A toxicidade das redes sociais

Ana Gabriela Graças
singular&plural
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3 min readMay 24, 2018

Você já foi afetado por ela?

(Crédito imagem: iStock)

Por Ana Gabriela Graças

Tudo bem, pode parecer um discurso enfadonho e repetitivo, mas discutir o impacto das redes sociais em nossas vidas é fundamental para que sempre tenhamos em mente a dimensão e a gravidade do problema. E é ainda mais importante trazer esse assunto à tona para que percebamos o quão nocivas são as redes sociais para nossas saúdes psicológicas — e o que podemos fazer para mudar isso.

Uma pesquisa realizada ano passado (2017) pela Royal Society for Public Health, instituição de saúde pública do Reino Unido, mostrou que as redes sociais são mais viciantes que álcool e cigarro. Além disso, o estudo também apontou que as taxas de depressão e ansiedade em pessoas entre 14 e 24 anos aumentaram 70% nos últimos 25 anos. E, se não bastasse esses problemas, o uso das redes sociais também prejudica a autoestima e causa insônia, criando uma bola de neve de dificuldades que os jovens precisam enfrentar diante do turbilhão de informações que recebem diariamente nas telas de seus celulares.

Passamos o dia todo conectados. Pulamos do Facebook para o Instagram, depois do Twitter para o YouTube e por aí vaí. Rolamos feeds de notícias em um torpor absoluto, vendo notícias, textos, fotos, Stories, vídeos, tudo ao mesmo tempo. Vemos na palma de nossas mãos vidas perfeitas, pessoas felizes, bem-sucedidas, realizadas e passamos a ter a sensação de que não somos bons o suficiente.

O estudo também mostrou que a rede social mais nociva à saúde mental é o Instagram. Depois de navegar por um tempo, os jovens sentem uma sensação de “baixo astral” e contestam a própria autoimagem. Isso causa ansiedade, pois começa-se a contestar a própria realidade e o desejo de alcançar os padrões de vidas ali mostrados é incitado. A situação também pode ser um gatilho para a depressão, uma vez que o jovem começará a reavaliar sua própria vida e perceber que ele não consegue ser tão feliz quanto aquelas pessoas.

De acordo com os pesquisadores, o ideal é que se passe NO MÁXIMO duas horas por dia nas redes sociais. Surreal, não? Infelizmente, estamos passando muito mais tempo do que isso. Enquanto estamos vasculhando nossos Instagrams, Facebooks e afins, não percebemos o impacto daquilo para o nosso psicológico. Mas esse impacto é real e tem muita gente que já está sofrendo as consequências disso.

Por isso é fundamental trazer esse assunto à tona com a maior frequência possível. O vício em redes sociais está criando jovens inseguros, ansiosos, emocionalmente exaustos e até mesmo depressivos. Ter um tempo de lazer nas redes sociais para acompanhar o que seus conhecidos, amigos e familiares estão fazendo é bom, mas é preciso de um limite.

Acima de tudo, é preciso ter em mente que as redes sociais não são reflexos da realidade de quem ali está, muito pelo contrário. Há muita hipocrisia por trás de cada foto postada, de cada Stories gravado. O vídeo abaixo resume exatamente isso e mostra o quão nociva e problemática é a realidade digital que estamos vivendo hoje.

Percebeu a toxicidade das redes sociais? Certamente você se identificou com pelo menos uma das situações mostradas acima. Tudo o que está no universo digital nos afeta de alguma forma, mas cabe a nós filtrarmos o que agrega algo positivo, de fato, para nossa saúde mental, e o que apenas nos causa angústia.

E o mais importante?

Desplugue-se.

Desconecte-se.

Desintoxique-se.

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Ana Gabriela Graças
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“Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas”.