A dimensão política do jornalismo e seus deveres com a informação
No período das eleições, os códigos éticos do comunicador são colocados à prova, em um combate ao posicionamento político do governo
Por Lucas Beccardi Manara
Existem diferentes formas de comunicar, com infinito número de detalhes do modo que o jornalista deseja que sua informação e apuração chegue ao público. A liberdade de expressão é um termo já conhecido por suas ligações com os direitos humanos, que permite que as pessoas em sociedade possam expressar sua maneira de ver as coisas e seus pontos de vista relacionados a resoluções do que elas acham melhor para o futuro da terra em que elas vivem, ou seja, a nossa nação. Por outro lado, essa mesma liberdade de expressão e briga por direitos e propriedade pode trazer confusões e desentendimentos, pois a maneira livre de pensar de uma pessoa comum é o pensamento que ela acredita ser a verdade absoluta, e isso poderá ser útil na democracia, porém, para uma pessoa que está no campo da comunicação, os famosos jornalistas, estes devem se lembrar que o compromisso com a informação deve vir na frente e tem mais importância do que o que cada um acredita ser o melhor para o presente, por exemplo, a opinião sobre como as coisas deveriam funcionar, e para um futuro que o próprio jornalista decida qual o ideal e, para isso acontecer, busque trazer o público para esse futuro que ele deseja. Isso, nos planos de um comunicador que já adquiriu um certo prestigio em sua carreira, acaba se tornando um poder muito perigoso e poderoso.
Nas eleições presidenciais do Brasil no ano de 2022, o embate entre essa suposta liberdade de expressão e os conceitos éticos do jornalistas permitiu uma circulação de informações visando aos interesses e colocando opiniões próprias na área da comunicação e nas mídias sociais. Declarações de jornalistas de direita da Jovem Pan após a vitória de Lula, do PT, foram com intenções anti-democráticas, com diversos ataques à região nordestina, que foi essencial e fez a diferença para a derrota do presidente Jair Bolsonaro. Uma parte é a favor, a outra é contra, então quase não existe uma análise imparcial, pois a verdade política para um pode ser uma loucura para o outro. Então, qualquer motivo ou oportunidade que apareça em questionar o conceito de liberdade inserido no atual governo, para os que estão contra, eles vão aproveitar para passar a sua narrativa.
Esses jornalistas, que são divididos em opiniões de esquerda e de direita, têm a sua própria opinião e não têm mais medo de expor isso, seja on-line, ou nos programas jornalísticos, e na prática quem conhece de comunicação e tem um nível de estudo consegue perceber as intenções políticas de um comunicador, porém o público mais “vulnerável”, que não conhece nada, ou pouco, das estratégias diretas e ferozes do mundo comunicacional, estará sempre sujeito a um controle manipulador, em que um governo pode, com a sua eleição, regular a mídia a seu favor com o objetivo de conseguir o maior número de aprovação e seguidores; consequentemente, é possível conquistar vantagem em uma nação democrática.
Diferenciar notícia de opinião é um trabalho que apenas os jornalistas ou estudiosos conseguem perceber e, tendo esse domínio, podem praticá-lo e moldar o futuro da verdade de acordo com a própria vontade e conceito político. Ao informar o público, o comunicador vai ter o poder de decidir de que forma ele quer passar a informação, tendo conhecimento suficiente para saber qual o tamanho do impacto social que isso vai causar. Em situações em que a pátria está ameaçada por decisões que são questionadas pela maior parte de população, a ética do jornalismo com a informação, em muitos casos, prevalece, para livrar a sociedade de regimes que visam somente ao interesse próprio criando suas próprias verdades e opiniões sobre o que eles acreditam ser melhor para o futuro. Essa construção social da realidade e seu código de ética continua atraindo jornalistas para cumprir seu compromisso com a população.
