A liberdade jornalística nos dias atuais
Análise do discurso da capa da revista ISTOÉ com foto de futuro ex-presidente Jair Messias Bolsonaro
Por Isabela Matos
O futuro ex-presidente Jair Bolsonaro apareceu recentemente na capa da revista IstoÉ, com o título de “As práticas abomináveis do mercador da morte”. Na imagem ele se parece com Adolf Hitler, um político alemão que serviu como líder do Partido Nazista, um ditador, principal instigador da Segunda Guerra Mundial e figura central do Holocausto. Na imagem, Bolsonaro está com o cabelo penteado para baixo, lembrando bastante Hitler, e com a palavra escrita “genocida” no lugar do bigode.
O ethos é o caráter do orador; Jair Bolsonaro não se importou com a pandemia do novo coronavírus. Ele imitou as vítimas da covid-19 com falta de ar e disse “não sou coveiro”, então essa capa de revista descreveu perfeitamente o perfil de Jair Bolsonaro.
A polissemia é algo que tem muitos significados, os discursos são polissêmicos. Na foto da capa, Bolsonaro se parece com Adolf Hitler, como dito anteriormente: o cabelo, a palavra “genocida” como bigode e tudo isso descreve o futuro ex-presidente. Hitler e Bolsonaro se parecem, os dois têm morte nas mãos.
A polifonia textual é uma característica dos textos em que estão presentes diversas vozes, em outras palavras, a polifonia aponta a presença de “vozes” que aparecem dentro de outra. Nesta capa, tem a voz da editora, do fotógrafo, da revista, dos estudantes, dos professores de história e diversas outras.
A dialogia [entre o emissor e o receptor] permite o entendimento de um discurso não explícito. Na foto, o editor de imagem não precisou colocar um bigode de verdade, só de colocar um palavra em cima já dá o sentido que deseja. O cabelo penteado para baixo também, e tudo isso é para mostrar que ele é igual ao Hitler, mas sem dizer isso diretamente e nem citar o nome.
Os jornalistas têm a liberdade para publicar isso, desse jeito, sem faltar com a ética, mas ainda sim com autonomia.
