A verdade é subjetiva

Quanto mais compartilhamos fake news, mais verdadeiras elas começam a se tornar. Hoje o que importa é o quanto as pessoas acreditam nisso

Gabriel Matheus
singular&plural
2 min readApr 3, 2022

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Por Gabriel Matheus e Giorgia Parrini

Nas eleições de 2018, tivemos uma grande notoriedade da expressão “fake news”, em tradução livre: notícias falsas. Apesar de acharem que se trata apenas de mentiras, elas na verdade conseguiram, e conseguem até hoje, enganar milhares de pessoas ao redor do mundo. Isso acontece porque essas notícias utilizam das técnicas e características do jornalismo para se passar por notícias verdadeiras e acabar parecendo mais verosímeis para mais pessoas. Elas também se utilizam das redes sociais para se propagar de forma mais rápida e descontrolada.

Depois de seu grande impacto nas eleições, especialmente na do Brasil, muitos profissionais dedicaram seus estudos e tempo para ajudar as pessoas a identificarem e não caírem mais em fake news. Isso é possível porque, apesar de tentarem simular o máximo possível o jornalismo sério e verdadeiro, essas notícias mentirosas ainda deixam rastros. Hoje em dia essas características já são bem conhecidas e ajudam a identificá-las de uma maneira mais eficiente, reduzindo sua propagação.

Sem saber como buscar informações, a maioria das pessoas caem em fake news todos os dias Fonte: Freepik, link: https://br.freepik.com/)

Uma das primeiras características que podemos observar nessas falsas informações são a distribuição por redes sociais como: Facebook, Instagram, WhatsApp e Twitter, tendo alto índice de compartilhamento e republicação. Essa característica mostra como essas matérias são repostadas automaticamente sem muita leitura e interpretação de seu texto; por exemplo, a pessoa lê superficialmente um título e acha que já sabe tudo sobre a matéria, compartilhando e piorando essa desinformação.

Esse compartilhamento só é possível graças a segunda característica das fake news, a “informação” direcionada. Essas matérias sempre falam aquilo que sua bolha já pensa e acredita, reafirmando seus valores e os instigando a compartilhar mais rapidamente essas “informações”. Por fim, uma última característica que pode ser usada para desmistificar essas mentiras é apenas checar as fontes. Muitas dessas notícias apresentam entrevistados conhecedores do assunto, como: pesquisadores, professores, cientistas e políticos. Porém, uma breve pesquisa nessas fontes revelará que não passam de criações para dar credibilidade às mentiras. Não é difícil você achar uma fake news mencionando o professor de uma universidade renomada da Irlanda que nem sequer existe apenas para enganar o leitor.

Até hoje continuamos na luta contra essa desinformação; apesar de já termos feito grandes progressos, temos um longo caminho a percorrer, pois, sendo jornalistas, iremos sempre buscar a verdade e desmentir essas informações prejudiciais a nossa sociedade. Temos que focar em orientar as pessoas a buscar informações de forma efetiva, antes de só focarmos em divulgar informação.

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