrimônio público. Afinal a palavra “comunicação” vem do latim communicare e não apenas tem sentido de partilhar e associar, mas também de tornar comum. Existem alguns assuntos que possuem um potência de interesse maior, são esses: espetacularização, famosos — mitos, entretenimento = notícia + diversão, emocional, etc.

Quando a Aids apareceu, ela se enquadrava em diversos desses assuntos. A doença ficou popular pelo número de pessoas totalmente elevado que a contraiu (homens, mulheres, jovens, adultos, ricos, pobres, negros, brancos, homossexuais, heterossexuais), e também porque afetou ícones em todos acreditavam que eram imunes a qualquer tipo de doenças, como por exemplo Cazuza, Freddie Mercury, Renato Russo… O medo foi instalado, e a mídia se aproveitou disso, tratando a Aids de forma totalmente sensacionalista.

Além disso, a epidemia também tocava em certos tabus da sociedade, que são mais aceitos hoje, mas que eram ignorados na sociedade por costumes e padrões diferentes porque a epidemia no país é concentrada em grupos populacionais com comportamentos que os expõem a um risco maior de infecção pelo HIV, como homossexuais, prostitutas e usuários de drogas. Graças a isso, o preconceito acompanha a doença desde sempre. A mídia já chegou a se referir a Aids como “peste gay”.

Hoje em dia, a mídia trata a Aids com um enfoque diferente: o de informar de maneira séria, científica e objetiva. A parte negativa é que com a perca do sensacionalismo, a doença perdeu um pouco da visibilidade e só é comum aparecer nos meios de comunicação quando existe algum avanço nas pesquisas ou quando raramente, afeta algum famoso. Mas, o número de casos só aumenta, e deveriam ser mais presentes as campanhas de prevenção e o alarme da população, porque apesar de todos saberem que é necessário se prevenir, deixam de fazer isso por pensarem que é uma doença muito distante e que não irá nos afetar nunca.

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